Foto: Reprodução
Heráclito Fortes abraça Michel Temer após a posse
Com uma galinhada – preparada em um restaurante de Teresina e que chegou de avião a Brasília – o deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI) recebeu o presidente Michel Temer e convidados para um almoço de articulação com o objetivo de definir os próximos passos para “enterrar” a segunda denúncia do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer por organização criminosa e obstrução de justiça.
O cardápio "Made in Piauí" foi bastante elogiado por outros convidados ilustres, como o ministro da Secretaria-Geral de governo, Moreira Franco, e os piauienses deputado federal Átila Lira (PSB) e senador Elmano Ferrer (PMDB).
Temer reuniu deputados federais de vários partidos no almoço na casa de Heráclito, no lago Sul, quando definiram os próximos passos para derrubar a denúncia na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário da Câmara.
. "Aqui é proibido falar de crise. A conversa foi uma conversa leve. Se ele tivesse tenso, ele não sairia do Palácio. Prova disso é que ele veio aqui sem hora para sair. Eu o convidei para comer uma galinhada. É proibido falar de coisa ruim", avisou o anfitrião, que costuma "importar" de Teresina, pratos da culinária piauiense [que chegam via aérea, ainda quentinhos] para oferecer aos seus convidados no Lago Sul.
Mais cedo, Heráclito Fortes foi recebido por Temer no Palácio do Planalto, junto com o presidente nacional do Partido Progressista, senador piauiense Ciro Nogueira.
"Nada atrapalha"
Na saída da mansão, com a barriga forrada, Temer falou rapidamente com os jornalistas. E afirmou convicto de que "nada atrapalha" a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, referindo-se ao vídeo incluído na delação do doleiro Lúcio Funaro, divulgado no último final de semana, com novas denúncias contra Temer e companhia.
CCJ
A partir das 10h desta quarta-feira (18), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) retoma a discussão sobre o parecer do deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) inadmissibilidade da denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco.
Além de evitar os pronunciamento dos aliados de Temer, para apressar a votação, o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), quer iniciar a votação do parecer do relator imediatamente após a conclusão das discussões sobre a peça. A lista de deputados inscritos para se manifestar tem ainda nove nomes, mas outros parlamentares poderão se inscrever. Após a conclusão dos debates, o relator Bonifácio Andrada terá mais 20 minutos para se manifestar sobre o parecer. Os advogados dos três denunciados também terão o mesmo tempo para se pronunciar.
A expectativa do presidente da comissão é colocar o parecer de Andrada em votação na tarde desta quarta-feira. A votação do parecer será nominal. Dessa forma, o relatório já poderá ser analisado pelo plenário da Câmara na próxima semana.
Segunda denúncia
Michel Temer é acusado de tentativa de obstrução de justiça e liderança de uma organização criminosa. A acusação só poderá ser investigada pelo Supremo Tribunal Federal se autorizada pela Câmara dos Deputados.
A votação do parecer de Andrada será nominal. Para que o documento seja aprovado, são necessários os votos de no mínimo 34 deputados, metade mais um dos membros da CCJ.
A análise no plenário da Câmara também será nominal e, para que seja autorizada a instauração do processo de investigação, são necessários os votos de pelo menos 342 deputados, ou seja, dois terços da Casa.
Fonte: Paulo Pincel
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