Educação

Ex-secretário do PT vai cumprir pena alternativa

Piauí Hoje

Domingo - 09/03/2008 às 04:03



Na semana que vem, o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, vai começar a cumprir o acordo com a Justiça que o livrou de responder ao processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).Nesta sexta-feira (7), ele foi a uma subprefeitura de São Paulo acertar detalhes do cumprimento do acordo. E, numa entrevista exclusiva ao "Jornal Nacional", contou como uma empresa parceira da Petrobras realizou um sonho de consumo dele.Vinte e oito minutos depois do combinado, ele chegou sozinho e com um envelope nas mãos. Ele trouxe o documento com o acordo que selou com a Justiça. Em troca de ficar livre do processo que investiga o mensalão, o ex-secretário geral do PT se comprometeu a prestar 750 horas de serviços comunitários, em três anos.CulpaEle assumiu uma culpa. "Acho que tem uma responsabilidade minha sim. Enquanto direção do PT fiz parte de uma direção, essa direção cometeu alguns erros políticos e enquanto membro da direção eu também sou responsável por esses erros políticos. Eu acho que a decisão está na medida justa, vamos assim dizer", diz o ex-secretário-geral do partido.E os erros não foram dar dinheiro a parlamentares em troca de apoio político, diz ele. "Acho que o principal erro foi ter entrado na vala comum dos crimes eleitorais. Não deve existir nenhum partido político no Brasil nem hoje e nem existiu que não tenha se feito o uso de instrumentos de caixa dois."Silvio Pereira se apresentou ao departamento de recursos humanos. E ouviu o que a subprefeitura quer que ele faça lá. Segundas, terças e quartas-feiras: atendimento ao público na recepção do prédio. Quintas e sextas: zeladoria - andar pelo bairro para identificar os problemas que a população enfrenta.Mas o que Silvio Pereira vai fazer mesmo na subprefeitura do bairro do Butantã, na zona oeste de São Paulo, só será definido só na semana que vem, porque o ex-secretário-geral do PT, que atualmente é cozinheiro em um restaurante da família, quer fazer outra coisa. "Minha idéia de fazer uma cozinha, uma cozinha simples, uma cozinha para poder ensinar ou crianças, as mães das crianças carentes, e a horta comunitária para crianças." EntrevistaAntes de ir embora, o homem que foi acusado de negociar cargos públicos em uma sala do Palácio do Planalto decidiu falar sobre o caso que o deixou conhecido: a denúncia do "Jornal Nacional" de que ele recebeu um carro importado de uma empresa fornecedora da Petrobras. Silvio pereira disse que, enquanto estava no Partido dos Trabalhadores, foi apresentado a muitas pessoas. Uma delas foi um diretor da GDK - a fornecedora da Petrobras. O ex-secretário-geral do PT relatou que em uma das conversas com ele - regadas a uísque - disse que tinha um sonho de ter um "jipão", um jipe importado. O diretor da GDK - ainda segundo Silvio Pereira - teria falado que tinha mais de cem carros desse tipo na empresa. A conversa terminou aí."Grande erro"No encontro seguinte, o representante da GDK apareceu com o carro, disse Silvio Pereira. "O carro para mim foi um grande erro. Um grande erro que cometi na minha vida. Esse erro já paguei por ele, já paguei caro demais." Silvio Pereira disse que ia pagar o carro, mas depois da denúncia devolveu o jipe importado.Outro ladoA GDK ainda não se pronunciou sobre as declarações de Silvio Pereira. À época das denúncias, em julho de 2005, o vice-presidente da empresa, César Roberto Santos Oliveira, admitiu em nota ter presenteado o ex-secretário-geral do PT com o carro importado.

Fonte: G1

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