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Open Banking: saiba mais sobre essa inovação

Sabe aquele relacionamento de anos que você construiu com o seu banco e não quer abandonar

Da redação

Sábado - 10/07/2021 às 08:31



Foto: Divulgação Trabalho
Trabalho

O sistema bancário está cada vez mais em mutação para beneficiar os consumidores. Recentemente o Pix fez uma revolução nas formas de pagamento e transferência, tornando o processo simples, rápido e gratuito. Agora chegou a vez do Open Banking!

O Open Banking veio para ajudar o consumidor no seu relacionamento com os bancos, experiências de compra e para facilitar o acesso aos dados por outras instituições, tudo com muita segurança e outros benefícios realmente surpreendentes.

Sabe aquele relacionamento de anos que você construiu com o seu banco e não quer abandonar, mesmo encontrando melhores serviços no banco vizinho? Talvez essa seja a oportunidade de ter mais autonomia nas suas escolhas e se beneficiar das novas regras do Open Banking que chegaram ao Brasil. Vamos ver mais sobre este assunto?

O que é Open Banking?

Na sua tradução literal, Open Banking significa Sistema Bancário Aberto. Isso quer dizer que a partir de agora, suas informações e histórico bancário não pertencem mais ao seu banco e sim a você, que terá a liberdade de levá-las para onde quiser e ter chances de receber melhores propostas em outros lugares.

Até o momento, você tinha as melhores condições, como limite de cartão de crédito e baixas taxas de financiamentos e empréstimos somente nos bancos em que tem conta aberta. 

Entretanto, com o Open Banking é possível compartilhar os seus dados como pessoa física ou jurídica com outras instituições para que elas possam oferecer as mesmas ou até melhores condições do que o seu banco atual.

O objetivo desse compartilhamento é realmente dar mais liberdade e autonomia aos clientes dos bancos, ao passo que também aumenta a concorrência entre os bancos para oferecer melhores condições aos seus clientes.

Foto: pixabay

O Open Banking é seguro?

Esses dados serão compartilhados de forma segura e quase instantânea, sendo possível acessá-los 24h por dia, 7 dias por semana sem que haja riscos de golpes e fraudes. Para isso, será necessário um alto nível de tecnologia que o banco Central já está preparado para fornecer junto aos bancos.

Da mesma forma, é importante ressaltar que o processo de implementação do Open Banking está em curso e será feito gradativamente para que todos os trâmites sejam seguros e com base na mais alta tecnologia para proteger os dados do usuário.

O Banco Central cuida de regulamentar todas as regras que os bancos devem cumprir para oferecerem suporte ao Open Banking. Em troca, os bancos poderão receber informações de histórico bancário de potenciais clientes que as autorizarem e assim terem a chance de fazer novos negócios não somente com correntistas.

Por toda essa regulamentação, os bancos e instituições financeiras que não cumprirem as regras do Open Banking estarão sujeitos a multas e até mesmo punições mais graves. 

As vantagens do Open Banking 

O Open Banking traz muitas vantagens aos clientes e também às instituições financeiras. Para facilitar, trouxemos as informações separadas para que você conheça os benefícios para cada um deles.

Para os Bancos

Apesar de esse ser um projeto que aumenta - e muito - a concorrência entre os bancos, eles terão a vantagem de poder fazer negócios também com quem não é correntista. 

Isso vai facilitar o processo por oferecer ao banco a oportunidade de fazer bons negócios com clientes diversos mesmo que eles não tenham relacionamento direto com o banco.

Além de aumentar o número de negócios, os bancos ainda terão a oportunidade de dar uma “amostra” aos não correntistas dos benefícios que eles podem ter ao serem clientes do banco. Isso pode gerar também oportunidades de abertura de contas e criação de ofertas diferentes de acordo com o perfil de cada consumidor.

Para as pessoas e empresas

Um dos maiores benefícios do Open Banking é com certeza a facilidade de não ter que começar um relacionamento “do zero” com um banco e ter que construir uma reputação dentro da instituição para só assim ter acesso a bons serviços financeiros. 

Agora o cliente não tem mais um relacionamento com o banco e sim com o mercado financeiro e todas as suas informações de contas pagas em dia, depósito de salário, faturas de cartão pagas em dia e compras em e-commerce ou loja virtual. Tudo pode ser compartilhado com quem o usuário desejar.

Por ser detentor de suas informações e histórico bancário, o cliente pode escolher com quem compartilhar esses dados e o banco tem a obrigação de compartilhá-las, dando assim a oportunidade do consumidor fazer cotação de produtos financeiros e condições em outros bancos e instituições financeiras. 

Além de serviços dentro do banco, o cliente também pode utilizar este benefício do open banking em uma loja virtual(se deseja criar a sua), por exemplo. 

