Equatorial não vai à audiência sobre reajuste da tarifa

Audiência pública discutiu os reajuste na tarifa de energia e as demissões de servidores


Audiência pública na Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa

Audiência pública na Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa Foto: Paulo Pincel

Sem a presença de deputados de oposição e sem nenhum representante da direção da Equatorial Energia, a Comissão de Infraestrutura e Política Econômica da Assembleia Legislativa do Piauí realizou audiência pública na manhã desta quinta-feira (6) para discutir os reajustes na tarifa de energia elétrica e as demissões de servidores depois que a empresa que assumiu o comando da extinta Cepisa.

Audiência pública foi proposta pelos deputados do PT Francisco Lima, líder do Governo na Assembleia, e Flora Izabel.

Desde julho, quando houve o leilão para privatização da Cepisa, a Equatorial Energia passou a atender a 1 milhão e 300 mil consumidores,  com um faturamento mensal de 250 milhões.

Menos de uma semana depois de assumir a empresa, a Equatorial iniciou a demissão de servidores, alguns com 40 anos de serviço, como o sindicalista Adalberto Pereira.

O presidente do Sindicato dos Urbanitários, Paulo Sampaio, presente à audiência, denunciou que 43 trabalhadores já foram demitidos sem justa causa e sem critérios.

O sindicato também denuncia que a Equatorial recebeu a Cepisa já com a autorização para um reajuste na tarifa de 27% agora em dezembro. E já anunciou um novo aumento, de mais 12,65% na tarifa, percentual esse já autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Paulo Sampaio reclama que a empresa não abre diálogo com a categoria e que foi impetrada uma ação civil pública no Ministério Público do Trabalho, que já concedeu liminar determinando a reintegração dos 43 demitidos. A decisão judicial tem sido ignorada pela Equatorial, denuncia Sampaio.

Na tarde dessa quarta-feira (5), os servidores foram surpreendidos com um e-mail enviado pela direção da Equatorial apresentando um programa de desligamento voluntário (PDV), considerado muito aquém do esperado pela categoria.

A deputada Flora Izabel está avaliando a possibilidade de apresentação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) visando assegurar o emprego de todos os concursados da extinta Cepisa.

Outras medidas judiciais também estão sendo discutidas pelo líder do Governo com a direção dos sindicatos que representam a categoria.

A direção da Equatorial encaminhou ofício ao presidente da Assembleia Legislativa, Themístocles Filho (MDB), pedindo o adiamento da audiência, alegando compromisso anterior e o que chamou “intempestivo” o prazo do convite.

“Prezado Presidente. Em atenção ao ofício 02/18 CIEPE-ALEPI, agradecemos o convite e desde já estamos à disposição para participar desse evento. Porém, em decorrência de uma agenda vasta e já programada anteriormente e considerando que ainda recebemos o convite de forma intempestiva em 5/12/18 às 8:30, não será possível comparecimento nesta data. Contudo, solicitamos seus bons préstimos para o adiamento da audiência para o dia 13/12/18. Na certeza do seu pronto atendimento, subscrevemos. Atenciosamente,  Raimaundo Nonato Alencar de Castro -  Diretor Presidente".

Deputados Francisco Limma e Flora Izabel na audiência pública
Deputados Francisco Limma e Flora Izabel na audiência pública        [Foto: Paulo Pincel] 
Servidores da extinta Cepisa lotaram as galerias do Plenarinho
Servidores da extinta Cepisa lotaram as galerias do Plenarinho     [Foto: Paulo Pincel]

 

Fonte: Paulo Pincel

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