Foto: Divulgação
Senador Delcídio Amaral (PT-MS)
Novo delator da Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou nesta quinta-feira (3), por meio de nota, que não confirma o conteúdo da reportagem publicada na edição desta semana da revista "IstoÉ", que traz detalhes sobre os depoimentos que ele prestou à Procuradoria Geral da República (PGR).
No comunicado, assinado conjuntamente por Delcídio e pelo advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, responsável pela defesa do parlamentar do PT, ressaltaram que, por não conhecer a origem dos documentos que basearam a reportagem da revista, não poderiam reconhecer a autenticidade do material.
"À partida, nem o senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco. Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto", diz trecho da nota divulgada por Delcídio.
A TV Globo confirmou que o acordo foi assinado, mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi objeto de questionamento e ainda está sendo ajustado.
De acordo com a "IstoÉ", Delcídio do Amaral contou aos procuradores da República que a presidente Dilma Rousseff agiu para manter na Petrobras os diretores comprometidos com o esquema de corrupção e atuou para interferir no andamento da Operação Lava Jato.
Uma dessas ações, segundo o senador petista, foi a nomeação para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) do ministro Marcelo Navarro, que se teria se comprometido a votar, em julgamentos no tribunal, pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato.
Delcídio afirma na delação, segundo a "IstoÉ", que, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma sabia que havia um esquema de superfaturamento por trás da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e atuou para que Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal e um dos presos na Lava Jato, fosse mantido na direção da Petrobras. A presidente, segundo o senador, indicou Cerveró para a diretoria financeira da BR Distribuidora.
As acusações contra Lula
Ainda de acordo com a revista, Delcídio do Amaral afirmou que Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, que agiu pessoalmente para barrar as investigações da Lava Jato e que seria o mandante do pagamento para tentar comprar o silêncio de testemunhas.
O ex-presidente, segundo Delcídio, foi o mandante dos pagamentos que o senador ofereceu à família de Cerveró e que resultaram na prisão do senador, em novembro.
De acordo com Delcídio, Lula pediu “expressamente” para que ele ajudasse o pecuarista José Carlos Bumlai, porque estaria implicado nas delações do lobista Fernando Baiano e de Cerveró.
O senador afirma, segundo a revista, que Lula não queria que Cerveró mencionasse o esquema de Bumlai na compra de sondas superfaturadas feitas pela estatal.
Fonte: G1
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