Estudo aponta presença masculina na maior parte dos abortos

Piauí Hoje


A compra do medicamento Cytotec, de comercialização controlada e usado por até 84% das mulheres que fizeram abortos nos últimos 20 anos, é uma atribuição predominantemente masculina.Essa é uma das conclusões do relatório Aborto e Saúde Pública no Brasil elaborado por pesquisadores das universidades de Brasília (UnB) e do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).O levantamento indica a participação masculina, seja no processo de decisão, seja na viabilização da maioria dos abortos no país.De acordo com os dados, consolidados a partir de mais de 2 mil pesquisas sobre o assunto realizadas nos últimos 20 anos, mais de 70% das mulheres que resolveram abortar vivem uma relação considerada segura ou estável. Além disso, apenas 2,5% das gestações interrompidas foram fruto de relações eventuais."A vasta maioria das mulheres identifica algum personagem masculino tanto no projeto reprodutivo quanto no processo de decisão pelo aborto", afirma a antropóloga Débora Diniz, uma das coordenadoras do estudo.Segundo ela, as pesquisas evidenciam que na grande maioria dos casos o homem é quem compra o medicamento. "Como há um indício de que o mercado do Cytotec segue o mercado do tráfico de drogas, essa é uma atribuição masculina. Os papéis de gênero levam os homens a esse ambiente", avaliou Diniz.Para a pesquisadora, as informações sobre a participação masculina no processo abortivo levam a interpretações ambíguas, podendo sinalizar tanto situações de parceria, como de pressão do homem sobre a mulher."Alguns estudos mostram que há um processo [do homem] de se eximir da sua responsabilidade - está aqui, estou dando o medicamento - e outros revelam a participação masculina numa distribuição de tarefas", relatou.A antropóloga alertou, no entanto, que os estudos sobre o papel masculino nas decisões pelo aborto são ainda feitos com pequenos grupos, amostras reduzidas que ainda precisariam ser ampliadas para conclusões mais abrangentes.A antropóloga alertou, no entanto, que os estudos sobre o papel masculino nas decisões pelo aborto são ainda feitos com pequenos grupos, amostras reduzidas que ainda precisariam ser ampliadas para conclusões mais abrangentes.

Fonte: Agência Brasil

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