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Estado Islâmico sofre derrota simbólica em cidade síria

Rebeldes sírios apoiados pela Turquia aplicaram neste domingo (16) um duro golpe ao grupo EI (Estado Islâmico)

Domingo - 16/10/2016 às 18:10



Foto: portalconservador.com Estado Islâmico
Estado Islâmico

Rebeldes sírios apoiados pela Turquia aplicaram neste domingo (16) um duro golpe ao grupo EI (Estado Islâmico), ao reconquistarem uma cidade perto da fronteira turca, Dabiq, que tem grande valor simbólico para os jihadistas.

Este revés do EI acontece enquanto norte-americanos e europeus se reúnem em Londres em uma nova tentativa de deter o banho de sangue na Síria.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), os extremistas jihadistas do EI se retiraram com a chegada dos rebeldes, que também capturaram Soran, uma localidade vizinha.

Um dos grupos rebeldes, a União Fastaqim, confirmou que Dabiq caiu após violentos combates com o Daesh, o acrônimo em árabe do EI.

O grupo publicou no Twitter fotos de combatentes sentados com suas armas na parte traseira de uma caminhonete, na que parece ser a localidade de Dabiq.

A agência oficial turca Anadolu explicou que os rebeldes sírios estavam desativando bombas deixadas pelo EI. Segundo a Anadolu, nove rebeldes morreram e outros 28 ficaram feridos nos combates.

Esta derrota tem um alcance simbólico para os jihadistas, pois, segundo uma das profecias do Islã, o exército dos muçulmanos seria dizimado, mas acabaria triunfando na cidade síria de Daqib.

EI perde territórios

O território controlado pelo EI segue diminuindo. Seu "califado", que se estendia por 90.800 km² no começo de 2015, abrange, hoje, 68.300 km² no Iraque e na Síria, segundo a empresa americana IHS.

De acordo com a Anadolu, desde o começo das operações, em agosto, os rebeldes apoiados pela Turquia tomaram o controle de 1.130 km². As áreas recuperadas estavam nas mãos de curdos ou do EI.

Mas sangue continuava sendo derramado na Síria. Um dia depois de negociações sem resultado com a Rússia na Suíça, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, reúne-se na tarde deste domingo, na capital britânica, com os chanceleres britânico, Boris Johnson, e francês, Jean-Marc Ayrault.

Alemanha e Itália, que integram o Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG, sigla em inglês), também participam das reuniões, mas a presença de seus ministros titulares não foi confirmada.

Os países europeus foram os grandes ausentes na reunião de ontem na Suíça. Autoridades norte-americanas acreditam que o grupo ISSG é muito importante para tomar decisões rápidas.

A reunião na Suíça não permitiu elaborar um plano para restabelecer a trégua violada em setembro. Foi o primeiro encontro entre Kerry e o russo Serguei Lavrov desde o começo da ofensiva russo-síria, há três semanas, contra os bairros controlados por rebeldes no leste de Aleppo, norte daquele país. Estes bairros sofreram novos bombardeios aéreos neste domingo.

'Zona de não-bombardeio'

Na reunião de Londres, Johnson irá propor, segundo o "Sunday Times", que cita fontes ligadas ao ministro, a criação de "zonas de não bombardeio" em Aleppo. Johnson quer convencer os colegas ocidentais a pressionar ainda mais o regime sírio e seu aliado, Rússia.

O regime de Damasco e a Rússia afirmam que bombardeiam Aleppo para eliminar terroristas. Moscou propôs esta semana que os rebeldes deixassem aquela cidade, garantindo a sua segurança. Já a ONU apresentou um plano para que saíssem os combatentes do Fatah al-Sham, ex-Frente al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda.

Mas tanto a oposição quanto seus apoios temem que, sob o pretexto de retirar os combatentes, o regime e a Rússia busquem apenas uma rendição completa de Aleppo.

Fonte: UOL

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