Política

Fundação recebeu R$ 1,4 milhão cinco dias depois de assinar contrato

Fundação de Apoio ao Menor Carente teria recebido mais R$ 7 milhões em 2014

Terça - 22/08/2017 às 12:08



Foto: Montagem José Fortes e Lima da Creche
José Fortes e Lima da Creche

Cinco dias antes do então governador Antonio José de Moraes Souza Filho, o Zé Filho, do PMDB, deixar o cargo no dia 31 de dezembro de 2014, a Secretaria de Estado da Saúde, cujo titular era José Fortes, liberou R$ 1,4 milhão para a Fundação Centro de Apoio ao Menor Carente (FCAMC).

A liberação está sendo investigada pelo conselheiro Luciano Nunes, relator da denúncia no Tribunal de Contas do Estado. Há suspeita de que a fundação seria uma "lavanderia" usada por políticos e gestores municiapsi e estaduais para lavar dinheiro desviado dos cofres públicos

O convênio nº 119/2014 foi assinado em 19 de dezembro de 2014 e o dinheiro liberado em parcela única no dia 26 de dezembro. O “presentão de Natal” foi liberado sob o argumento da “realização de palestras, oficinas e atividades esportivas que são fundamentais para a saúde da criança, jovem e idosos, pois ajudam no crescimento, fortalecem os ossos, enrijecem a musculatura, favorecem o desenvolvimento psicomotor e a integração social”.

Pela justificativa do contrato, a Fundação desenvolveu uma nova técnica, capaz de melhorar ossos e músculos apenas com a palavra, com a realização de palestras e oficinas. O mais interessante é tempo recorde para a melhora do condicionamento físico e mental dos assistidos: seis meses.    

Denúncia

O controlador-Geral do Estado, Nuno Kauê do Santos Bernades Bezerra, recebeu uma solicitação de investigação do secretário de Estado da Saúde à época, médiuco Francisco Costa. Nuno kauê encaminhou a denúncia ao Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) depois que a Tomada de Contas Especial instaurada para investigar dano ao erário público no valor de R$ 1.445.758,23 encontrou vários indícios de irregularidades. O conselheiro Luciano Nunes é o relator da denúncia.

Assinaram o convênio o ex-secretário estadual de Saúde, José Fortes, e o presidente da FCAMC, Raimundo Lima, o Lima da Creche.

Emendas suspeitas

Segundo denúncias publicadas nos portais de notícias na época, a mesma Fundação teria recebido mais de R$ 7 milhões em ano na gestão do ex-governador Zé filho, inclusive R$ 2,4 milhões da Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo, na gestão do deputado Pastor Gessivaldo Isaías (PTC).

De dezembro de 2014 a julho de 2015, A Fundação conseguiu empenhar R$ 5.375.378,00 e liberar R$ 4.765.378,00, dinheiro de emendas parlamentares de pelo menos nove deputados estaduais, já como Instituto para a Infância e Adolescência.

Verbas municipais

Segundo denúncia dos portais de Teresina, vereadores da Câmara Municipal e a Prefeitura também liberaram verbas para a Fundação. Em 2011, a PMT liberou R$ 72 mil;  em 2012, mas R$ 81 mil, 2013 outros R$ 33,3 mil.

Fonte: Redação

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