Foto: Meio Norte

Sem esconder a frustração com o trabalho e a conclusão inócua do inquérito pela CICO (Comissão de Combate ao Crime Organizado), nem o desapontamento com a falta de coragem dos delegados Mamede Rodrigues e Paulo Nogueira, que presidiram as investigações das circunstâncias da morte da estudante Fernanda Lages Veras, o pai da vítima, Paulo Lages, afirmou que a polícia nunca trabalhou com a tese de que ela teria já ido ou sido vista antes no local onde o seu corpo foi encontrado. “Só procuraram saber dos detalhes fora do local do crime”.

Paulo Lages questionou como Fernanda Lages poderia ter conhecimento por entrar, onde andar até chegar ao local de onde caiu ou foi empurrada.

A família não só acredita que Fernanda Lages já teria ido ao local antes, como tem certeza de que a estudante estava acompanhada de alguém que conhecia muito bem a obra, “daí a certeza de que o criminoso está dentro da obra e não fora dela. E os vigias sabem quem é ou quem são”, denunciou Paulo Lages.

"O que Fernanda iria fazer naquela obra? Porque aquela obra. E os vigias? Era quase 6 da manhã e o dia estava claro. Ninguém dorme até tarde mum ambiente de construção. Eles viram e sabem quem estava com Fernanda", têm certeza o pai e Cassandra Lages, tia da estudante. 
 
Prostesto

A família de Fernanda Lages fez questão de agradecer a manifestação popular pedindo justiça, que reuniu hoje, às 11h30, mais de 2 mil pessoas e percorreu a Avenida Frei Serafim e foi até o Palácio de Karnak, onde foi tentada uma audiência com o governador Wilson Martins.

“O povo do Piauí é um povo que clama por justiça. O que vimos hoje não tem preço. Jamais a família vai conseguir pagar o que a sociedade fez por nós", agradeceu Paulo Lages, sem conseguir falar com Wilson Martins. O governador estava em Brasília, numa audiência com o ministro da Justiça,José Eduardo Cardozo, quando pediu, e foi atendido, que Polícia Federal passe a conduzir as investigações sobre a morte de Fernanda.