Educação

Estados Unidos iniciam retirada de tropas do Iraque

Piauí Hoje

Terça - 30/06/2009 às 03:06



Militares norte-americanos começaram a carregar equipamentos para dar início a retirada das tropas dos EUA das cidades e centros urbanos do país. Ao concluir essa etapa, os EUA entregam formalmente as tarefas de segurança nestes locais às forças iraquianas.Sob novo comando Soldados levam bandeiras do Iraque durante desfile militar no antigo Ministério da Defesa do Iraque, a última das 86 posições ocupadas pelos militares dos EUA em Bagdá, desde a invasão em 2003A retirada acontece seis anos e três meses depois de George W. Bush declarar o início do ataque norte-americano ao Iraque. Este é o primeiro passo para a retirada total das forças estrangeiras que ocupam o Iraque desde a operação militar norte-americana de 2003, que atacou o país sem consentimento da ONU e baseada em frágeis argumentos sobre o controle de armas de destruição em massa pelo governo do então presidente Saddam Hussein.Segundo o acordo assinado no final de 2008 entre Bagdá e Washington (com George W. Bush ainda no poder), a partir desta terça-feira os soldados norte-americanos deixarão suas funções de segurança nas cidades iraquianas, mas ainda continuarão em bases militares dos EUA no país. Uma vez fora das cidades, as tropas americanas só voltarão a entrar em áreas urbanas se as forças de segurança iraquianas pedirem ajuda. O mesmo documento estipula que a data limite para uma retirada total das tropas americanas do Iraque é 31 de dezembro de 2011.Responsabilidade iraquianaSem os militares dos EUA, forças nacionais iraquianas assumem a tarefa de impedir as atividades da Al Qaeda e controlar a violência sectária no país - um objetivo que o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, qualificou na última semana como "um desafio"."Garantimos que as forças iraquianas estão prontas para a missão, apesar de algumas violações das medidas de segurança estabelecidas, e garantimos que o país está mais estável e seguro", disse Maliki.A violência diminuiu significativamente desde os confrontos de 2006 e 2007. No último mês de maio, o país registrou o menor número de mortes violentas desde o início da invasão americana, que derrubou o regime de Saddam Hussein. Contudo, ataques a bomba realizados na última semana mataram mais de 150 pessoas no país - uma prova de que o país não está livre da violência dos últimos anos.Não existem dados oficiais sobre o número de mortos, mas organizações independentes estimam que 4.316 soldados americanos morreram no Iraque desde o início da ofensiva militar em 2003 (segundo icasualties.org), enquanto mais de 100.000 civis iraquianos foram mortos em meio à violência no país no mesmo período (segundo Irak Body Count).IncertezasPara a diplomacia dos Estados Unidos, que foram alvo de críticas pelo modo como a invasão foi realizada desde seu começo, seria importante vitória que o Iraque conseguisse uma estabilidade sustentável, também porque se localiza em uma região marcada por outras instabilidades: a questão entre israelenses e palestinos e a problemática nuclear no Irã, principalmente.Mas esse é um caminho cheio de incertezas. Além das questões de segurança, o Iraque enfrenta problemas graves em outras frentes, desde a reconciliação nacional depois da ditadura sunita de Saddam Hussein ao reestabelecimento dos serviços básicos do país, passando pela corrupção em seu sistema político e pelos entraves na elaboração de uma base legal para a futura exploração do petróleo iraquiano, importante fonte de riqueza para um país que passou os últimos anos invadido.O jornal "The New York Times" resume a preocupação de americanos e iraquianos: "Como quase todo mundo já percebeu a essa altura, invadir o Iraque é muito mais fácil do que sair de lá".

Fonte: UOL

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