Arte e Cultura

Esperança Garcia será homenageada no enredo da Mangueira

A escrava Esperança Garcia recebeu o título de advogada pela OAB do Piauí

Quarta - 21/11/2018 às 15:11



Foto: ícones da História Esperança Garcia
Esperança Garcia

A escrava piauiense Esperança Garcia escreveu uma das mais antigas cartas de denúncia de maus-tratos contra os negros que se tem registro no Brasil. O texto escrito em 1770 foi entregue ao governador da província do Piauí e resultou na libertação de inúmeros escravos, fazendo com que essa mulher, após a morte, recebesse o título de advogada pela OAB do Piauí. Em 2019, a trajetória de Esperança Garcia será retratada pela escola de samba Mangueira, no carnaval do Rio de Janeiro. 

Segundo informações do site Extra, a escola levará à Avenida o lado B da história do Brasil, de heróis pouco conhecidos, às vezes esquecidos da narrativa oficial. Muitos deles negros, o que reforça a importância do Dia da Consciência Negra, celebrado ontem (20). 

Além de Esperança Garcia, o carnavalesco Leandro Vieira representará em alas e alegorias figuras como Dandara, mulher de Zumbi e guerreiro da luta contra a escravidão; Luísa Mahin, líder do levante dos negros malês em Salvador; e Luiz Gama, advogado, jornalista e poeta abolicionista. 

“É muito pertinente quando a Mangueira se coloca na condição de narrar a história não contada das lutas negras. A minha intenção, com isso, é aproveitar esse momento de discussão sobre a importância da representatividade para apresentar ao grande público os personagens que não tiveram a notoriedade que deveriam ter. O que o enredo quer fazer é despertar a consciência”, afirma Leandro ao Extra. 

No caso de Esperança Garcia, o presidente da ONG Educafro, Frei David, lembra que a então escrava percebeu que várias pessoas eram escravizadas de forma ilegal, ferindo leis internacionais. 

Por ser uma pessoa sábia, fazia petições ao governador do Piauí exigindo a libertação de escravos. E o governador libertou várias pessoas por isso. A história é tão forte que, agora, em 2017, a comunidade negra do Piauí apresentou para a OAB do estado uma pesquisa superconsistente e solicitou o título de advogada a Esperança Garcia. E eles concederam, post mortem. Naquela tempo não existia no Brasil faculdade de Direito. É assim, então, que ela passou a ser a advogada mais antiga do país 

Fonte: EXTRA

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