Os trabalhadores da Companhia Ferroviária do Nordeste no Estado do Piauí decidiram parar as atividades a partir desta terça-feira (12/08). Cerca de 60% dos serviços de transporte de derivados do petróleo que chegam à Teresina da cidade de São Luiz e de materiais como cimento, trigo e cevada com procedência do Estado do Ceará, estão paralisados. O Sindicato dos Urbanitários está apoiando o movimento grevista dos trabalhadores.Na pauta de reivindicação dos trabalhadores encontra-se o pedido de reintegração de trabalhadores demitidos pela Companhia. Além disso, a categoria reivindica a criação do Plano de Cargos e Salários para a categoria, com um piso salarial de R$ 580,00, além do aumento no auxílio alimentação e um plano de saúde que satisfaça a categoria.O Diretor Sindical, Josemar Lima explica que já forma demitidos 20 trabalhadores, dentre eles dirigentes sindicais. "As demissões acontecem arbitrariamente. Desde o dia em que entregamos a nossa Proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho, estamos sofrendo retaliações por parte da empresa. Essas demissões são para nos calar", reclama Josemar. O Dirigente Sindical ainda ressalta que uma nova lista está pronta e todo dia um trabalhador é demitido. As demissões acontecem desde o inicio de agosto."Nós já esperávamos que isso acontecesse, afinal já vínhamos sofrendo ameaças, simplesmente porque estamos reivindicando nossos direitos. Só queremos melhores condições para sobreviver, destaca Claudionor Ferreira, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários no Estado do Piauí.Os trabalhadores recebem o correspondente ao salário mínimo. A empresa não contempla os trabalhadores com ganho real econômico e apresenta reajuste zero nos salários. "De 1998 a 2002, o nosso reajuste sempre foi abaixo da inflação. Nós não temos ganho real, nem sequer temos piso salarial", argumenta Josemar. A tendência da empresa é o pagamento de salário mínimo para a categoria sem a política de outros ganhos de lucro.A categoria no Piauí é a única do Nordeste que ainda não fechou Acordo Coletivo de Trabalho do ano passado, e ainda nem começou as negociações deste ano. Josemar Lima explica que a empresa recebeu a proposta dos trabalhadores no início de julho, e a única resposta que a empresa repassou para os trabalhadores foi que não haverá negociação entre as bases. O dissídio coletivo ajuizado no passado pela categoria ainda não foi julgado e a resposta dada aos trabalhadores é que estará na pauta de discussão na Justiça do Trabalho ainda nesta semana.Os Urbanitários do Estado do Piauí, após receberem pedido de apoio do Sindicato dos Ferroviários no Piauí, está participando do movimento. "Onde estiver luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho os Urbanitários estarão presentes, apoiando os companheiros para conquistar direitos", proclamou Francisco Ferreira, Diretor do Sintepi. "Nós sabemos que a categoria tem força, e esperemos que a categoria esteja consciente de que a luta é de todos. Nós somos solidários e estamos juntos com os trabalhadores ferroviários", completou Osmar Carvalho, Diretor do Sintepi, durante a paralisação, na manhã de hoje.
Fonte: Redação do Piaui Hoje
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