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MINERAÇÃO

Justiça determina fechamento da Mina Granja Corumi e doação do terreno

Área será integrada ao Parque das Mangabeiras, com auditoria para garantir recuperação ambiental

Da Redação

Segunda - 16/09/2024 às 08:40



Foto: Bernardo Dias/Câmara Municipal de Belo Horizonte/Divulgação Mina Granja Corumi, encravada na Serra do Curral, um dos principais cartões postais de Belo Horizonte
Mina Granja Corumi, encravada na Serra do Curral, um dos principais cartões postais de Belo Horizonte

Um acordo firmado na Justiça Federal selou o encerramento das atividades da Mina Granja Corumi, situada na Serra do Curral, um dos principais cartões postais de Belo Horizonte. A Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra) comprometeu-se a parar as operações e a doar o terreno ao município de Belo Horizonte. O terreno será integrado ao Parque das Mangabeiras após a devida recuperação da área.

O acordo foi estabelecido em uma audiência de conciliação na 11ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte no dia 12 de setembro. Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) propôs e foi aceito que uma auditoria independente supervise o fechamento da mina. Essa auditoria será responsável por garantir o cumprimento das exigências ambientais e elaborar relatórios para os órgãos de fiscalização.

Participaram das negociações a Empabra, a prefeitura de Belo Horizonte, o MPF, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Instituto Guaycui, uma organização dedicada à preservação da bacia do Rio das Velhas e à proteção dos direitos das comunidades afetadas por barragens.

A Mina Granja Corumi opera desde a década de 1950. Em 1990, a Serra do Curral foi tombada como patrimônio de Belo Horizonte, o que levou à redução das atividades na mina. Em 2007, a Empabra comprometeu-se a criar um plano de recuperação da área degradada devido a denúncias sobre riscos ao Parque Estadual da Baleia. Em 2018, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) embargou temporariamente as operações da mineradora por não cumprir o acordo.

Em 2019, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) recomendou a suspensão definitiva da extração de minério na mina e o bloqueio judicial dos bens da Empabra. Em outubro do ano passado, a ANM autorizou a retirada de 800 mil toneladas de minério estocadas, sob a condição de que fosse apresentado um plano para obras emergenciais para evitar problemas durante o período chuvoso.

Em maio deste ano, a prefeitura de Belo Horizonte realizou uma vistoria que resultou na interdição total da mina e na imposição de uma multa de R$ 64,9 mil. Deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) também realizaram uma vistoria. No mês passado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou a suspensão imediata de todas as atividades da Empabra na Mina Granja Corumi, incluindo a retirada do minério estocado.

A Empabra apresentou um Plano de Fechamento da Mina em abril deste ano, com o objetivo de transformar a área em um espaço público integrado ao Parque das Mangabeiras e ao Parque Estadual da Baleia. O plano visa a criação de um corredor ecológico, a ampliação da zona de amortecimento, a reintegração ecológica e a preservação da biodiversidade.

A Empabra afirmou que desde 2013 a recuperação da área foi gerida pela Green Metals, mas alegou que as paralisações impostas pela Justiça e pelo poder público dificultaram o avanço das ações de restauração.

Fonte: Agência Brasil

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