Economia

JUROS

BC baixa a taxa Selic de 12,25% para 11,75% ao ano e projeta novos cortes

Essa foi a quarta reunião seguida do Copom com redução da taxa básica de juros. Próximo encontro do Comitê será no final de janeiro de 2024.

Da Redação

Quinta - 14/12/2023 às 00:27



Foto: Agência Brasil Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 0,5 ponto percentual, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano. O anúncio da redução foi feito no início da noite desta quarta-feira (13).

Este foi o quarto corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto deste ano. A decisão foi unânime. A próxima reunião do grupo está marcada para os dias 30 e 31 de janeiro de 2024. 

Banco Central já pode acelerar corte de juros?

Em 11,75%, a taxa chegou ao menor nível desde o início de março de 2022 - quando estava em 10,75% ao ano.

O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia. Cabe ao comitê definir o patamar da Selic a cada 45 dias.

No comunicado divulgado após o encontro, o comitê voltou a sinalizar que poderá cortar novamente a Selic neste mesmo patamar - 0,5 ponto percentual - nos próximos encontros.

"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário".

A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. A taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.

Comunicado do Copom 

No comunicado, o Copom também avalia que o cenário internacional está "menos adverso" do que em relação ao período da última reunião, realizada no início de novembro, mas que ainda exige "cautela por parte dos países emergentes", caso do Brasil.

Segundo o comitê, parte dessa melhoria no ambiente externo está relacionada ao "arrefecimento das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos" e a sinais de um início do processo de queda da inflação em diversos países.

Nesta quarta, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu manter os juros do país inalterados, em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, mas sinalizou o fim do ciclo de alta.

Em relação ao cenário brasileiro, o Copom avaliou que a inflação ao consumidor manteve trajetória de desinflação.

Na terça-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,28% em novembro, com uma inflação acumulada no ano de 4,04%.

Apesar da alta em novembro, a inflação neste ano está dentro do intervalo das metas de inflação perseguidas pelo BC. Para 2023, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Metas fiscais

No comunicado, o comitê defendeu novamente a importância de perseguir as metas fiscais já estabelecidas - a mesma sinalização já presente na nota divulgada após a reunião de novembro.

"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas".

Para 2024, o governo busca um déficit zero, ou seja, um equilíbrio nas contas públicas, sem resultado negativo nem positivo. Em outubro, no entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levantou dúvidas sobre o tema. Na ocasião, o presidente disse que "dificilmente" a meta zero seria cumprida.

Outro risco apontado por especialistas é a dependência do governo federal em aumentar a arrecadação para conseguir cumprir o objetivo no próximo ano. Serão necessários mais R$ 168 bilhões em 2024 - e algumas das medidas para aumentar as receitas ainda estão em tramitação no Congresso Nacional.

Fonte: Banco Central

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