Imagine que você está negociando um eletrodoméstico ou até mesmo um carro e entra no site da empresa para ver as condições do financiamento do mesmo. Imediatamente você terá a opção de ver quais as condições de financiamento os bancos oferecem, podendo melhorá-las ao compartilhar o seu histórico bancário.

Todo esse processo é feito de forma rápida para que o consumidor possa tomar suas decisões e efetuar suas transações. O mesmo processo vai valer tanto para aquisição de produtos financeiros quanto para mudança de banco. Com todo esse sistema, o custo burocrático também diminui, pela eficiência do processo.

Por fim, devemos reconhecer que o Open Banking pode ser uma boa oportunidade para que as pessoas contratem serviços com valores, taxas e prazos mais justos, já que os bancos precisam brigar um pouco mais pelos seus clientes, vencendo quem fizer as melhores propostas.

Como o Open Banking vai funcionar no Brasil

No Brasil, o processo de implementação do Open Banking começou em Fevereiro de 2021 e, segundo o Banco Central, vai ter quatro etapas. 

Primeira Etapa - As instituições participantes vão abrir os dados, canais de atendimento, os produtos e serviços que elas oferecem. Em um primeiro momento, não serão compartilhados dados de clientes e sim informações sobre as instituições para a construção de todo o ecossistema financeiro do Open Banking.

Segunda Etapa - Nessa segunda fase o cliente estará apto a compartilhar suas informações cadastrais com outras instituições, como nome completo, número de telefone, CPF/CNPJ, dados de transações e endereço. Vale lembrar que todos esses compartilhamentos só serão feitos com autorização do cliente.

Terceira Etapa - Em um terceiro momento será possível efetuar pagamentos fora do banco. Os clientes poderão compartilhar seus históricos bancários e ter acesso a serviços como pagamentos e até mesmo propostas que envolvem crédito por meios digitais como um aplicativo de mensagem.

Quarta Etapa - Na quarta e última fase vai ser possível compartilhar outros dados para contratação de produtos e serviços de outros bancos. A partir daí o Open Banking estará funcionando por completo e o cliente poderá aproveitar todos os benefícios desse novo sistema bancário aberto.

Foto: pexels

Qual a importância da educação financeira depois do Open Banking

A chegada do Open Banking vai ser, com certeza, um divisor de águas na vida dos brasileiros que vão passar a ter acesso a condições mais justas em produtos financeiros diversificados sem precisar criar um longo relacionamento com o banco, já que o relacionamento com o seu banco mais antigo poderá ser compartilhado com os outros.

No entanto, o que pode gerar problemas nesse novo sistema é realmente essa facilidade em adquirir produtos financeiros diferentes. Sabemos que o Brasil é um país que vive uma crise financeira e que, além de tudo, possui uma população carente de educação financeira para aprender a lidar com o seu dinheiro.

Essa facilidade na contratação de produtos financeiros pode fazer com que muitas pessoas percam o controle de suas finanças, mesmo que os juros sejam menores e acabam ficando endividadas. 

Sendo assim, é importante lembrar que não é porque você possui opções de crédito, que você precisa ou até mesmo consegue usar e honrar com as parcelas de pagamento do mesmo.

Vale lembrar também que não estamos falando da população carente (em crescimento na crise financeira) que nem sequer tem dinheiro para comer ou lidar com suas necessidades básicas, mas sim de uma classe média que possui condições de cuidar melhor do seu dinheiro, mas não tem interesse ou acesso facilitado ao conhecimento.

Por isso, é importante sempre lembrar de alguns dos fundamentos básicos da educação financeira para que as pessoas possam tomar decisões melhores com relação às suas contas, seu consumo e estilo de vida.

  • Gastar menos do que ganha

  • Evitar usar as opções de crédito

  • Analisar valores, juros e prazos de propostas caso seja necessária a aquisição 

  • Evitar compras desnecessárias, seja em loja virtual, lojas físicas ou até produtos maiores, como imóveis e automóveis.

  • Buscar opções de renda extra para ter mais do que ganha

  • Buscar formas de qualificação para aumentar o salário

  • Sempre buscar conhecimento sobre educação financeira

  • Colocar as contas na ponta do papel e ter controle de tudo

Conclusão 

Por fim, mesmo que o Open Banking seja uma ótima oportunidade de contratar serviços mais justos, é sempre importante analisar a sua condição financeira antes de tomar qualquer decisão. 

Por melhor que seja a oportunidade, ela não vai ser benéfica se você não der conta de arcar com os gastos que irão se acumular em longo prazo. Por isso, é muito importante ter controle emocional ao lidar com as finanças. 

Gostou de saber mais sobre o Open Banking? Ficou com alguma dúvida sobre o sistema? Deixe o seu comentário abaixo e compartilhe essa novidade com seus amigos que ainda não conhecem sobre o assunto.

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