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Dicas de especialista: enxaqueca crônica: o que fazer com ela?

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Sábado - 17/08/2013 às 22:08



Enfermidade que acomete cerca de 2% da população mundial1, sendo três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens2, a enxaqueca crônica tem um impacto extremamente negativo na vida dos pacientes, pois pode causar ausências no trabalho, impossibilidade de realizar afazeres diários e até mesmo isolamento social. A migrânea crônica, como também é conhecida, pertence ao cenário das doenças onde o diagnóstico muitas vezes é feito tardiamente. Por isso, o neurologista, Alcy Caio Meireles, esclarece as principais dúvidas e dá dicas importantes para os chamados enxaquecosos.



Para começar, nem tudo é enxaqueca

Isso mesmo. Existem mais de 150 tipos diferentes de dor de cabeça e, por isso, os médicos costumam dividi-las em dois grupos: primárias e secundárias. A dor de cabeça primária é a própria doença e existem vários tipos, sendo os mais conhecidos a enxaqueca e a cefaleia do tipo tensional. No caso da secundária, a dor pode ser um sinal de outra doença como uma sinusite, problema visual, nos dentes e até mesmo decorrente de um tumor cerebral, por exemplo.



“Devido à complexidade do diagnóstico, é muito importante que os pacientes procurem um neurologista para que, logo de início, eles se submetam ao tratamento adequado para cada caso”, explica o Dr. Meireles. Dados revelam que dos 87% de pacientes com o problema que procuraram cuidados médicos somente 20% são corretamente diagnosticados.3



É o caso da enxaqueca crônica, quando o paciente tem pelo menos 15 dias de dor de cabeça por mês, com duração de mais de quatro horas, por mais de três meses. “É importante as pessoas saberem que não existe cura para a doença, mas é possível reduzir muito o número de crises com o tratamento adequado. Uma novidade é o uso de BOTOX®. Em muitos casos, o uso da toxina botulínica conseguiu reduzir pela metade o número de dias e horas de dor dos pacientes. É um ganho muito significativo de qualidade de vida para estas pessoas”, ressalta o médico.



Alimentação não tem influência na enxaqueca, o problema é genético mesmo

Errado. Apesar da questão da predisposição genética e do desequilíbrio químico cerebral do paciente enxaquecoso, muitas vezes os maus hábitos e a má qualidade de vida impactam diretamente na frequência e intensidade da dor, sendo fatores desencadeantes da enxaqueca, mas que podem variar de pessoa para pessoa. Dr. Alcy lista os principais:

Ø Estresse físico e/ou emocional;

Ø Privação de sono ou sono muito prolongado;

Ø Jejum;

Ø Mudanças bruscas de temperatura;

Ø Ingestão de alimentos e bebidas como carne vermelha, laticínio, chocolate, café, bebidas alcóolicas, temperos etc;

Ø Exposição a odores fortes ou ruídos muito altos;

Ø No caso das mulheres, a queda dos níveis hormonais que ocorrem no período pré-menstrual principalmente.



O uso indiscriminado de analgésicos pode prejudicar a dor

Verdade. “Sabemos que para a sociedade, de um modo geral, devido à correria do dia a dia, a dor de cabeça não é considerada um problema de saúde. As pessoas acabam optando por se automedicarem para resolver a dor daquele momento e voltar às atividades cotidianas. Desconhecem que tal atitude só irá mascarar o problema e ainda poderá levar ao aumento da frequência e intensidade da dor de cabeça”, explica o Dr. Meireles.



Um estudo publicado pelo “Atlas of Headache Disorders”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), comprova a afirmação do médico demonstrando que 50% das pessoas com dor de cabeça praticam a automedicação sem ter tido nenhum contato com um profissional da saúde.2



Nos momentos de crise, relaxar e dormir já não adianta mais

Errado. Assim que a crise começar é possível sim tomar algumas medidas que poderão ajudar, tais como:

Ø Ficar num ambiente escuro – “Foi comprovado por pesquisadores de Harvard e da Universidade de Utah (EUA)¹ que a luz ativa certos neurônios a partir da retina e estes se conectam aos outros que transportam internamente no cérebro a informação da dor, resultando numa exacerbação da informação da dor pela presença da luz”, explica o neurologista.

Ø Parar o que está fazendo e relaxar – Em alguns casos, o relaxamento corporal, com o uso da respiração profunda e a meditação minimizando os movimentos, pode aliviar a enxaqueca.

Ø Dormir – Apesar de algumas enxaquecas se apresentarem tão dolorosas a ponto de impedir o sono, na maior parte dos casos, dormir pode ajudar muito nos momentos de crise.

Ø Aplicar gelo na área afetada – Aplicar gelo na área dolorosa por 15 a 20 minutos, esperar um pouco e repetir, se necessário, também pode ajudar a amenizar a dor. É muito comum, nos casos de enxaqueca crônica, que se aplique gelo na parte de trás do pescoço.

Ø Náusea – Em casos de crises fortes e intensas, o paciente pode sentir enjôo. “Uma dica para diminuir os efeitos da náusea é tomar um sorvete de limão, segurando por um tempo um pedaço no céu da boca. Isso reduz a sensação de náusea”.



Apesar das importantes dicas, o Dr. Meireles ressalta a importância de buscar o apoio de um médico. “Procure sempre um especialista para obter um tratamento adequado e impedir que a dor se torne crônica e interfira cada vez mais em sua qualidade de vida. Dor de cabeça não deve ser encarada com normalidade e deve ser investigada sempre”, conclui.
 

Fonte: assessoria

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