A líder opositora Benazir Bhutto, assassinada na quinta-feira (27), morreu por causa de um fragmento de estilhaços de bomba que lhe atingiu na cabeça, entrando pela têpora esquerda, informou um porta-voz governamental paquistanês nesta sexta-feira (28). Segundo o relatório médico, Benazir morreu após um suicida detonar a carga explosiva que levava. Ela foi atingida por "um fragmento de bomba que bateu em sua cabeça e causou uma fratura fatal", afirmou o porta-voz do Ministério do Interior, Javed Cheema, em declarações à agência paquistanesa "APP". Cheema disse que, embora o suicida tenha atirado em Benazir, a líder paquistanesa não tinha marcas de bala.Além disso, o porta-voz disse que a organização terrorista al-Qaeda reconheceu sua responsabilidade no assassinato, e que Benazir já tinha recebido ameaças dos fundamentalistas no passado.Cheema disse que ainda é cedo para identificar o autor do assassinato, ocorrido na quinta-feira quando a paquistanesa acabava de pronunciar um discurso num parque da cidade de Rawalpindi, próxima a Islamabad.Em comunicado oficial, o Hospital Geral de Rawalpindi declarou que Benazir já não respirava quando chegou ao centro, tinha pressão arterial fraca e uma ferida aberta na têmpora esquerda, com perda de massa encefálica.Até o momento, a versão das diversas fontes era de que o suicida tinha atirado em Benazir, provocando ferimentos à bala antes de se explodir no meio da multidão e causar a morte de outras 28 pessoas.FuneralA ex-premiê paquistanesa foi enterrada nesta sexta-feira no mausoléu da família Bhutto em sua localidade natal, Garhi Khuda Baksh, num funeral assistido por milhares de pessoas, muitas delas simpatizantes de seu Partido Popular do Paquistão (PPP). Sua morte deflagrou uma onda de violência no país que fez ao menos 19 vítimas em 24 horas. Carros e lojas foram queimados e centenas de manifestantes enfrentaram a polícia em várias regiões do país.Nesta sexta-feira (28) uma bomba matou quatro pessoas, entre elas um político do partido que apóia o presidente Pervez Musharraf, no noroeste do Paquistão, informou a polícia. O atentado com bomba ocorreu no Vale de Swat, no noroeste do Paquistão, segundo a polícia. O cortejoAs televisões paquistanesas mostraram imagens do cortejo fúnebre, encabeçado por um veículo que transportava o caixão da ex-primeira-ministra.O corpo da dirigente estava envolvido com as cores vermelha, verde e preta da bandeira de sua legenda política, o Partido Popular do Paquistão (PPP), enquanto centenas de pessoas aguardavam para dar seu último adeus.Estavam presentes sua irmã Sanam -a única que restou viva na família-, seu marido, Asif Zardari, e seus três filhos, que escutaram os cânticos dos seguidores de Benazir.Também foi à cerimônia o vice-presidente do PPP, Amin Fahim, cuja legenda declarou 40 dias de luto enquanto debate sua participação nas próximas eleições legislativas, previstas para o dia 8 de janeiro.O corpo da dirigente foi transportado durante a madrugada em um avião militar C-130 até a cidade de Sukkur (no sul do país), de onde partiram até sua localidade natal.Bhutto foi enterrada no mausoléu da família, onde descansa seu pai, Zulfikar Ali Bhutto, primeiro-ministro do país entre 1973 e 1977 e que foi derrubado pelos militares e enforcado em 1979. Zulfikar teve quatro filhos, dos quais três foram assassinados. Al-QaedaUm dirigente da al-Qaeda no Afeganistão, Mustafá Abu al-Yazid, reivindicou a responsabilidade pelo assassinato de Benazir Bhutto em nome da organização terrorista, informou a agência de notícias Adnkronos International (conhecida como AKI). Acabamos com um ativo muito valioso dos Estados Unidos, que tinha jurado derrubar os mujahedin", disse Yazid por telefone à correspondente da agência na cidade paquistanesa de Karachi. A notícia da AKI, agência com sede em Roma e que divulga suas informações em árabe, inglês e italiano, acrescenta que o "número dois" da al-Qaeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri, decidiu assassinar Bhutto, em outubro. Em outra notícia, a agência afirma que Zawahiri ordenou o atentado num vídeo de uma hora e meia, divulgado pela internet dia 17 de dezembro. O atentado Bhutto morreu nesta quinta-feira (27) em um atentado a bomba no Paquistão quando articipava de um comício político na cidade de Rawalpindi, a 12 quilômetros da capital, Islamabad. Bhutto retornou ao país em outubro, depois de anos de exílio, e era considerada uma das favoritas nas eleições parlamentares de 8 de janeiro. Ao menos 20 pessoas morreram neste atentado a bomba, e 40 ficaram feridas.
Fonte: Globo
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