Foto: Maurício Pokemon
Nêgo Bispo
O Piauí perdeu, nesse domingo, 3, Antônio Bispo dos Santos, aos 63 anos, o Nêgo Bispo, ativista e quilombola. Ele morreu as 17h41, em virtude de parada cardiorrespiratório, no Hospital de São João do Piauí. O anúncio foi feito pela família do pensador e divulgado nas redes sociais do Theatro 4 de Setembro.
Nêgo Bispo completaria 64 anos em 10 de dezembro de 2023. Ele é natural do Vale do Rio Berlengas, Piauí, e formou-se pelos ensinamentos de mestras e mestres de ofício do quilombo Saco-Curtume, município de São João do Piauí distante 462 Km de Teresina.
Seus muitos ensinamentos eram transmitidos principalmente pela oralidade, a partir de suas experiências nas comunidades quilombolas e movimentos sociais ligados a luta pela terra, mas também foi autor de artigos, poemas e publicou os livros “Quilombos, modos e significados”, publicado em 2007, e “Colonização, Quilombos: modos e significados”, lançado em 2015.
Tornou-se liderança quilombola na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
Ele desenvolveu proposições que buscam compreender os saberes tradicionais dos povos “afro-pindorâmicos”, uma expressão que ele utiliza para se referir aos descendentes africanos e indígenas/pindorâmicos, em substituição às designações empregadas pelo colonizador.
Em nota nas redes sociais, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou a importância de Nêgo Bispo para a intelectualidade no país.
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