Economia

Quase 30% das empresas no Brasil são lideradas por mulheres

Pesquisa aponta um crescimento de 10 pontos percentuais em relação a 2016.

Quinta - 08/03/2018 às 18:03



Foto: Reprodução Mulher líder
Mulher líder

Aumentou o número de mulheres em cargos de liderança no Brasil - é o que aponta a pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business, realizada pela Grant Thornton com mais de 4.995 empresas em 35 países. A pesquisa, realizada pelo 14º ano, será divulgada globalmente no dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, e aponta que 29% das empresas brasileiras possuem mulheres em cargos de liderança – crescimento de 10 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com este avanço, o Brasil fica acima da média global, que foi de 24% (queda de um ponto percentual) em relação levantamento de 2017. Outro destaque foi a queda de empresas que não possuem mulheres em cargos de liderança – 39%, sendo que em 2017 este indicador era de 53%. “Os dados deste ano comprovam que as companhias estão desenvolvendo a mentalidade de querer que mais mulheres liderem. Para que os indicadores cresçam ainda mais, as companhias precisam recrutar e treinar os talentos que provavelmente já estão presentes em suas próprias organizações”, comenta Madeleine Blankenstein, sócia da Grant Thornton. 

O estudo aponta que a diversidade em todos os sentidos é boa para as empresas, pois incentiva diferentes modos de pensar e abre novas oportunidades de crescimento. Isso é particularmente relevante em um ambiente de negócios global em rápida mudança, uma vez que visões diferentes sobre o mesmo problema poderão ajudar as empresas a analisar e navegar melhor diante das incertezas. “A diversidade de pensamento traz um ganho expressivo ao resultado das empresas, agrega inovação e acelera a tomada de decisão. Empresas com alto nível de diversidade são corajosas, versáteis e lidam melhor com os riscos do negócio. Mas, além de possuir diversidade, é preciso engajar estes profissionais na estratégia da empresa, para que seja realmente efetivo”, Carolina de Oliveira, diretora de Marketing e Client Experience da Grant Thornton.

A América Latina apresentou a maior melhora no último ano, com a porcentagem de empresas com pelo menos uma mulher em administração sênior, passando de 52% em 2017 para 65% este ano, e a proporção de cargos seniores de mulheres passou de 20% para 30%. Por outro lado, a região é a que apresenta o menor número de empresas com pelo menos uma mulher na administração sênior (65%), enquanto a América do Norte tem a menor proporção de papéis seniores desempenhados por mulheres (21%). “O aumento significativo na porcentagem de empresas com pelo menos uma mulher em liderança sênior pode ser o resultado dos líderes empresariais se convencerem dos benefícios que uma equipe diversa pode trazer”, completa Madeleine.

Mulheres no comando
Liderança nas mãos das mulheres: uma realidade no mundo

Cenário global

Os indicadores globais apontam que houve aumento no número de empresas que possuem mulheres em quadros de liderança - 75% em 2018, 9 pontos percentuais a mais em relação aos 66% do ano passado. Por outro lado, a proporção de mulheres caiu um ponto percentual passando para 24%. A pesquisa revela que a introdução de políticas por si só não é suficiente para impulsionar os indicadores, para criar mudanças é necessária uma cultura de inclusão mais ampla.

As economias emergentes têm impulsionado a participação de mulheres em cargos de liderança, como a África (onde 89% das empresas têm pelo menos uma mulher na alta administração), a Europa Oriental (87%) e a América Latina (65% - incremento de 13 pontos percentuais). Houve ainda um aumento significativo nas regiões desenvolvidas, como a América do Norte (de 69% a 81%) e a União Europeia (UE de 64% a 73%).

O relatório destaca que, embora seja extremamente positivo que as mulheres estejam em papéis seniores em mais negócios, é decepcionante que eles estejam sendo tão mal distribuídos. Isso sugere que as empresas estão se concentrando em um progresso significativo e nos faz crer que não obterão os benefícios da verdadeira diversidade de gênero. Precisamos ir além da política e concentrar-nos no papel vital que a liderança e a cultura podem desempenhar na criação de um verdadeiro progresso no equilíbrio de gênero. Há evidências convincentes do vínculo entre a diversidade de gênero na liderança e sucesso comercial. A atual volatilidade da economia global e a inovação tecnológica em curso tornam a questão mais importante do que nunca", conforme destacado no relatório.

As regiões com a maior proporção de papéis seniores desempenhados pelas mulheres são Europa Oriental (36%), América Latina e África (30%). Já as regiões com menor proporção de papéis seniores desempenhados pelas mulheres são: América do Norte (21%), APAC (23%) e União Europeia (27%).

Políticas empresariais

O relatório da Grant Thornton investiga o papel das políticas empresariais e governamentais na mudança. Os dados mostram que as políticas de igualdade de gênero são abundantes e generalizadas, com 81% das empresas adotando a igualdade de remuneração para homens e mulheres desempenhando os mesmos papéis e 71% implementando políticas de não discriminação para recrutamento. As medidas que apoiam os países que trabalham também são populares entre as empresas, incluindo a licença paternidade paga (59%), horário flexível (57%) e trabalho a tempo parcial (54%).

As empresas dizem que estão motivadas a introduzir políticas de igualdade de gênero principalmente para atrair e manter funcionários (65%) e para viver de acordo com os valores organizacionais (65%). Recrutamento e retenção são prioridades estratégicas para as empresas e a igualdade de gênero na liderança tornou-se um elemento central da marca da empresa. No entanto, as empresas dizem que as barreiras à introdução de políticas incluem a complexidade de traduzir boas intenções em prática (22%) e estereótipos sobre papéis de gênero (21%).

Seguem 10 recomendações da Grant Thornton para que as empresas alcancem a diversidade de gênero:

1- A liderança tem que acreditar na causa;

2- Faça da diversidade e inclusão um valor relevante;

3 - Estabeleça metas e métricas;

4- Faça o link entre performance e compensação;

5- Evite palavras sem atitutes reais;

6- Tenha coragem de não recrutar e promover apenas profissionais que pensem e se pareçam com você;.

7- Promova a mentoria ou patrocínio entre profissionais internamente;

8- Conheça os benefícios da diversidade;

9- Esteja confortável com o desconforto de falar sobre diversidade

10 - Compartilhe histórias.

Fonte: Textual Comunicação

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