Foto: Reprodução/Instagram
Lívia Nery, é coordenadora do Núcleo de Educação à Distância da UFPI
A eleição para escolha da futura reitora da Universidade Federal do Piauí - UFPI, será realizada no dia 15 de maio. Pela primeira vez na história, três mulheres estão disputando o cargo. A professora Livia Fernanda Nery da Silva está na disputa pelo cargo.
Doutora em Ciências da Comunicação, Lívia Nery diz que uma das principais dificuldades da universidade atualmente é a criação de condições para que os alunos permaneçam nos cursos. Por isso, ela está propondo a ampliação da quantidades de bolsas de auxílio estudantil e garantir locais adequados para os filhos pequenos daquelas estudantes que são mães.
"Transparência, ocupação nos campi e segurança, fazem parte de um rol integrado para a qualidade da presença dos discentes na instituição", avalia.
Doutora em ciências da Comunicação, Livia Fernanda Nery da Silva atualmente ocupa o cargo de diretora do Centro de Educação Aberta e à Distância, e tem como candidato a vice-reitor o professor Welter Cantanhêde, pós-doutor em Química. A chapa propõe uma gestão democrática com a participação da comunidade na tomada de decisões e ações realizadas pela gestão ao longo do quadriênio 2024-2028.
"De forma bem transparente a comunidade vai saber exatamente quais propostas conseguirão ser atendidas naquele ano, no âmbito do orçamento da universidade e criar um plano diretor, que é um planejamento para as ações que a universidade deve realizar ao longo do quadriênio", disse.
Auxílio estudantil
Em 2022, a UFPI ofertou 1.169 bolsas para alunos, sendo 781 Bolsas de Apoio Estudantil (BAE) e 388 de Auxílios Residência (AR), no entanto, para a professora, a quantidade é insuficiente e pode impactar diretamente nas taxas de ocupação e evasão da instituição.
"Ficam mais de setecentos aluno sem algum tipo de bolsa de assistência estudantil e isso vai impactar diretamente nas próprias taxas de ocupação, nas taxas de evasão, que são os indicadores de qualidade da universidade para que a universidade consiga alcançar um patamar de realmente eficácia na sociedade".
Espaço para as crianças
A UFPI tinha, no ano passado 38.185 alunos ativos. Desse total, 19.642 ( 51,4%) são mulheres. Nos dados da graduação referentes ao número de cursos, número de ingressantes, número de matriculados e número de concluídos elaborado pela instituição não contém a porcentagem de alunas que recebem auxílio creche. Porém, andando pelo campus Ministro Petrônio Portela percebe-se que algumas delas assistem às aulas com os filhos, sendo uma das razões, não ter quem cuide da criança no momentos das aulas.
"Precisamos fortalecer no âmbito de receber as crianças. Porque mesmo às vezes você recebendo esse auxílio-creche você não consegue ter com quem deixar a criança nos momentos das aulas. E a universidade já passou da hora da universidade ter um local adequado pra receber as crianças. Inclusive de servidoras. A UFPI é um local de formação por excelência, que precisa destinar um espaço, pensar projetos de atuação ou pensar parcerias para garantir uma rede de apoio pras mães que vivem a UFPI.
Segurança
Ainda em 2023, pelo menos 3 vezes os estudante da UFPI viveram momentos de medo por conta de assaltos dentro do campus da universidade em Teresina. Sem contar no caso de estupro de uma estudante em uma das salas da universidade durante uma calourada.
A professora Flávia Nery vê a questão da segurança em duas dimensões: a da infraestrutura e das relações entre pessoas. Segundo a candidata há urgência em tornar o ambiente mais seguro, não somente no que diz respeito a insegurança externa, como assaltos, mas também através do relacionamento respeitoso entre aqueles que frequentam o ambiente acadêmico.
