Foto: Reprodução
Brasileiros que trabalha na área da saúde em Portugal
Os brasileiros que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal e já receberem a vacina contra a Covid-19 contam que a sensação é um mix de alívio, esperança e reconhecimento de privilégio. Na linha de frente do combate ao coronavírus, médicos, enfermeiros e funcionários administrativos revelam ter causado inclusive certa “inveja” nos colegas da Saúde no Brasil, que ainda não sabem quando receberão suas doses.
Ao trocar o Méier por Portugal há três anos, a enfermeira carioca Luana Thomé buscava segurança e melhor educação para a família. Diz ter encontrado também saúde ao receber a primeira dose do lote de 10 mil unidades da vacina da Pfizer-BioNTech, destinado nesta fase aos profissionais da saúde. Até a próxima quinta-feira, os profissionais da saúde — entre eles 791 médicos e 245 enfermeiros brasileiros trabalhando em Portugal — deverão receber a dose inicial. A segunda dose, também gratuita, será aplicada em 21 dias.
Fiquei aliviada por ser uma das primeiras a receber o imunizante — disse Thomé - Deu uma inveja boa (nos colegas do Brasil), que gostariam do mesmo suporte. Fomos pioneiros e eles nem sabem se vão receber a vacina, (em alguns casos) o salário —completou ela.
No Brasil, até o momento, nenhuma farmacêutica pediu registro emergencial ou temporário à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na noite desta segunda-feira, a Anvisa divulgou que concedeu a certificação de Boas Práticas de Fabricação à vacina desenvolvida pela farmacêutica Pfizer/Biontech, a mesma usada em Portugal. Esse é um dos pré-requisitos para análise do registro.
Thomé trabalha na emergência pediátrica do Hospital São João, no Porto. A unidade recebeu em março o primeiro paciente registrado como infectado em Portugal. Foi simbolicamente escolhida para a dose inaugural, aplicada no diretor de infectologia António Sarmento. Apesar dos desenhos feitos na touca da enfermeira e nas paredes da ala, a rotina tem um tom mais pesado.
É estressante, porque entra muita família. São familiares e crianças com Covid-19, mas que chegam assintomáticos e o diagnóstico é na hora. As pessoas ficam mais tensas se é descoberto um caso positivo. Aumenta o drama, mas estamos preparados — diz a enfermeira.
Licenciada sem remuneração até 2021 de uma instituição de saúde pública no Rio, Thomé foi contratada pelo São João, assim como o marido, Benaia, que é auxiliar de radiologia. Não pensam em voltar ao Brasil:
Viemos na hora certa. Voltar? Nem pensar.
Fonte: 100 Notícias
Siga nas redes sociais