Arte e Cultura

Firmino diz que Praça dos Orixás é símbolo de liberdade e respeito ao povo negro

Junto com as 13 esculturas, a Praça dos Orixás tem também um palco para apresentações. O investimento foi de R$ 501.508,68

Sexta - 10/11/2017 às 11:11



Foto: Reprodução Inauguração da praça dos orixás.
Inauguração da praça dos orixás.

A noite quinta-feira (09) foi de festa e axé no Parque Lagoas do Norte. O prefeito Firmino Filho e representantes dos povos de terreiros de Teresina inauguram a Praça dos Orixás, primeiro monumento público em homenagem às religiões e às culturas de matriz africana, Umbanda e Candomblé. Para os pais e mães de santo, a praça fará com que as religiões de matriz africana se tornem mais conhecidas, contribuindo para o combate à intolerância religiosa. 


"Essa praça fará diferença, fará com que as pessoas conheçam nossa cultura, saibam que Teresina tem mais de 500 terreiros", disse o vice presidente do Cenarab, pai Rondinele de Oxu. "A Praça é um sonho realizado, é um grande presente. O desconhecido não é respeitado. E aqui nós vamos mostrar a nossa religião, o nosso trabalho", completou o pai Adilton, que fez a bênção da Praça dos Orixás durante a solenidade de inauguração.


O pai Flávio de Iansã lembra que a Praça dos Orixás é o pontapé contra as manifestações de preconceito. "A Praça enriquece a umbanda, o nosso bairro, a nossa espiritualidade. E hoje nos umbandistas estamos muito felizes. Nós estamos dando o pontapé no preconceito, contra a intolerância religiosa", resumiu Flávio de Iansã que mora no bairro Matadouro, área de intervenção do Programa Lagoas do Norte. 


O chefe do executivo municipal destacou que a Praça dos Orixás é um novo capítulo na história da cidade, marcada pelo respeito às diversidades. "Essa noite é uma noite simbólica para cidade de Teresina. A praça é uma homenagem que faz o resgate da cultura dos povos de matriz africana, com quem ainda há muita dívida. Uma praça é pouco. O que temos que construir é mais do que uma obra material, é uma obra coletiva de valores e princípios democráticos, cidadãos. Essa praça não pertence apenas aos povos de terreiro, ela pertence à cidade de Teresina, ao nosso futuro. Esse futuro que queremos construir: mais tolerante e mais respeitoso. Essa noite é uma noite simbólica, histórica. Aqui nós estamos escrevendo um capítulo de resgate, de respeito às religiões de matriz africana, ao povo negro. Aqui nós estamos escrevendo um capítulo da liberdade, de uma Teresina livre", disse o gestor. 


Histórico


A concepção da Praça dos Orixás começou a ser discutida ainda em 2012 com o seminário 'Sustentabilidade e Cultura: Um Norte para Teresina'. "A praça foi uma demanda da comunidade, o projeto foi feito com a comunidade, a escolha dos artistas foi pela comunidade dos povos de terreiro de Teresina. E é assim que queremos continuar seguindo no planejamento da cidade de Teresina e em especial no projeto do Programa Lagoas de Norte. A umbanda e o candomblé sempre tiveram que expressar sua crença sem visibilidade e agora todos vamos conhecer as histórias das entidades que as representam. E isso é cultura. Mais do que isso, é respeito de um cidadão com o outro", destacou o secretário municipal de Planejamento e Coordenação, Erick Amorim.


Em 2014, o projeto de concepção do espaço foi apresentado aos pais e mães de santo. A Prefeitura de Teresina manteve o diálogo com os representantes da Umbanda e Candomblé para realizar os ajustes. No projeto original, por exemplo, estavam previstas apenas nove esculturas, mas a pedido dos pais e mães de santo foram erguidas 13, sendo dez orixás e três entidades representativas de Umbanda.


Junto com as 13 esculturas, a Praça dos Orixás tem também um palco para apresentações. O investimento para construção foi de R$ 501.508,68.


 

Fonte: PMT

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