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Acusados de estupro chegam a Teresina

Os três adolescentes suspeitos de participação no estupro coletivo contra uma garota de 14 anos em

Sexta - 10/06/2016 às 13:06



Foto: Reprodução/TV Clube Menores acusados de estuprocoletivo foram transferidos para Teresina
Menores acusados de estuprocoletivo foram transferidos para Teresina
Os três adolescentes suspeitos de participação no estupro coletivo contra uma garota de 14 anos em Pajeú do Piauí, Sul do estado, chegaram na noite de quinta-feira (9) ao Complexo de Defesa da Cidadania em Teresina e devem ser levados ainda nesta sexta-feira (10) para o Centro de Internação Provisória (CEIP).

A transferência dos rapazes, dois de 17 anos e um de 16 anos, foi acompanhada por agentes da Polícia Civil. Um adulto, preso em flagrante, também é apontado pela polícia por suspeita de participação no crime.

Na quarta-feira (8), o Ministério Público pediu a prisão preventiva do maior e a internação dos outros três adolescentes na capital. O crime aconteceu na noite de terça-feira (7) dentro do banheiro de um ginásio poliesportivo em Pajeú. A mãe da garota chegou a flagrar o estupro e tentou impedir que os rapazes fugissem, mas não conseguiu. A adolescente estava despida e foi levada desacordada ao hospital.

A mãe da vítima contou ao G1 que após o crime a sua vida e da filha mudaram radicalmente. A aposentada relatou que as duas mal conseguem dormir ou comer. “Eu e minha filha ainda não conseguimos sair de casa, estou com medo e minha filha em choque, ela está sob efeito de medicamentos fortes. Não sei como que será daqui para frente”, disse.

De acordo com o delegado Yan Brayner, pelos depoimentos dos quatro suspeitos ficou confirmada a prática do estupro oral na garota, mas eles alegam que tudo aconteceu com a permissão da adolescente. No entanto, depoimentos da mãe, de dois policiais militares e do vigia de um prédio próximo ao ginásio, dão conta de que a menina estava desacordada e não esboçava nenhuma reação quando foi encontrada.

“Os depoimentos enfraquecem essa defesa deles de que o ato foi consensual, já que a menina estava desacordada e não esboçava reação alguma”, falou o delegado. Outras pessoas ainda serão ouvidas na Delegacia de Canto do Buriti, onde as investigações estão concentradas.

Ministério Público acompanha caso

Para o promotor de Justiça Márcio Carcará, o testemunho da mãe da vítima de estupro coletivo, ocorrido em Pajeú do Piauí, e o laudo do exame de corpo de delito comprovam que houve de fato o crime. Baseado nessas provas, o Ministério Público pediu a prisão preventiva do maior preso pelo estupro e a internação dos outros três adolescentes suspeitos no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP), em Teresina.

“A priori, o exame de corpo de delito é bastante robusto quanto à indicação de que houve relação sexual recente. Eles confessam parcialmente, admitem que houve algum contato sexual, mas utilizam argumentos para afastar a responsabilidade pelo caso. O que na nossa visão não se sustenta porque o exame e o testemunho são mais do que robustos para representar pela internação dos adolescentes e pedir a prisão do maior”, afirmou o promotor.
Em entrevista para a TV Clube, afiliada Globo do Piauí, a mãe da vítima contou como encontrou a filha e que ainda tentou evitar a fuga dos suspeitos (assista ao vídeo ao lado). “Eu escutei um gemido no banheiro. Quando eu entrei, eu bati na porta do banheiro e vi os quatro caras pelados. Todos pelados e ela já deitada no chão sem roupas, desmaiada. Aí eu fechei a porta do banheiro e pedi socorro pro guarda que estava no outro lado, só que eu não tive força para ‘sustentar’ a porta. Eles arrombaram, bateram na porta e saíram correndo, todos pelados. Mãe nenhuma aguenta isso que estou passando”.

A menina, que também participou da entrevista, contou que tomou um refrigerante oferecido pelos suspeitos e depois disso só lembrar que acordou no hospital. “Disseram para mim que era uma coca (refrigerante) e eu disse \'não, não quero tomar\', insistiram até que uma hora eu tomei e depois de dois copos eu já não lembro o que aconteceu. Foi a hora que eu me apaguei. Só fui lembrar o que estava acontecendo quando eu estava no hospital”, afirmou a vítima.
Outros casos de violência sexual
No dia 20 de maio, quatro adolescentes foram apreendidos e um rapaz de 18 anos foi preso por suspeita de participação no estupro coletivo de uma garota de 17 anos, encontrada em uma obra abandonada, amarrada e amordaçada. Seis dias após as detenções, uma decisão judicial mandou que os menores fossem liberados da delegacia. Eles seguem sendo investigados em liberdade.

Os advogados dos adolescentes suspeitos, Osorio Filho e Paulo de Tarso, afirmaram que vários pontos mostrados na investigação mostram que não houve participação dos jovens no crime. Segundo os advogados, a vítima não reconhece os quatro adolescentes como sendo seus agressores.

Um outro estupro coletivo ocorrido em Castelo do Piauí, Norte do estado, chocou o país pelos requintes de crueldade praticados contra quatro amigas que saíram para fotografar em um ponto turístico da cidade. O crime aconteceu no dia 27 de maio do ano passado.

Quatro menores e mais um adulto, identificado como Adão José da Silva Sousa, foram apontados pelo Ministério Público Estadual e pela polícia como autores da série de atrocidades cometidas contra quatro garotas que foram estupradas, agredidas e arremessadas do alto de um penhasco de cerca de 10 metros de altura. Uma delas, Daniely Rodrigues, não resistiu aos graves ferimentos e morreu após 10 dias internada na UTI do Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Piauí não aceitou a tese de que os três adolescentes condenados pelo estupro coletivo de Castelo do Piauí não tiveram participação no crime e foram obrigados admitir culpa. O recurso da Defensoria Pública, julgado nesta sexta-feira (3), pedia a absolvição dos jovens por falta de provas, mas o argumento não foi aceito pelo pleno do TJ, que decidiu pela manutenção da medida sócio educativa. O quatro adolescente envolvido, foi espancado até a morte dentro do alojamento do Centro Educacional Masculino (CEM) quando já cumpria medida socioeducativa. 

Fonte: G1/Piauí

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