Discutir reeleição é ignorar o grave momento nacional


O ex-ministro da Saúde e deputado federal Luiz Carlos Borges avalia que a política brasileira anda aos trancos. “Quando registra algum avanço em seguida sofre retrocesso”.

Em artigo, enviado nesta segunda-feira (15) ao Piauihoje.com, o ex-ministro, que é médico, professor e empresário ressalta que atualmente estamos presenciando a incubação de mais um episódio que atesta esse ir e vir característico de nossa instabilidade, episódio esse fermentado pelos próprios políticos que demonstram não querer a solidez do sistema, mas levá-lo ao sabor de seus interesses.

“Trata-se da reeleição, que pela última minirreforma foi proscrita, ressalvada apenas para eleitos ainda sob os efeitos da norma anterior – caso dos prefeitos que neste ano poderão disputar um segundo mandato”, lembra

Para Luis Carlos Borges, a reeleição no Brasil mostrou-se prejudicial ao sistema e à própria administração pública. “Os mandatários tomam cuidados extremos na preservação da imagem objetivando conquistar novo mandato, prejudicando a gestão. Por exemplo, deixam de adotar projetos e medidas impopulares e chegam a esconder situações adversas mentindo ao povo”.

Foi o que se viu na campanha presidencial em 2014, acrescente o ex-ministro. “Ao omitir a verdade e ocultar dificuldades prestam desserviço porque depois da eleição os problemas explodem com violência e a recuperação se torna lenta a dolorosa para todos. Prova disso são os problemas que o país enfrenta desde o ano passado”.

A manutenção ou extinção da reeleição parece ser uma questão apenas de conveniência dos políticos, seus grupos e partido, acredita o ex-deputado federal.

“Há menos de uma semana o presidente interino teve de fazer declaração pública contra o restabelecimento de reeleição, porque crescem confabulações e tratativas isoladas para a manutenção da reeleição presidencial. Aliados tratam abertamente do assunto, como fez o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, daí a manifestação oficial de Michel  Temer, talvez para evitar que houvesse inferência de que estivesse ele mesmo alimentando a ideia”, ressalta.

“É inacreditável que as lideranças políticas esqueçam o grave momento nacional que requer todos os esforços no sentido de superar os problemas e dificuldades. Deveriam usar a influência para contribuir com soluções, não para promover mais turbulência. Em verdade, estão preocupados com reeleição e outras maquinações interesseiras e buscam somente levar vantagem”, conclui o artigo.

Fonte: Assessoria

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