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DESMATAMENTO

Desmatamento no Cerrado emite 135 milhões de toneladas de CO2 em 18 meses

Levantamento do Ipam revela que a destruição da vegetação no bioma é responsável por emissões equivalentes a 1,5 vezes o total da indústria brasileira anualmente

Da Redação

Quarta - 18/09/2024 às 09:26



Foto: Adriano Gambarini/WWF Brasil/Divulgação Cerrado
Cerrado

O desmatamento no Cerrado resultou na emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2 entre janeiro de 2023 e julho de 2024, volume que representa 1,5 vezes o total gerado pela indústria brasileira em um ano. Os dados foram divulgados hoje (18) pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e foram coletados por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), que utiliza satélites do sensor Sentinel-2 da Agência Espacial Europeia.

O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil e rico em biodiversidade, é composto por três tipos principais de vegetação: savânica, florestal e campestre. Durante o período analisado, as formações savânicas, que cobrem 62% do bioma, foram as mais afetadas, emitindo 88 milhões de toneladas de CO2, ou 65% do total. As queimadas nas formações florestais geraram quase 37 milhões de toneladas, enquanto as formações campestres, que ocupam apenas 6% da área, resultaram em cerca de 10 milhões de toneladas de CO2.

O Ipam destacou a grave situação do desmatamento na região conhecida como Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Os incêndios nesta área contribuíram com 108 milhões de toneladas de gás carbônico para a atmosfera, correspondendo a 80% do total emitido pelo Cerrado e à metade das emissões do setor de transportes, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

No ranking dos estados, Tocantins liderou as emissões, com mais de 39 milhões de toneladas de CO2 e 273 mil hectares desmatados. Em 2023 e 2024, o estado foi responsável por 98% das emissões decorrentes do desmatamento de formações savânicas e florestais. O Maranhão ocupa a segunda posição, com 35 milhões de toneladas de CO2 e 301 mil hectares devastados, sendo também o maior emissor de formações campestres, com 6 milhões de toneladas.

A Bahia segue em terceiro lugar, com 24 milhões de toneladas, enquanto o Piauí registra 11 milhões. Outros estados impactados incluem Minas Gerais (6,9 milhões), Mato Grosso (6 milhões), Goiás (5,7 milhões), Mato Grosso do Sul (3,2 milhões), Pará (1,9 milhões), Rondônia (220 mil), Distrito Federal (81 mil) e São Paulo (2 mil). No Paraná, não foram detectadas emissões durante o período analisado.

Fonte: Agência Brasil

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