Educação

Dirigente da al-Qaeda no Afeganistão assume atentado que matou ex-prem

Piauí Hoje

Sexta - 28/12/2007 às 03:12



Um dirigente da al-Qaeda no Afeganistão, Mustafá Abu al-Yazid, reivindicou a responsabilidade pelo assassinato da ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto em nome da organização terrorista, informou a agência de notícias Adnkronos International (conhecida como AKI). "Acabamos com um ativo muito valioso dos Estados Unidos, que tinha jurado derrubar os mujahedin", disse Yazid por telefone à correspondente da agência na cidade paquistanesa de Karachi. A notícia da AKI, agência com sede em Roma e que divulga suas informações em árabe, inglês e italiano, acrescenta que o "número dois" da al-Qaeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri, decidiu assassinar Bhutto, em outubro. Para executar o assassinato a rede formou "esquadrões da morte". Um deles recrutou um voluntário do hoje dissolvido grupo extremista Lashkar-i-Jhangvi, da região do Punjab, no leste do Paquistão, que ontem assassinou Bhutto, ainda segundo a AKI. Em outra notícia, a agência afirma que Zawahiri ordenou o atentado num vídeo de uma hora e meia, divulgado pela internet dia 17 de dezembro.Governo concordaA tese de que a al-Qaeda é responsável pela morte de Bhutto é compartilhada pelo governo paquistanês -cujo presidente, Pervez Musharraf, enfrentava a oposição da ex-primeira-ministra. "Benazir estava na lista de alvos da al-Qaeda", afirmou à agência France Presse o porta-voz do Ministério do Interior do Paquistão, brigadeiro Javed Cheema. "Segundo todas as possibilidades a al-Qaeda está por trás deste trágico ataque para minar a segurança do Paquistão", acrescentou Cheema. O governo de Musharraf recebeu muitas críticas ontem por não ter reforçado a segurança durante o comício em que Benazir foi assassinada. O enterroEla será enterrada nesta sexta-feira (28) na cidade natal de sua família, no sul do Paquistão, um dia depois do atentado suicida que provocou sua morte e desencadeou protestos em todo o país, afundado em uma grave crise política.As forças de segurança se encontram em estado de alerta e temem novos atos de violência, que já mataram ao menos dez pessoas desde a confirmação do assassinato de Benazir.A ex-premiê foi assassinada, assim como outras 20 pessoas, num atentado suicida na cidade de Rawalpindi, próxima a Islamabad, depois de ter discursado em um comício relacionado às eleições legislativas de 8 de janeiro.Violentos confrontos explodiram na quinta-feira em várias cidades do país entre policiais e partidários de Bhutto, que incendiaram veículos e edifícios.O governo do presidente Pervez Musharraf acusou, nesta sexta-feira, extremistas islâmicos ligados à al-Qaeda pelo assassinato de Benazir Bhutto, mas afirmou que não tem provas do envolvimento da organização com o atentado.No entanto, afirmou que o governo não estava a par de uma reivindicação direta da al-Qaeda, como anunciou nesta sexta-feira o canal de televisão privado ARY TV, que não divulgou mais detalhes sobre a origem da notícia.Islamabad decretou luto nacional de três dias em memória da primeira mulher da era moderna a ter governado um país muçulmano.O corpo da ex-premiê chegou na madrugada desta sexta-feira à província meridional de Sindh para o funeral.Benazir Bhutto será enterrada no mausoléu familiar de Garhi Juda Bajsh, perto da cidade de Larkana, sul do país.

Fonte: Globo

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