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Aplicativos deduram local de blitz

Aplicativos para celulares, computadores portáteis e tablet?s que alertam aos motoristas a localiza

Segunda - 15/07/2013 às 21:07



Foto: Gil Oliveira/G1 Piauí Blitz em Teresina
Blitz em Teresina
Aplicativos para celulares, computadores portáteis e tablet’s que alertam aos motoristas a localização de blitzes tem preocupado os órgãos fiscalizadores de trânsito no Piauí. Alguns \'apps\' (abreviação de application, ou seja aplicação) funcionam como um GPS colaborativo e rede social, dando informações sobre a situação do trânsito e dicas sobre percurso.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), por exemplo, está sendo obrigada a criar e estudar medidas para inibir ou driblar estes mecanismos. Segundo o inspetor Raimundo Rameiro, o uso desses tipos de programas aumentam os riscos de infrações de trânsito, consequentemente deixando-o menos seguro.

Órgãos de trânsito aumentam o número de blitzes em Teresina (Foto: Gil Oliveira/G1 Piauí)
Raimundo Rameiro diz que a PRF já está buscando soluções jurídicas para que os responsáveis por estes programas sejam punidos. “Com as informações repassadas por estes meios, as pessoas vão se sentir mais à vontade para beber e sair dirigindo por aí, porque saberão através desses sistemas onde estão as blitzes”, destaca o inspetor.

Para Rameiro, o código de trânsito brasileiro ainda está atrasado na questão dos crimes cibernéticos. “Nossa legislação é de 1941 e não há uma penalização direta para essas pessoas. Isso atrapalha porque a intenção da fiscalização é retirar motoristas imprudentes de circulação e acaba contribuindo para o fracasso da ação policial”, reclama.

Um motorista que prefere não se identificar, diz que usa o aplicativo de celular toda vez que sai para beber com os amigos. “Não acho que estou cometendo um crime. Apenas quero poder sair com os amigos e me divertir bebendo um pouco, como sempre fiz e nunca aconteceu nada. Acho que essa nova lei é muito severa”, afirma.

A autônoma Leila Carvalho foi parada em uma blitz pela primeira vez e, apesar de ter ficado nervosa, destacou a importância da fiscalização. “É essencial que haja essa fiscalização periodicamente para que não haja infrações e todos possam conduzir em segurança, além de inibir vários crimes. Acho que esses aplicativos não deveria existir porque é um desserviço para população”, afirma.
Motorista diz que aplicativo é um desserviço para população (Foto: Gil Oliveira/ G1)

Para o comandante da Companhia Independente de Trânsito (Ciptran), major Adriano Lucena, os aplicativos que informam os locais onde ocorrem as blitzes trouxeram novas discussões as autoridades de trânsito.

“Essa é uma discussão atual que diz respeito ao momento em que a gente vive. Esses aplicativos podem ser uma crítica ao sistema hoje implantado pelos órgãos de trânsito. O que precisamos é aprender a conviver com isso e gerar um lado positivo, através da conscientização das pessoas, mostrando que há várias blitzes na rua e que elas não devem beber e dirigir, além de respeitar as normas de trânsito”, afirma Lucena.

Novas blitzes

Para driblar os novos sistemas e trazer mais segurança ao trânsito de Teresina, o comandante confirmou que a Ciptran em parceria com outros órgãos já realiza um sistema de blitz mais dinâmica, além das estáticas.

“Temos equipes móveis que trabalham em conjunto nos locais onde há blitzes fixas. Assim, o condutor que tentar driblar a fiscalização poderá ser abordado por essas equipes e, dessa forma, não estamos esperando o infrator e sim indo ao encontro dele. Também montamos várias blitzes juntas, em vários pontos da cidade”, disse Adriano Lucena.

Strans

De acordo com o diretor de operações e fiscalização da Superintendência Municipal de Trânsito (Strans), coronel Hudson Lima, a superintendência não pensa em punir os idealizadores desses programas, mas aumentar fiscalização e segurança dos usuários do sistema de trânsito.

“O que nós podemos fazer é usar o aplicativo contra eles mesmos. Como todos tem acesso a informação e qualquer um pode mandar mensagens, é muito fácil que alguém informe algo incorreto. Esses aplicativos deveriam ser utilizados para informar medidas, regras, congestionamento e assim dar mais segurança e fluidez ao trânsito”, afirma o coronel Hudson.

O diretor ressalta ainda a realização da operação \'Piauí Vida\' e outras ações, que levam mais de 50 blitzes às ruas de Teresina durante todos os dias da semana. “Antes, as ações eram tradicionais nos fim de semana, mas agora todos os dias há blitzes em conjunto com a participação da Strans, Ciptran, Polícia Militar, Detran e PRF”, diz Hudson.

Para Hudson Lima, os aplicativos não são tão eficazes com a nova forma de fiscalização. “Mesmo que o motorista desvie da blitz, sempre haverá outra. Além disso, a população sabe do serviço prestado por uma fiscalização policial”, ressalta. 

Fonte: G1/Piauí

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