Fraudes no concurso da Polícia ocorreram na gestão de Robert Rios

Ao todo, foram expedidos 23 mandados de prisão. Duas pessoas estão foragidas. O ex-secretário ainda não se pronunciou


Ex-deputado estadual Robert Rios Magalhães (PDT)

Ex-deputado estadual Robert Rios Magalhães (PDT) Foto: Caio Bruno/Alepi

As fraudes no concurso para agentes da Polícia Civil do Piauí ocorreram em 2012, na gestão do então secretário estadual da Segurança, deputado estadual Robert Rios (PDT), crítico ferrenho do atual governo e do PT. Na época ele era um dos mais prestigiados secretários do governador Wilson Martins.

A descoberta da fraude foi anunciada na “Operação Infiltrados” deflagrada nesta terça-feira, 9, pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), que prendeu 21 pessoas acusadas de fraudes em concurso público para agente da Polícia Civil realizado em 2012.

Alguns tiveram prisão temporárias decretadas por cinco dias. Outro, no entanto, estão em prisão preventiva, ou seja, sem tempo determinado pela Justiça. Ao todo, foram expedidos 23 mandados de prisão. Duas pessoas estão foragidas.

A investigação suspeita que 13 policiais civis estejam envolvidos. E 12 deles já estão presos. Antonio Lopes da Silva Júnior é considerado foragido. Além dos agentes, também foi preso um advogado e dois agentes penitenciários, além de suspeitos de comandar a organização criminosa.

O delegado Kledyson Ferreira disse, em entrevista coletiva hoje, na sede da Delegacia Geral, que todos os policiais civis investigados na operação foram aprovados no concurso para agente por meio de fraude.

De acordo com um policial do Greco, o que mais intriga os investigadores é o fato do concurso ter sido feito na gestão do experiente delegado da Polícia Federal, Robert Rios, e ele não ter desconfiado de nada e achado muito normal que pessoas de sua intimidade apareceram entre os aprovados.

Para os policiais, quase todos os agentes investigados teriam pago pelo gabarito e também contribuíram para a difusão da venda. Na época, o valor era dez vezes o salário de agente, que era de R$ 2.500, em um total de R$ 25 mil.

O professor Christian Alcântara Santiago, que era considerado foragido nas operações Véritas e Vilages, foi preso desta vez, juntamente com suas irmãs Christiane Maria Alcântara Santiago, que é agente penitenciária e Maria de Jesus Alcântara Santiago que é policial civil.

A Operação “Infiltrados” é relativa ao concurso público para agente da PC realizado em 2012, pelo Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos (Nucepe) da Uespi e é um desdobramento das outras duas realizadas ano passado: Véritas e Vigiles. A Corregedoria da Polícia Civil acompanhou toda a ação.

Os mandados de prisões preventivas, temporárias, conduções coercitivas e buscas e apreensões foram cumpridos nas cidades piauienses de Teresina, Campo Maior, Pedro II, São Raimundo Nonato, Fortaleza-CE e Araripina-PE.

Fonte: Secretaria de Segurança

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