Educação

Em 48 anos, Brasília virou metrópole com os mesmos problemas de Rio e

Piauí Hoje

Segunda - 21/04/2008 às 04:04



Projetada para ser a sede administrativa do país, ao longo dos 48 anos completados hoje Brasília passou a ser considerada uma metrópole, com os problemas de cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro. A capital se tornou uma espécie de Eldorado, atraiu pessoas de vários estados em busca de emprego e melhores condições de vida, sem estar preparada para receber tanta gente. Inicialmente, a previsão era abrigar 500 mil habitantes e hoje tem cerca de 2,5 milhões de pessoas.Quem foi para lá na construção da cidade, os chamados candangos, e permaneceu, acompanhou as transformações. É o caso do pioneiro João Cândido da Silva, de 68 anos. Para ele Brasília continua bela, mas a qualidade de vida piorou com o crescimento descontrolado da população."As autoridades competentes perderam o controle da situação, e, com isso, sofre o governo, sofre a população. Nós não temos espaço para o que vai acontecer. A gente tem até medo de sair na rua a pé e morrer atropelado por causa da quantidade de carros. A cidade continua muito bonita e evoluída, mas é muito diferente de antigamente".Segundo o geógrafo e professor da Universidade de Brasília, Aldo Paviani, os problemas de da cidade foram agravados pela criação desordenada das regiões administrativas. Elas surgiram sem ter a capacidade de suprir as necessidades de seus moradores. Com isso, as pessoas se vêem obrigadas a buscar emprego, saúde e educação no centro da capital."O erro, se é que foi um erro, foi ter aberto espaço para outros núcleos além do Plano Piloto. Cidades distantes acarretam problemas de transporte, passagens de ônibus caras, exigem do governo mais asfalto, água, esgoto, eletricidade. As escolas e hospitais precisam ser ampliados. Brasília pode se tornar em breve ingovernável por causa do elevado custo que tem para ser administrada".Brasília lidera o ranking das cidades com melhor qualidade de vida no país, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). No entanto, o geógrafo lembra que a capital também é a campeã das desigualdades. O nível de satisfação da população que vive na capital do país é mais que o dobro da média nacional, segundo a FGV. Uma pesquisa da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) mostra também que a qualidade de vida dos jovens de Brasília é a melhor do país.

Fonte: Agência Brasil

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