Cidade

Teresina não tem ações efetivas para preservação dos seus rios

Ações para a preservação dos rios de Teresina têm pouca eficácia ou ainda estão no papel

Quinta - 15/09/2016 às 13:09



Foto: Reprodução Todos os anos o rio Poti sofre com a proliferação de águapés
Todos os anos o rio Poti sofre com a proliferação de águapés

Os rios de Teresina sofrem com inúmeros problemas decorrentes da ação humana que se tornam mais evidentes nesta época do ano, por conta do período de seca, dentre eles estão: o assoreamento, a ploriferação de aguapés e o alto índice de poluição. A secretaria estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar) está realizando ações estruturais em defesa do meio ambiente em todo o Estado, mas em Teresina as ações efetivas para com os recursos hídricos ainda são tímidas, tendo em vista a proporcionalidade de degradação dos rios na capital.

Rio Parnaíba sofre com o assoreamentoRio Parnaíba sofre com o assoreamentoFoto: Reprodução

Da margem do rio Parnaíba, pode-se avistar os vários bancos de areia, mais conhecidos como coroas, decorrentes do desmatamento da mata ciliar das suas margens, causando o acúmulo de areia no fundo do rio, o assoreamento e com isso a falta de profundidade. No rio Poti, a água parada e a poluição dos esgotos fazem com que se proliferem plantas aquáticas chamadas aguapés, que se alimentam dos agentes poluidores e dificultam a oxigenação da água, impossibilitando assim a vida de outros seres aquáticos. A poluição dos rios é decorrente do baixo índice de cobertura do sistema de esgotamento e tratamento de água em Teresina que só chega a 19%, ou seja, a maioria dos esgotos produzidos na cidade são jogados diretamente nos dois rios. O último dado de pesquisa realizado pelo instituto Trata Brasil mostra que Teresina está entre as seis capitais que mais poluem rios no Brasil, sendo que apenas 14,6 % de sua água é tratada para ser jogada novamente nos rios.

Cobertura de esgotos de Teresina só chega a 19%, um dos menores índices do BrasilCobertura de esgotos de Teresina só chega a 19%, um dos menores índices do BrasilFoto: Gil Oliveira

Segundo Romildo Mafra, superintendente de Recursos Hídricos da Semar, até o presente momento, as ações do órgão estão voltadas para a criação de comissões de gestão de barragens e viabilização para a construção de mais seis novas barragens no interior do Piauí que irão ajudar inúmeras famílias.

Está em processo também a demarcação do Parque das Nascentes do Rio Parnaíba, por ser uma área de grande importância para a vitalidade do rio e que sofre um grave processo de degradação devido a queimadas e ação humana, mas essa demarcação já se arrasta há mais de sete anos e não se tem informações sobre a fiscalização do Parque.

Para o rio Poti, existe a proposta de criação de uma unidade de conservação na região do cânion e está em estudo, a construção de uma barragem no município de Castelo do Piauí que vai aumentar a vazão desse rio nos períodos de estiagem onde a água fica parada possibilitando a proliferação dos aguapés. Por ser uma obra de grandes proporções ainda está no papel e ainda está em "estudo".

Em relação às medidas mais efetivas de preservação dos rios na capital, o secretário afirma que é preciso que haja um trabalho conjunto em parceria da Semar, da secretaria municipal de Meio Ambiente (Semam) e do Ibama, por que os rios da capital são de interesse de todos esses órgãos.

"Esses orgãos deviam trabalhar juntos para ver qual a intervenção urgente que tem que ser feita para evitar que nosso rio desapareça, a riqueza do Piauí está nos rios", diz Romildo Mafra.

Fonte: Samuel Brandão

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