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DESCOBERTA

Pesquisadores encontram vinho de 2 mil anos em tumba romana na Espanha

Descoberta em Carmona revela vinho mais antigo do mundo em estado líquido

Da Redação

Sexta - 21/06/2024 às 10:24



Foto: X(ex-twitter) Vinho mais antigo do mundo é encontrado na Espanha
Vinho mais antigo do mundo é encontrado na Espanha

Pesquisadores espanhóis anunciaram a descoberta do vinho mais antigo do mundo, datado de 2 mil anos, encontrado dentro de uma urna funerária romana em Carmona, na província de Sevilha, sul da Espanha. A descoberta foi publicada no Jornal de Ciência Arqueológica deste ano.

A urna foi localizada em uma tumba romana oculta no subsolo de uma casa na cidade. Segundo os arqueólogos, o vinho líquido, com tonalidade marrom-avermelhada e características encorpadas, estava acompanhado pelos restos mortais cremados de um homem romano.

Os pesquisadores da Universidade de Córdoba conduziram testes que revelaram que os aproximadamente cinco litros de líquido na urna eram de fato vinho, e não resultado de condensação ou inundação. Com um pH de 7,5, similar ao da água, o vinho apresentava elementos químicos compatíveis com os vinhos modernos.

Apesar da coloração marrom-avermelhada causada por reações químicas ao longo dos séculos, o vinho originalmente era branco. A equipe identificou isso através de biomarcadores e compostos químicos, comparando-os com vinhos típicos da região. A ausência de ácido siríngico, composto formado na decomposição do vinho tinto, confirmou a origem branca do vinho.

“O vinho mostrou-se bastante semelhante aos vinhos da Andaluzia, como os vinhos do tipo xerez, feitos geralmente com a combinação de três tipos de uvas brancas”, afirmou Ruiz Arrebola, químico orgânico da Universidade de Córdoba que liderou a análise.

A urna foi recuperada em 2019 após uma família em Carmona encontrar o túmulo durante obras em sua casa. José Ruiz, um dos pesquisadores, destacou que a tumba, esculpida na rocha, manteve-se intacta por 2 mil anos. A descoberta inicial incluiu um perfume romano de 2 mil anos com aroma de patchouli, mas a surpresa maior veio com a descoberta do vinho.

A tumba, com oito nichos funerários, continha urnas de calcário, arenito, vidro e chumbo, cada uma com restos cremados de um único indivíduo. Duas urnas estavam inscritas com os nomes Hispanae e Senicio. Notavelmente, a tumba não havia sido invadida ou saqueada, fato raro para sepulturas romanas.

Antes dessa descoberta, o vinho mais antigo preservado em estado líquido era de uma garrafa escavada em 1867, em um túmulo romano perto de Speyer, na Alemanha, datada de cerca de 325 d.C.

Esta descoberta não só acrescenta conhecimento sobre práticas funerárias romanas, mas também oferece insights sobre a produção e preservação de vinhos antigos. A equipe espera que as técnicas desenvolvidas ajudem futuros estudos sobre alimentos e vinhos históricos.

A ação rápida dos moradores de Carmona, que notificaram o departamento arqueológico ao encontrar a tumba, foi crucial para a preservação e estudo dessa descoberta histórica.

Fonte: Folha Vitória

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