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“13 de maio de Lutas”: movimento negro confirma atos contra o racismo em todo o Brasil

Iniciativa pretende realizar mobilização nacional com mais de 200 mil pessoas; em Teresina, o ato vai ser na Praça da Liberdade, às 15h.

Da redação

Quinta - 13/05/2021 às 07:35



Foto: Nova Escola Negros e Mulatos
Negros e Mulatos

 A Coalizão Negra por Direitos convida todos os setores da sociedade a se juntar ao “13 de maio de Lutas”, mobilização nacional pelo fim do racismo, do genocídio negro, das chacinas e pela construção de mecanismos de controle social da atividade policial. Mais de 30 atos já foram confirmados em todas as regiões do Brasil e duas mobilizações internacionais nos Estados Unidos e Inglaterra.

 Estados como Acre, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal estão entre os confirmados (lista completa abaixo). Os atos são realizados por organizações que compõem a Coalizão Negra por Direitos e entidades parceiras. Acesse o site e acompanhe a atualização da programação que terá concentrações das 7h, no Acre, até às 18h no Pará e Mato Grosso, nos horários locais. 

Já na semana passada, haviam sido realizados atos no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília por justiça às vítimas do massacre na Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e de todas as operações policiais que resultaram em mortes nas favelas e comunidades do Brasil. Em manifesto, militantes de diversas organizações do movimento negro brasileiro denunciaram ao mundo “que vivemos em um país no qual amanhã poderemos estar mortos. 

Seja pelo coronavírus, seja pela fome, seja pela bala, o projeto político e histórico de genocídio negro avança no Brasil de uma forma sem limites e sem possibilidade concreta de sobrevivência do povo negro”. Além disso, o movimento pede respostas às autoridades e reivindica por auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, o direito da população negra à vacina contra o coronavírus pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o fim do governo Bolsonaro. 

Com o lema, “Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver!”, os atos foram escolhidos para 13 de maio em alusão ao marco do fim da escravidão no Brasil e a necessidade de debater o assunto sob a ótica da população negra. Dentre os temas, estão as consequências socioeconômicas da falta de assistência aos negros e negras libertos em 1888. Mais de 130 depois, as gerações atuais ainda sofrem com algumas consequências, como a situação de genocídio e a morte de pessoas pretas por uma doença em que já há vacina, a Covid-19.

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 Segundo o Instituto Pólis, em 2020, eram 250 óbitos de homens pretos pela doença a cada 100 mil habitantes. As organizações dos protestos orientam quem for participar para comparecer de máscaras - se possível usar a PFF2 - higienizar as mãos com álcool em gel constantemente, se manter em local ventilado e, o quanto possível, com distanciamento social seguro. A importância histórica dos atos Neste momento da maior crise humanitária sem precedentes, com o aumento do desemprego, da miséria e da fome, mais uma vez a população negra está por sua própria conta.

 O espírito de solidariedade e comunitário fez com que a população negra se ajudasse, seja organizando campanhas humanitárias, apoiando vizinhos e vizinhas nas favelas e comunidades ou acompanhando famílias afetadas pela doença. Famílias essas pressionadas a tomar medicamentos sem eficácia - com a indicação do próprio governo – e que têm dificuldade para acessar serviços de saúde. 

Imprensa E é por isso que o movimento negro convoca todos os setores da sociedade que não aceitam essa barbárie, a violação de direitos humanos e um governo miliciano que leva as últimas consequências a natureza genocida do estado brasileiro. O mundo está olhando para o Brasil e esperando de toda sua população – negra ou não – uma reação. E é essa mensagem que o “13 de maio de Lutas” pretende passar. A mobilização acontecerá poucos dias antes de outros episódios históricos que evidenciam os desafios para a população negra completarem um ano. 

Em 18 de maio de 2020, o menino João Pedro, de 14 anos, foi assassinado em sua casa, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. A investigação está parada e os policiais investigados pelo crime seguem trabalhando. Diferente do caso brasileiro, o assassino de George Floyd, nos Estados Unidos – que completará um ano em 25 de maio – já foi condenado. O fato de existir uma resolução para o caso não significa que a política de segurança pública esteja funcionando, muito menos que o racismo acabou, mas foi um passo importante pela justiça contra a impunidade e pelo fim da violência policial racista. 

A morte de Floyd provocou uma onda de protestos e repercussões em todo o mundo, inclusive no Brasil, e neste “13 de maio de Lutas” a Coalizão Negra por Direitos também chama a atenção pela necessidade de acompanhamento e cobrança contínua do Brasil sobre os acontecimentos internos. Outro exemplo é a morte do menino Miguel, em Pernambuco, que também completará um ano em 05 de junho próximo. 

Todos esses casos são exemplos diferentes de mortes da população negra, em regiões distintas, mas que seguem o mesmo rito baseado no racismo estrutural na sociedade. 

SERVIÇO

 “13 de Maio de Lutas” *

Confirma aqui a programação completa sujeita a atualização e alterações.

Sobre a Coalizão Negra por Direitos 

A Coalizão Negra por Direitos reúne 200 organizações, grupos e coletivos do movimento negro brasileiro para promover ações conjuntas de incidência política nacional e internacional. As entidades definem estratégias para intensificar o diálogo com o Congresso Nacional e com instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a pauta racial, além de fortalecer ações nos estados e municípios brasileiros nesse sentido.

Fonte: Luis Soares

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