Saúde

Doação de óvulos aumenta chances de gravidez; saiba como funciona a ovodoação

Domingo - 23/07/2017 às 11:07



Foto: Capesesp Grávida
Grávida

Muitas mulheres sonham em engravidar, mas as vezes este sonho acaba sendo adiado pelo desejo de conquistar sucesso profissional, estabilidade financeira, entre outros motivos. As chances de engravidar vão caindo conforme a idade: aos 25 anos de idade, existe uma possibilidade de 25% por ciclo da gravidez ir em frente. Aos 30, a chance é de 22%; aos 35, 12%; aos 40, é de 5%. E, com 45 anos as chances são de apenas 1%.

O número de mulheres que procuram tratamentos de reprodução cresce a cada ano. Os tratamentos mais populares são a Fertilização In Vitro (FIV) e a inseminação artificial, mas existem outros tratamentos menos conhecidos que amplia as chances do sonho da gravidez que é a Ovodoação. O método consiste na doação de óvulos de uma mulher para a outra.

O Conselho Federal de Medicina, CFM, por meio da Resolução N° 1358/92, determina que a doação de óvulos não pode ter caráter lucrativo e o anonimato da doadora deve ser preservado e vice-versa. É semelhante à doação de sangue ou órgãos e corresponde a 1/3 das gestações depois dos 40 anos.

O especialista em reprodução humana, Anatole Borges, ressalta que a responsabilidade da escolha dos óvulos é da clínica, que geralmente seleciona aqueles com características semelhantes e o máximo compatível possível com a receptora. “Infelizmente, ainda é pequeno o número de doadoras, talvez por falta de informações sobre sigilo, sobre que não fará nenhum mal à sua saúde e também a consciência sobre o quanto pode ajudar um outro casal na construção de sua família”, frisou o médico.

Como funciona a ovodoação?

Anatole Borges - A doadora participa de um tratamento semelhante à FIV, pelo qual receberá medicamentos, que podem ser através de injeções ou via oral, para estimular a produção dos óvulos. Quando prontos são aspirados para que sejam fecundados no laboratório, através da fertilização in vitro, com o espermatozoide do esposo da doadora. Após a formação dos embriões, eles são inseridos no útero da paciente.

Quem pode doar?

Anatole Borges - Toda clínica realiza um cadastro da doadora para que fique registrado suas principais informações. Esses dados ficam sob sigilo e jamais serão revelados para as receptoras e vice-versa. Geralmente quem pode doar são mulheres de até 35 anos, que contenham testes negativos pra DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), com o histórico de doenças genéticas negativos e tenham a tipagem sanguínea compatível com a receptora. Não podem se conhecer em hipótese alguma

Há riscos para as doadoras?

Anatole Borges - Absolutamente não! Os riscos que as doadoras correm são os mesmos que qualquer mulher que se submeta a uma FIV comum, sendo que nos dias de hoje, com medicamentos e protocolos mais modernos nem mesmo a Síndrome do Hiperestimulo ovariano tem se observado.

 E para as receptoras?

Anatole Borges - Também não existem riscos, apenas os mesmos que qualquer mulher submetida a FIV teria ao receber embriões. No geral, o risco maior que existe é de gravidez múltipla. Situação que pode ser contornada com a transferência de somente um embrião.

 Qual a chance de engravidar com óvulo doado?

Anatole Borges - As chances são infinitamente superiores aos de óvulos de uma mulher acima dos 40 anos. Para se ter uma ideia acima dos 40 anos a chance de gravidez na FIV com óvulos próprios é em torno de 5%, com um risco de parto de um bebê com Síndrome de Down em torno de 1 para cada 80 partos. Já em uma FIV por ovodoação a chance de gravidez salta para 50-60% e os riscos de um bebê com Síndrome de Down fica em torno de 1 para cada 1.600 partos, portanto bem mais segura.

Fonte: Redação

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: