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Festival do Peixe de Esperantina discute Piscicultura na região dos Cocais

Governadora em exercício esteve presente no evento onde inaugurou obra

Sábado - 22/07/2017 às 11:07



Foto: (João Albert) Foto
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Em agenda no interior do Estado, a vice-governadora Margarete Coelho, chefe interina do Executivo do Piauí, participou da terceira edição do Festival do Peixe de Esperantina. Na ocasião, a governadora visitou estantes do evento e compôs a mesa do Seminário de Piscicultura dos Cocais, realizado no recém inaugurado Centro Estadual de Educação Profissionalizante Eduardo das Dores. 

A festa cumpre um papel de exposição da produção e de equipamentos e para a capacitação de produtores locais. A região dos Cocais também vem se organizando através da Câmara Setorial Territorial da Piscicultura,que delibera sobre questões para o setor. 

Entusiasta da modelagem produtiva de Esperantina, Margarete Coelho falou da importância socioeconômica da produção de pescado na região. "É uma região que tem um potencial enorme, o que é bastante interessante, pois temos uma dificuldade com o fornecimento de proteína para o interior do Estado. Aqui nós temos o peixe, a água e uma tecnologia adequada que já faz parte da cultura da cidade", pontuou.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Francisco Limma, o Piauí vem respondendo bem a demanda por piscicultura, que é crescente em várias regiões do mundo. O Estado passou de produzir 5 mil quilos de Peixe por ano para 20 toneladas do produto por ano. Limma acredita que em breve o Piauí deverá chegar a 40 mil toneladas/ano. 

"Nos próximos 10 anos será necessário aumentar wm 20% o consumo da proteína animal e dentro da proteína animal o peixe é uma alternativa. Dentro dessa região, uma das áreas mais prósperas de produção de pescado do Piauí, produzimos próximo a seis milhões de quilos por ano. Nós temos nessa região mais de mil produtores de peixe e Esperantina está assumindo o papel de organização não só dos produtores da cadeia do município mas de toda a região", informou o secretário.

Na região do Território dos Cocais é feita a criação de pescado em tanques escavados, em córregos dos rios e no quintal de casas de pequenos produtores, através de sistemas simplificados. Um exemplo é o do produtor Paulo Brasil, criador de tilápia há dois anos. "Aqui nós usamos a tecnologia do 'Sisteminha Embrapa'. Nesse tanque, no fundo do quintal, uma família pode desenvolver até 160 quilos de peixes por ano em um volume de nove mil litros de água, ocupando uma área de 16 metros quadrados, uma revolução tecnológica", afirmou o piscicultor que também é presidente da Câmara Setorial de Piscicultura dos Cocais.

O mercado do peixe ainda movimenta outras áreas da cadeia produtiva, criando mão de obra para a produção de ração, estrutura de montagem de tanques e esquemas de perfuratrizes. 

A prefeita de Esperantina, Vilma Amorim, destacou o significado que o festival vem tomando nos últimos anos . "A cada edição ele [festival] se consolida como atividade importante para o nosso município porque não é a festa pela  festa, é uma atividade que mostra empreendedorismo, Cultura, Turismo e principalmente esse grande potencial que é a Piscicultura", revelou a gestora que ainda aponta o consumo da carne como fonte saudável de alimentação. 

Após a agenda em Esperantina, Margarete e comitiva embarcaram para Teresina de onde seguem, ainda na tarde desta sexta-feira, para o município de Corrente, no sul do Estado, onde participam da 42• edição da ExpoCorrente. 

Capacitação 

A programação do Festival do Peixe de Esperantina conta com a realização do Seminário de Piscicultura do Território dos Cocais: perspectivas de produção e mercado. O evento busca aproximar os produtores, revelando informações sobre o manejo e comercialização de pescado na região e apresentando soluções para as demandas dos piscicultores.

Encarregada de apresentar um diagnóstico da piscicultura piauienses, a agencia Pacú Tecnologias em Aquicultura apresentou no seminário dados sobre a cadeia produtiva de pescado. De acordo com o representante Martin Richard, os principais Peixes criados no Piauí são os do tipo redondo, das espécies tambatinga, tambaqui e tilápia. 

O manejo é feito principalmente em tanques escavados de terra e em águas públicas de rios. As cidades com maior produção são Nazária, Esperantina, Piracuruca e Guadalupe, nessa ordem. A Pacú deu destaque ainda ao consumo fresco da produção.

Ainda de acordo com a agência, a maioria da produção é feita por pequenos piscicultores com menos de dois hectares de água. O levantamento também apontou que  44% da produção de pescado dependem da mão-de-obra familiar.

O seminário oferece ainda oficinas sobre vendas direcionadas, controle de dinheiro, e corte de pescado. Estão entre os temas das palestras do seminário a assistência técnica, o beneficiamento e comercialização, venda da produção para o poder público, e licenciamento ambiental.

Licenciamento Ambiental

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), Ziza Carvalho, propõe um canal aberto entre o Governo do Estado e os pequenos produtores na área da liberação ambiental. "Nós sabemos que o licenciamento ambiental é fundamental para qualquer atividade econômica. Os bancos só liberam o financiamento se apresentado o licenciamento", explicou.

Ziza aponta um licenciamento de forma sustentável sem embargar os produtores. O secretário orientou que a maioria dos produtores, representada por pequenos piscicultores, depende apenas de uma licença ambiental simples, denominada de Declaração de Baixo Impacto Ambiental (DBI), devendo buscar mais orientações junto a auditoria da Semar, que estará disponível no município durante o festival. 

Matadouro

Ao chegar ao município de Esperantina, a governadora em exercício participou da inauguração do Matadouro Municipal de Esperantina. A obra, orçada em R$ 205.458,90 é resultado de uma ação em parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). 

"A questão dos abatedouros públicos é uma questão muito sensível, é um equipamento necessário e imprescindível em toda a cidade. Aqui nós fizemos uma solução extremamente criativa, que é servir a Esperantina e a cidade vizinha de Morro do Chapéu, fazendo uma espécie de consórcio com um abatedor melhor equipado que atenderá uma população maior, uma demanda maior de uma forma mais adequada é conveniente", destacou Margarete.

Na visita, a governadora autorizou também a entrega de um caminhão frigorífico para o município de Esperantina, que dará apoio ao abatedouro. Estão em andamento, através do governo do Estado, a construção de centenas de matadouros públicos em municípios do interior do Piauí.

Fonte: Governo do Estado

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