A Câmara de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, está em busca de um jornalista. As funções deste profissional, que deve ter nível superior e conhecimentos em informática, vão desde elaborar boletins informativos a desenvolver media training e planejar a comunicação integrada. Para ele, que terá jornada de 44 horas semanais, o salário será de R$ R$ 1.949,85, bem abaixo do piso para a profissão no estado de São Paulo.

De acordo com o edital, a Câmara abriu o concurso para preencher as vagas existentes e formar cadastros reservas. Quem quiser concorrer ao cargo de jornalista (apenas uma vaga para este concurso e 10 para cadastro reserva) deve pagar inscrição de R$ 60,00 e realizar provas objetivas e dissertativas.

Em contato com a Câmara de São Caetano, o Comunique-se apurou que a questão salarial é resultado da Lei Nº 5.096 de setembro de 2012, aprovada durante a gestão do então prefeito José Auricchio Júnior (PTB), que determinou a reestruturação administrativa do Legislativo, extinguindo alguns cargos e mudando a estrutura organizacional.

No documento, o cargo de jornalista aparece dentro do quadro de empregos permanentes, a ser remunerado por R$ 1.820,59 e ter como funções uma lista extensa de atividades, como: auxiliar diretamente o diretor de comunicação na execução de suas atribuições, distribuir informações para a imprensa escrita e falada de modo geral, responder mensagens eletrônicas referentes ao funcionamento do Legislativo, executar atividades correlatas e outros.

O caso, que parece inusitado, é mais comum do que se imagina. Segundo o secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, André Freire, o sistema é injusto e complicado de ser resolvido, já que obedece a leis internas. Para discutir o caso, uma reunião foi agendada para a próxima semana entre o sindicato e o diretor de comunicação da Câmara de São Caetano do Sul, o publicitário Ailton Bosi. "Ele sugeriu que fôssemos conversar com ele, o que faremos, por razão de agenda, na próxima semana, com apoio do nosso departamento jurídico", disse Freire.