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Cinco modelos já foram convocados mais de uma vez para recall em 2010

Volvo XC60 recall

Sexta - 19/11/2010 às 13:11



Foto: Divulgação Volvo XC60
Volvo XC60
Depois do quarto anúncio de recall do hatch Peugeot 207 neste ano, feito na última terça-feira (16), o G1 levantou quais outros modelos já foram chamados mais de uma vez, em 2010, para reparar falhas que colocam em risco a vida dos ocupantes. Até esta sexta (19), outros quatro se encaixam nessa situação: o Peugeot 307 (versões hatch e sedã), o sedã Volvo XC60, a moto BMW R 1200 GS e a van Mercedes-Benz Sprinter. Todos foram chamados duas vezes de volta às concessionárias neste ano.

O levantamento não considera como "repetição" o recall do Honda Fit e o do New Fit, por se tratarem de diferentes gerações. O mesmo acontece no caso da picape Nissan Frontier e da Nova Frontier, envolvidas em um recall cada neste ano.

O número de rechamadas em 2010 ainda é menor do que o registrado em todo o ano passado, quando seis veículos retornaram às lojas mais de uma vez. Foram eles o Citroën C3, convocado quatro vezes, a moto Honda CG Fan 125, o Mitsubishi Outlander e os Volvo S80, XC70 e XC60, estes últimos com dois chamados cada um.

Em 2009 havia sido registrado recorde de convocações, com 43 recalls, montante que foi superado em outubro de 2010, ano que já registra 54 chamados envolvendo 1,363 milhão de unidades. Veja abaixo todos os veículos convocados, segundo acompanhamento do G1.

"Recall do recall"
De acordo com o diretor superintendente da consultoria Jato Dynamics do Brasil, Luiz Carlos Augusto, "apesar do recall acontecer mais de uma vez no mesmo veículo, em geral os problemas são diferentes e por isso a fabricante trata como se fosse um outro veículo“.

Uma exceção é o Peugeot 307 hatch e sedã, que foi convocado neste ano duas vezes pelo mesmo problema no programa eletrônico de gestão dos faróis. A falha já havia sido motivo de chamado para essas versões em fevereiro último. Em novembro de 2009, o 307 conversivel e o SW haviam sido convocados pelo mesmo defeito. No mês passado, a montadora fez o "recall do recall" das quatro versões. A Peugeot disse que o conserto pode não ter sido bem realizado da primeira vez.

Para Lucas Copelli, sócio diretor da Vallua Consultoria e Gestão, não há outra saída a não ser fazer os recalls conforme os problemas forem aparecendo. “As fabricantes fazem testes rigorosos nos veículos antes de lançarem o produto no mercado e mantêm unidades na frota da empresa para continuar realizando vistorias, pois elas sabem que as falhas costumam aparecer depois”, diz. “Por isso de nada adiantaria, por exemplo, fazer uma inspeção geral no primeiro recall. Seria desperdício de tempo e de mão de obra.”

Aumento de convocações e imagem em jogo
Augusto afirma que o aumento no número de convocações está diretamente relacionado ao bom momento que vive a indústria automobilística mundial. Para 2010, a previsão é que sejam comercializadas 3,4 milhões de unidades. “Com a demanda de peças, as fabricantes estão tendo que flexibilizar a produção”, diz Augusto. “Isso não significa que as marcas estejam reduzindo a qualidade dos veículos, mas elas trabalham com parâmetros mínimos e máximos de qualidade e, quando uma peça que atende melhor os padrões depende de outra que está na margem mínima, há riscos de falhas.”

No recall, muito mais do que os custos de reparação, está em jogo a imagem das marcas. Em casos em que o veículo é convocado mais de uma vez, em um curto espaço de tempo, o cuidado deve ser maior, diz Augusto, da Jato Dynamics do Brasil. “O recall de um Volkswagen Gol, por exemplo, tem um peso muito menor na cabeça do consumidor do que o de um modelo chinês e até francês, que têm menos tempo de casa”, afirma Augusto. “Isso acontece por que a confiança em uma marca está baseada no histórico da fabricante, inclusive de atendimentos a recalls.”

Na opinião de Copelli, da Vallua, na hora em que a montadora admite a falha, a reputação dela até melhora. “Em curto prazo pode até ser que a empresa tenha sua imagem prejudicada, mas se a montadora mostrar que se preocupa com o consumidor, que está do lado dele, o prejuízo do recall é muito menor e até esquecido, em alguns casos. O melhor exemplo disso é a Toyota, que voltou a crescer em vendas e aos poucos volta a conquistar a reputação que havia perdido.” A montadora japonesa teve de realizar o recall em milhões de unidades em 2009, a maioria devido a problemas na aceleração e nos tapetes dos veículos.
 

Fonte: G1

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