Foto: Reprodução
Câmara dos Deputados
Os deputados cobraram mais dinheiro para o Ministério da Saúde combater e investigar o aumento de casos de recém-nascidos com microcefalia. O assunto foi debatido hoje, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
A anomalia acontece quando o cérebro não se desenvolve adequadamente e o bebê acaba nascendo com a medida ao redor da cabeça tendo menos que 33 centímetros. O problema pode deixar consequências para toda a vida, como epilepsia, atraso intelectual, paralisia e autismo.
Já foram notificados 399 casos de microcefalia em bebês este ano, em sete estados do Nordeste. Ano passado foram registrados apenas 147 casos em todo o País. O Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, fato que já foi informado à Organização Mundial da Saúde.
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, informou que epidemiologistas, pesquisadores e laboratórios estão investigando a doença, para melhorar o diagnóstico, acompanhar as crianças afetadas e aconselhar grávidas e mulheres que tem ideia de engravidar nos próximos meses.
O diretor acrescentou que a Fundação Oswaldo Cruz, instituição de pesquisa do governo federal, isolou o vírus Zika no líquido do útero de algumas mulheres grávidas cujas crianças estão com a malformação, o que leva a crer que esse vírus é o que está causando a doença.
“Isso nos dá quase certeza de que a causa dessa malformação é a infecção pelo vírus Zika durante o primeiro trimestre da gravidez", informou Maierovitch.
O vírus Zika é transmitido pelo mesmo mosquito que transmite dengue e febre chikungunya. No verão passado, o Brasil viveu uma epidemia de dengue. Na mesma época, o Nordeste enfrentou também uma grande circulação do vírus Zika.
Mais recursos
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) afirmou que o governo precisa intensificar o combate ao mosquito transmissor.
"Organizado o Ministério está, junto com as secretarias estaduais e municipais. O Ministério precisa é de mais dinheiro, porque isso é uma novidade no mundo - e é o Brasil - então precisa de mais recursos", completou Perondi.
A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), que está entre os parlamentares que pediram a realização do debate, concorda. Ela cobra a liberação dos 13 bilhões de reais que foram contingenciados do orçamento do Ministério da Saúde.
"Isso está fazendo falta para todas as pesquisas com relação à microcefalia, com relação a esse vírus, ao levantamento epidemiológico que precisa acontecer nos municípios e estados, para que a gente possa efetivamente minimizar todos os danos à nossa população", disse a deputada.
Grupo de trabalho
Os deputados formaram um grupo de trabalho para acompanhar as ações contra o avanço dos casos de microcefalia em recém-nascidos. Nesta quinta-feira (19), está prevista uma reunião com integrantes da Frente Parlamentar da Primeira Infância e representantes do Ministério da Saúde sobre o assunto.
Fonte: agcamara
Siga nas redes sociais