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Duas tribos do Piauí protestam no Acampamento Terra Livre em Brasília

Terça - 25/04/2017 às 15:04



Foto: Tatiane Klein/MNI Duas tribos do Piauí participam do movimento
Duas tribos do Piauí participam do movimento

Um total de três mil índios são esperados no Acampamento Terra Livre em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. Eles se reúnem por lá desde o dia 24 e seguem até sexta-feira, 28. O evento é anual e do Piauí, participam as tribos Tabajara e Kariri com duas delegações.

Os indígenas estão concentrados a apenas dois quilômetros da Praça dos Três Poderes. Eles acreditam que esta será a “maior mobilização indígena dos últimos anos”. A expectativa inicial era reunir em torno de 1,5 mil índios de todo o país. No entanto, segundo os organizadores, o atual quadro de “ameaças e violações aos direitos constitucionais dos povos indígenas” promete mobilizar mais que o dobro de participantes.

“Na atual conjuntura política, nossos direitos estão sendo mais ameaçados que nunca. Este é o momento de nos unirmos para refletir sobre a situação e cobrar a retomada da demarcação das nossas terras e o fim da perseguição e criminalização das lideranças indígenas”, declarou Nara Baré, da coordenação executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), enquanto os primeiros grupos de participantes e voluntários se organizavam para montar as barracas de camping e tendas onde passarão os próximos dias.

Para custear as passagens ou ajudar com outras despesas, vários indígenas aproveitam o amplo espaço ao lado do Teatro Nacional para vender peças artesanais.

Denúncia

No início do mês, mais de 30 organizações indígenas e indigenistas denunciaram ao Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) que os últimos meses foram marcados por “sinais preocupantes” de retrocesso no cumprimento dos direitos indígenas.

Em carta enviada à relatora especial da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, as entidades criticaram propostas legislativas, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere do Poder Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas; a tentativa de criminalização de líderes indígenas e de organizações que os apoiam, como, por exemplo, o Conselho Indigenista Missionário – Cimi, alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito criada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, e o que classificam de “desmantelamento das políticas públicas voltadas à população indígena”.

Fonte: Com informações da Agência Brasil

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