A quinta fase da operação trata de um suposto esquema de desvio de recursos e lavagem de dinheiro com uso de factorings. O caso está no STF porque o senador Blairo Maggi (PR-MT), que tem foro perante a corte, está entre os investigados. Anteontem, a PF chegou a deter o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), por porte ilegal de arma. Ele foi solto após pagar fiança.
A associação cobrou explicações sobre o motivo do pedido da PGR e da decisão do ministro. “A sociedade brasileira merece saber o que tornou tão singular a execução da quinta fase dessa operação com relação a tantas outras operações em tramitação no STF. Afinal, o que seria capaz de transformar o chefe do Ministério Público em um verdadeiro ‘censor geral da República’? Também é preciso que fiquem claros os reais motivos que levam um ministro da mais alta corte brasileira a aceitar os argumentos da PGR e impedir que a imprensa seja devidamente informada sobre o trabalho da PF”.
Ainda de acordo com a nota, para os delegados federais, trata-se da “mais contundente violência sofrida pela instituição [PF] desde a redemocratização do Brasil”. A ADPF afirmou ainda que, ao que parece, a “lei da mordaça”, tão combatida pelo próprio Ministério Público, passa a ser defensável quando a vítima é a PF.
Ministério Público
As investigações, iniciadas em 2011, apontam suspeita de envolvimento de servidores dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e também de membros do Ministério Público de Mato Grosso. “Apesar de a operação ter sido bem-sucedida e dentro da normalidade, um fato, considerado inédito, causou grande perplexidade e indignação entre os delegados da PF. O ministro acatou o pedido e decidiu ‘calar’ a PF”, consta da nota.
Fonte: Congresso em foco