Educação

Ex-Kid Abelha Paula Toller fala sobre ser simbolo sexual aos 45 anos

Piauí Hoje

Domingo - 16/12/2007 às 03:12



Paula Toller, 45 anos (imperceptíveis), disse à Contigo! que admira a pegada afirmativa dos homens, do tipo "eu faço", "deixa comigo", mas acredita que muitas mulheres fortes têm a voz mais delicada e elegante - como a sua. "Não é necessário gritar e parecer um homem para realizar as coisas", analisa. Paula está em sua segunda jornada-solo, longe da banda que a trouxe para a linha de frente do pop nacional, o Kid Abelha. Com o recente CD, SóNós, ela completou 25 anos de carreira desde que encontrou os amigos e companheiros de banda na PUC do Rio de Janeiro - Leoni, 46, e George Israel, 47, além do guitarrista Bruno Fortunato, 51, no início dos anos 80. Prestigiada pelos homens, ela só tem olhos para o marido, o cineasta Lui Farias, 49, com quem está casada há 20 anos, e para o filho do casal, Gabriel, 18. "Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e pedisse a um gênio o homem perfeito, duvido que ele chegasse perto do que é o Lui. Até os defeitos dele são perfeitos!", ela se declara. Você costuma dizer que tem um jeito moleque que muita gente não conhece e ao mesmo é considerada símbolo sexual. Como lida com isso? Gosto de freqüentar esses dois universos sem ficar presa a nenhum deles. Num dado momento da minha vida artística, eu decidi aceitar que me considerassem um símbolo sexual em vez de resistir a isso. E foi divertido. Foi como se eu dissesse: "Ok, vocês venceram, mas agora agüentem!" (risos) Essa aparente derrota foi uma grande liberdade...Nesse disco, você fez uma música para o Lui, seu marido. Qual a importância que ele tem em sua carreira? Fiz Você Me Ganhou de Presente em homenagem a ele, inclusive usando um ritmo que ele adora. No começo do nosso namoro eu estava meio perdida e o Lui, que vem de uma família tradicional de cineastas e atores, me incentivou muito. Nós embarcamos juntos nessa viagem de ser artistas. Você encontrou uma receita para ter um casamento bem-sucedido? Eu e Lui sempre fazemos coisas juntos, colaborando um com o outro. Acabei de escrever uma música para o filme infantil que ele vai lançar no Natal, Os Porralokinhas. Já fizemos letras de música juntos, ele dirigiu videoclipes e acabamos de dividir a direção do meu show, em que ele foi um dos criadores do cenário. Nunca é monótono, procuramos sempre estimular o outro em todos os sentidos. Gostamos muito de conversar, de fazer nada juntos... Como é a Paula Toller mãe? Como conseguiu conciliar esse papel ao longo da carreira?Diminuí drasticamente a quantidade de trabalho quando o Gabriel era pequeno. E não me arrependo. Sempre com a ajuda do Lui, consegui manter as coisas bem organizadas em casa. Agora que ele está grande, eu só dou apoio e supervisiono. Você consegue ter uma rotina normal? Durmo tarde e procuro acordar cedo, mas preciso dormir bem... Essa matemática ainda eu não consegui resolver (risos). Tenho rotinas que vão se modificando ao longo da semana, do mês ou do ano. Para mim é normal, por exemplo, sair de casa 2h da manhã para acompanhar a mixagem de uma música. Não abro mão de nada que seja importante, só das "roubadas". As pessoas costumam ser muito carinhosas ao me abordar na rua, opinam sobre alguma entrevista, sobre as músicas, então é relax. Incomoda o fato de ser vista como popstar? No início, sim. Achava uma futilidade. Eu era muito encanada. Levei um bom tempo até relaxar e aproveitar. Hoje eu administro isso bem, curto cada momento integralmente. Se estou em cena, sou 100% estrela, se estou no escritório, sou 100% executiva, se estou na cozinha, sou 100% dona-de-casa. No primeiro CD (o homônimo Paula Toller), você fez uma canção para seu filho e agora gravou uma outra. Você já disse que se emocionou quando escreveu a letra, mas que a reação dele foi normal. Você esperava uma reação diferente? Eu jamais colocaria pressão para vê-lo reagir de uma forma específica. Fiz essa canção a partir de um sentimento profundo e verdadeiro. Nós nos damos muito bem, gostamos de ouvir músicas juntos e comentar. E não sou mãe-carente. A idéia de um segundo "parto", do verbo partir, me ocorreu nesse momento em que a responsabilidade sobre a vida dos filhos vai passando para eles próprios. Em vez de resistir a esse processo, achei mais sensato ajudar a promovê-lo. É um momento emocionalmente intenso, mas de grande alegria. Você demonstra ser bem-sucedida na vida pessoal e profissional. Como você se sente aos 45 anos? Acha que é uma idade reveladora? É uma sensação extraordinária ser mulher e viver de música, de poesia. Quando penso nisso, abro um sorriso e ganho o dia. Sou respeitada como cantora e compositora. Dentro do meu circuito, da música popular brasileira, você pode ser bonito ou feio, mas tem de mandar bem no palco. E quanto a isso estou segura. Você tem cuidados de beleza para manter a forma? Gosto de jogar tênis e correr. Sou praticamente uma atleta em termos de disciplina. Dois dias antes de um show eu já estou me preparando. Cuido da saúde para não ficar gripada ou rouca e fico mais bonita e bem-humorada quando pego sol ou mergulho no mar. Tem medo da velhice? Não penso na velhice como uma condenação. Tento me cuidar para viver bastante e continuar criando e inspirando as pessoas. Experiências fortes, como o fato de ter sido criada pelo seu pai (Luis Paulo) e pelos seus avós, longe de sua mãe biológica, além de ter perdido um irmão tão cedo, mudaram a sua forma de encarar a vida? As perdas são inevitáveis. As tragédias acontecem com todos. Apesar do sofrimento, não me tornei amarga com a morte do meu irmão (Carlos, em um acidente de ônibus, em 1995), pelo contrário, passei a reclamar menos da vida e aproveitar mais. Fui criada por mulheres fortes. Até os 8 anos, pela minha avó paterna, que era desquitada, trabalhava e tinha automóvel desde os anos 40. Minha outra avó, com quem fiquei até os 20, era formada em contabilidade e tinha seu próprio negócio. Meu avô era de família mineira, antiquado, mas fazia questão que eu me formasse e aprendesse idiomas. Então foi inevitável que eu me identificasse com Rita Lee e Wanderléa e ficasse à vontade no ambiente masculino das bandas de rock.

Fonte: Contigo!

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