Infraestrutura
"Dentro dessa infraestrutura, que é o aumento das câmeras de monitoramento, aumento do pessoal efetivamente denominado de vigilância, um aumento do quantitativo de iluminação e a boa distribuição dessa iluminação no campus. Além disso a contratação de uma equipe de inteligência pra podermos fazer a avaliação de como isso deve se operacionalizar em Teresina e nos camping fora de sede. Porque são estruturas diferentes, então é preciso saber, em determinado lugar poderá funcionar melhor o monitoramento ou o aumento quantitativo de pessoas? Mas nós compreendemos também que a segurança, que é uma política de permanência, na nossa visão, garante a permanência das pessoas no espaço da universidade".
Relações
"Mas também entendemos que precisamos ter um comitê de Direitos Humanos, inclusão e diversidade vinculado à reitoria. E nós trataremos da formação das pessoas que estão na universidade para as relações que em muitos momentos são assimétricas e também podem ser motivo de insegurança, de fragilidade ou de violência. Como você sabe, questões que envolvem o bullying, os assédios, as violências morais, simbólicas. Então isso também precisa ser trabalhado como a questão de segurança institucional. Para nós na mesma medida as relações entre as pessoas que seja entre gêneros, etnias, todas as formas de relação elas também precisam ser pacificadas. Como é que você pacifica numa instituição que forma pessoas? Como é que eu posso me dirigir pra uma colega de forma não violenta, que não vá agredi-la? Como é que eu tenho, enquanto homem, tratar as pessoas dos gêneros diversos? Meu respeito às diferenças, às diversidades tem que ser trabalhado também", enfatiza.
Presença feminina na política
Apesar de já ter havido momentos em que mulheres estiveram à frente de cargos de gestão da UFPI, esta é a primeira vez que três mulheres concorrem à reitoria da instituição. Nery ser fundamental a participação feminina nos processos de ocupação de cargos estratégicos.
"Podemos dizer que isso merece destaque, porque a comunidade percebe a necessidade. Com o cuidado, com a potência que tem as mulheres da UFPI que vem avançando grandemente, já são grandes pesquisadoras, já são grandes extensionistas, já são grandes docentes, técnicas. Então, isso é um ponto importante do reconhecimento mas que cada uma faz por valer do coletivo que representa", conclui.
AS ELEIÇÕES
Urna eletrônica e lista tríplice
A eleição para escolha da futura reitora da Universidade Federal do Piauí - UFPI, será realizada no dia 15 de maio. Pela primeira vez na história, três mulheres estão disputando o cargo. A eleita comandará a maior instituição de ensino público do estado pelos próximos quatro anos (2024 a 2028).
A votação será em urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí - TRE/PI. Três observadores externos vão acompanhar a eleição: um representante da OAB-PI, um da Universidade Estadual do Piauí - Uespi, e um do Instituto Federal do Piauí (IFPI). Os três serão indicados por suas respectivas administrações.
A eleição para reitor não é uma escolha direita da próxima reitora da UFPI. Os reitores e vice-reitores de universidades públicas são escolhidos pelo presidente da República. Ele recebe uma lista tríplice enviada pelo Consun - Conselho Universitário.
Peso do voto e a campanha
Cada segmento da comunidade acadêmica tem um voto de peso diferente: estudantes e servidores técnicos têm peso de 15% cada, enquanto professores representam 70%. A ordem de posição na lista tríplice é determinada pela quantidade de votos obtidos na eleição. O presidente pode ou não escolher o nome mais votado.
As candidatas e seus vices
O período de campanha eleitoral começou dia 3 de abril, quando foi realizado sorteio dos números das chapas. Concorrem ao cargo as seguintes candidatas e seus respectivos vices:
- Chapa 1 - Renovação com Autonomia e Humanidade - Lívia Nery (reitora) e Welter Cantanhêde (vice);
- Chapa 2 - Democracia, Reconstrução e Sustentabilidade - Nadir Nogueira (reitora) e Edmilson Miranda (vice);
- Chapa 3 - Juntos pela UFPI: Rumo a Novos Tempos - Flávia Lorenne (reitora) e Viriato Campelo (vice).
Gildásio está fora
Escolhido pelo então presidente Jair Bolsonaro o atual reitor Gildásio Guedes não vai disputar a reeleição, mas o vice dele, Viriato Campelo, está na disputa pela vice-reitoria novamente.
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