Exposição na Casa da Cultura promove inclusão com descrição de obras para deficientes visuais


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Imagem ilustrativa Foto: Renato Bezerra

Visitar uma exposição de arte, assistir uma apresentação de balé são opções de entretenimento incluídas na agenda de boa parte da população. Porém, há um grupo que, não fosse a técnica da audiodescrição, estaria privado do acesso a estes bens culturais. Através de parte deste recurso, usando apenas a descrição, os deficientes visuais da Associação dos Cegos do Piauí puderam apreciar a exposição “Eu, oca” na Casa da Cultura, na tarde desta terça-feira (30).

O recurso da audiodescrição coloca em áudio todos os detalhes do que é visto em um filme, peça teatral ou mesmo ao descrever uma obra de arte, para que deficientes visuais tenham acesso à informação. Desde o ano passado, com a exposição do artista Cícero Manoel, a Casa da Cultura deu início ao processo de adaptação para todos os públicos através de uma parceria com a Associação Regional de Audiodescritores.

“A Casa da Cultura sempre se coloca no lugar de escuta. Aqui é um espaço plural, e essa pluralidade exige que a gente consiga se adaptar para todos. Nossa intenção é que esse trabalho deixe de ser um evento esporádico e se torne algo dentro da rotina das atividades realizadas na Casa da Cultura”, comentou Josy Brito, diretora da casa.

As obras expostas na exposição “Eu, oca”, dos artistas piauienses Avelar Amorim, Amaral, Mika e Rosa, foram descritas pelo professor Branco, especialista em deficiência visual e membro da Associação Regional de Audiodescritores. “É preciso que os artistas se preocupem, quando pensarem em seus trabalhos, em atender esse público. Fizemos uma pesquisa em 2017 e constatamos que as pessoas com deficiência têm sede de conhecer os artistas e suas obras, mas infelizmente elas não estão adaptadas”, lamenta o especialista.

Beatriz Rodrigues, consultora em audiodescrição e revisora braille, está incluída no grupo de teresinenses deficientes visuais e que lutam por acessibilidade comunicacional. “Nosso anseio não é só por acessibilidade arquitetônica, de rampas, de elevadores com vozes sonoras. Queremos uma acessibilidade que contemple a audiodescrição, porque o deficiente visual quer ir ao cinema, ao teatro, mas não vai porque sabe que não terá acesso ao que está sendo exposto”, disse Beatriz ao sugerir que a Casa da Cultura ofereça audiodescrição em todos os eventos.

“Chega um momento que não queremos apenas estudar, queremos a mesma inclusão dada as outras pessoas. Sugeri para a Josy a realização de uma oficina de dança para os deficientes. Amo dançar e gostaria muito de participar”, completou.

Fonte: PMT

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