Foto: Camila de Almeida/CICV
Boas Práticas
Os incidentes de violência contra ambulâncias, instalações físicas e profissionais de saúde têm ocorrido em zonas de guerra, mas também em cidades impactadas pela violência armada. Estas situações prejudicam toda a comunidade e limitam o acesso aos serviços de saúde. Nesta terça-feira (1), gestores do Brasil, Estados Unidos e Paquistão compartilharam experiências a fim de reduzir as consequências deste cenário, por meio de um evento on-line organizado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em parceria com Cidades Unidas e Governos Locais (UCLG, sigla em inglês) e Geneva Cities Hub.
Em seu discurso de abertura, o vice-presidente do CICV, Gilles Carbonnier, enfatizou a preocupação com as consequências causadas pela violência urbana em diversos contextos ao redor do mundo. "Cidades grandes enfrentam desigualdade, violência e pobreza. Este tipo de violência é, muitas vezes, sintomática de pressões socioeconômicas relacionadas à urbanização rápida e movimento de populações. Este, é um dos maiores desafios do século XXI". Conheça mais a respeito da iniciativa Assistência à Saúde em Perigo.
Na avaliação do prefeito de Genebra (Suiça), Sami Kanaan, os centros urbanos são a linha de frente em situações de violência. "Portanto, precisamos aumentar a proteção que é extremamente necessária para garantir uma resposta de saúde adequada em nossas cidades ", ponderou.
O CICV contabilizou 3.780 ataques em uma média de 33 países por ano, entre 2016 e 2020.
Boas práticas
Em Fortaleza (CE), a metodologia do Acesso Mais Seguro (AMS) para Serviços Públicos Essenciais, desenvolvido em parceria com o CICV, é aplicada para mitigar os efeitos da violência armada. "O método AMS foi desenvolvido para áreas de conflito e convertido para ser aplicado em situações de violência urbana. O sistema de classificação de risco é aplicado em um plano (de contingência) que elaboramos antecipadamente porque sabemos que temos antecipar os riscos e mitigá-los", detalhou o representante da prefeitura, Dr. Rui Gouveia. que juntamente com a Secretária Adjunta Municipal de Saúde, Aline Gouveia, representou a Prefeitura. Saiba mais sobre a violência armada nos estados brasileiros e sobre o Acesso Mais Seguro (AMS).
De acordo com o diretor de redução de violência da cidade de Chicago, Norman Kerr, uma das principais cidades do estado de Illinois (EUA), busca uma gestão colaborativa com os moradores para mitigar as ações de violência. "Temos trabalhado bastante para envolver a população de maior risco. Procuramos atuar em hospitais, escolas e parques. Nossas equipes buscam conectar pessoas a serviços", explicou.
No hospital infantil da cidade, Children's Hospital of Chicago, por exemplo, foram implementadas práticas de como identificar comportamentos de risco e proteger os funcionários, como a criação de um Comitê para Necessidades Psicológicas das equipes do centro de saúde. "Temos funcionários em hospitais comunitários, identificando oportunidades e ameaças. Embora nossa equipe não esteja treinada para todos os quadros, sabemos o que temos que ajustar dentro das áreas de pacientes", afirma a pediatra da instituição Barbara Suplit.
A médica e reitora do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Alberta de Medicina do Paquistão, Lubna Baig, conta que quase 66% das pessoas consultadas em um estudo com mais 800 participantes, experimentaram algum tipo de violência e não tinham nenhum treinamento para lidar com este tipo de situação ou preveni-la. "Assim, identificamos a necessidade de desenvolver um manual para diminuição da violência com o objetivo de capacitar os profissionais de saúde para responder a estas situações", afirmou. O guia foi desenvolvido em conjunto com o CICV. Saiba mais sobre nossa atuação no Paquistão.
Fonte: Cruz Vermelha
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