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Deputado diz que crime organizado eleitoral toma conta da campanha

Piauí Hoje

Terça - 24/08/2010 às 04:08



O deputado Robert Rios (PCdoB) retornou nesta terça-feira (24) à tribuna do Legislativo e ao tema "rodovia Piracuruca/comunidade Porto Alegre", que está parada há quase um mês, "um insulto a Piracuruca". Rios falou do protesto realizado no município no domingo passado, "quando a embaixada do grupo foi cercada de populares, num firme protesto contra esse insulto".Abordando outro tema, Robert Rios disse ter andado pelo interior do Piauí visto o crime organizado eleitoral tomar de conta da campanha. "Uma coisa chama a atenção das pessoas no interior: a revolta contra vereadores, prefeito e ex-prefeitos, lideranças, que vem para Teresina e voltam com as burras cheias de dinheiro, para comprar gado, motos, carros, com dinheiro que a gente sabe de onde vem. Numa cidade, cada vereador recebeu R$ 25 mil. Chegando lá não conseguiram esconder esse dinheiro todo. A população viu que o seu destino está sendo vendido por aqueles que deveriam representá-los e se revoltou", denunciou o deputado. Robert Rios disse que ouviu ontem o procurador regional eleitoral Marcos Aurélio Adão, falando da prostituição, do estupro da democracia, mas que tem que haver a denúncia, provas, para que esses crimes sejam investigados. "Os cartéis foram desmantelados por contra da investigação da Polícia Federal, que deveria grampear os telefones desses criminosos, infiltrar seus agentes nesses grupos criminosos para descobrir e prender esses bandidos que estupram a democracia", acrescentouO deputado Waton Santos (PMDB) disse que quem anda pelo Piauí, que faz política com trabalho, assiste a esse tipo de prática no interior. "Vossa Excelência, como ex-delegado de Polícia Federal, poderia orientar o procurador sobre como conseguir essa provas concretas, que ele diz que precisa para investigar as denúncias da compra de voto... Tem cidade na região Norte onde vi cavalete de seis candidatos a deputado estadual em nenhuma ligação política com o município. Sabemos que em determinadas cidades se fala em compra de voto por R$ 100 e R$ 150 cada um", denunciou Warton Santos.Para o deputado do PMDB, a compra de voto nesta campanha é escandalosa. "Só tenho voto em cidades onde prestei serviços e nunca se fez tanta obra como neste PCPR. Faço reunião solto panfleto e mostro o que fizemos nessas cidades. A campanha é atípica, é vergonhosa, porque há compra de voto. É loucura uma comunidade votar em quem não tem serviço prestado", entende.Rios aproveitou a fala de Warton para repetir que nada pode ter mais valor que a democracia de um país. "Hoje vejo milionários ingressando na política, comprando voto. Serviço prestado não tem mais valor. Hoje naqueles armazéns que antes compravam milho, compravam arroz, hoje se compra voto".O deputado Assis Carvalho (PT), em aparte, disse que perseguir carro de som, medir cavalete, não vai resolver o problema da democracia. "Está na hora de pensar grande, de colocar da polícia investigar esses crimes cometidos na campanha", afirmou. O deputado Dr. Pinto (PDT) também pediu a palavra para reclamar que não tem um décimo do número de cavaletes de adversários em Piripiri. "O Paulo Martins tem mais cavalete que eu. O João de Deus tem um cavalete só", comparou Dr. Pinto, que concluiu o aparte reclamando que a Construtora Jurema está há mais de dois anos e não começa a obra do asfalto de Domingos Mourão. Robert Rios rebateu disse que a estrada de Domingos Mourão é uma das mais caras em andamento no Piauí porque há muitas obras de arte, como pontes e bueiros. Interrompido pelo Dr. Pinto, que reclamou ter perdido três vereadores para adversários, Rios disse que "já imaginou Dr. Pinto registrando um boletim de ocorrência e levando para o procurador para denunciar que lhe roubaram três vereadores?"O deputado João de Deus (PT) disse que não é preciso denúncia, porque a corrupção eleitoral está sendo feitas às claras, basta ir nas cidades mais distantes."A cada eleição essa situação piora. Esse modelo de campanha é ultrapassado. Já há uma tabela com o valor dos votos. O financiamento público de campanha, a reforma política eleitoral são saídas para acabar com a compra de votos. Tem gente apostando na com para de votos para se eleger"", disse.Concluindo, Robert Rios disse que a inelegibilidade, nas próximas eleições, não vai ser por ficha suja, mas por ficha pobre. "Quem não tem dinheiro não vai se eleger. E aqui no Piauí a campanha se desenvolve semelhante ao crime organizado. O que se está vendo nessa campanha é a compra de voto organizada. É uma audácia querem se ganhar uma eleição de governador comprando voto. Não há um município do Piauí onde não há um representantes desse grupo, cooptando liderança, prefeito, vereador", denunciou. Rios comparou a compra de votos ao crime organizado. "São ações típicas do crime organizado. O povo do Piauí é a fortaleza, por isso não está dando certo. Quando se compra gado, moto, carro, aí é que o eleitor não vota mesmo... Não somos um estado de patifes. Queremos é que esses patifes sejam presos e condenados. A inteligência da Polícia Federal tem que operar no Piauí para acabar com esse crime organizado eleitoral", defendeu.

Fonte: Agência Brasil

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