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Custo da Cesta Básica de Teresina segue em queda

Entre outubro e novembro, dos 12 itens alimentícios pesquisados, cinco apresentaram queda de preço e sete registraram aumento

Terça - 06/12/2016 às 14:12



Foto: Reprodução Cesta básica
Cesta básica

A Cesta Básica do mês de novembro em Teresina custou R$ 383,52, a 19ª mais cara entre as 27 cidades, segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O custo do conjunto de alimentos básicos registrou queda de          -2,96%, em relação ao valor calculado em outubro. Nos onze primeiros meses do ano, a alta acumulada foi de 11,62%.

Entre outubro e novembro, dos 12 itens alimentícios pesquisados, cinco apresentaram queda de preço e sete registraram aumento (Tabela 1). As retrações ocorreram no preço do feijão carioca (-15,01%), tomate (-11,89%), banana (-4,46%), do leite integral (-2,63%) e do pão francês (-0,21%). As elevações foram observadas no preço da manteiga (4,02%), da carne bovina de primeira (1,69%), do café em pó (1,38%), do óleo de soja (1,28%), da farinha de mandioca (1,23%), do açúcar (0,65%) e do arroz agulhinha (0,25%).

TABELA 1

Quanto se trabalha para comer em Teresina

Teresina – Novembro/2016

Produtos e Quantidades1

Gasto Mensal em R$

Variação mensal

(%)

Tempo de Trabalho Necessário

Carne Bovina (4,5 kg)

102,83

1,69

25h43m

Leite (6 litros)

28,86

-2,63

7h13m

Feijão (4,5 kg)

37,98

-15,01

9h30m

Arroz (3,6 kg)

12,02

0,25

3h01m

Farinha de mandioca (3 kg)

17,34

1,23

4h20m

Tomate (12 kg)

40,92

-11,89

10h14m

Pão francês (6 kg)

57,36

-0,21

14h20m

Café em pó (300 gr)

5,88

1,38

1h28m

Banana (7,5 dz)

38,55

-4,46

9h38m

Açúcar (3 kg)

9,33

0,65

2h20m

Óleo de soja (900 ml)

3,96

1,28

0h59m

Manteiga (750 gr)

28,49

4,02

7h07m

Total

383,52

-2,96

95h53m

            Fonte: DIEESE. PNCBA.

O quilo do feijão carioquinha apresentou redução expressiva de -15,01%. Desde o mês de agosto o preço segue em queda devido maior oferta do produto no mercado interno.

O tomate desde o mês de outubro apresenta retração e o valor do quilo caiu         -11,89%. Oferta normalizada ocasionou na diminuição de preço para o consumidor.

A banana continuou apresentando queda e baixou -4,46%. Aumento da oferta da fruta impactou na redução do preço.

O leite integral também segue em queda e registrou retração de -2,63%. O avanço da safra em grande parte do país, que eleva a produção e a captação de leite pelas indústrias, e a fraca demanda nacional, em decorrência dos elevados patamares de preços nos últimos meses, influenciaram na queda do preço do produto.

A carne bovina de primeira acumulou alta de 1,69%. Reduzida oferta de animais para abate, explicam o aumento do preço da carne, apesar da demanda interna desaquecida.

O preço do café aumentou 1,38%. A valorização interna está atrelada às preocupações quanto ao volume de café que será produzido na próxima safra e à possibilidade de oferta enxuta no próximo ano.

.

Cesta x salário mínimo em Teresina

O trabalhador teresinense, necessitou cumprir, em novembro, jornada de 95 horas e 53 minutos, para adquirir os produtos da cesta básica, menor que o tempo necessário calculado em outubro, de 98 horas e 48 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos previdenciários, verifica-se que o trabalhador teresinense, remunerado pelo piso nacional, comprometeu, em novembro 47,37% dos vencimentos com a cesta. Em outubro, o percentual exigido era de 48,82%.

Cesta x salário mínimo nacional

Em novembro de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 100 horas e 56 minutos. Em outubro, a jornada necessária foi calculada em 103 horas e 48 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro, 49,87% para adquirir os mesmos produtos que, em outubro, demandavam 51,29%.

Salário Mínimo Necessário

Com base na cesta mais cara, que, em novembro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em novembro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.940,41, ou 4,48 vezes o mínimo de R$ 880,00. Em outubro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 4.016,27, ou 4,56 vezes o piso vigente.

Comportamento da cesta nas 27 cidades[1]

Em novembro, o custo do conjunto de alimentos básicos diminuiu em 25 das 27 capitais do Brasil. As reduções mais expressivas ocorreram em Boa Vista (-7,35%), Recife (-5,10%), Cuiabá (-4,68%), Salvador (-4,48%), Belo Horizonte (-4,20%) e São Paulo (-4,08%). As elevações foram anotadas em Macapá (0,13%) e Rio Branco (0,37%).

A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 469,04), seguida de Florianópolis (R$ 466,25) e São Paulo (R$ 450,39). Os menores valores médios foram observados em Recife (R$ 353,08) e Natal (R$ 354,59).

Entre janeiro e novembro de 2016, todas as cidades acumularam alta. As elevações mais expressivas foram observadas em Maceió (22,95%), Rio Branco (22,44%), Aracaju (20,53%) e Fortaleza (18,62%). Os menores aumentos ocorreram em Recife (5,76%), Manaus (7,18%), Curitiba (7,55%) e São Paulo (7,72%).

TABELA 2

Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos

Custo e variação da cesta básica em 27 capitais

Brasil – novembro de 2016

Capital

Valor da cesta

Variação mensal (%)

Porcentagem do Salário Mínimo Líquido

Tempo de trabalho

Variação no ano (%)

Porto Alegre

469,04

-1,89

57,93

117h16m

10,52

Florianópolis

466,25

-1,91

57,59

116h34m

9,95

São Paulo

450,39

-4,08

55,63

112h36m

7,72

Rio de Janeiro

448,73

-1,69

55,43

112h11m

12,77

Vitória

438,85

-2,30

54,21

109h43m

12,81

Brasília

436,68

-0,04

53,94

109h10m

9,54

Cuiabá

431,46

-4,68

53,29

107h52m

10,38

Campo Grande

425,78

-2,46

52,59

106h27m

9,60

Curitiba

421,37

-2,68

52,05

105h20m

7,55

Belém

415,86

-2,16

51,37

103h58m

18,16

Boa Vista

408,63

-7,35

50,47

102h10m

12,29

Fortaleza

406,52

-2,14

50,21

101h38m

18,62

Belo Horizonte

400,90

-4,20

49,52

100h14m

8,21

Maceió

398,90

-1,05

49,27

99h44m

22,95

Manaus

394,21

-3,82

48,69

98h33m

7,18

Palmas

390,48

-3,49

48,23

97h37m

12,85

Porto Velho

387,71

-2,51

47,89

96h56m

11,58

Goiânia

387,56

-0,48

47,87

96h53m

15,49

Teresina

383,52

-2,96

47,37

95h53m

11,62

Rio Branco

380,74

0,37

47,03

95h11m

22,44

Macapá

379,82

0,13

46,91

94h57m

11,13

São Luís

371,42

-3,88

45,88

92h52m

13,41

João Pessoa

370,65

-3,85

45,78

92h40m

14,14

Aracaju

368,52

-2,55

45,52

92h08m

20,53

Salvador

358,77

-4,48

44,31

89h41m

14,17

Natal

354,59

-3,36

43,80

88h39m

13,48

Recife (1)

353,08

-5,10

43,61

88h16m

5,76

     Fonte: DIEESE

          Nota: (1) a cesta de Recife em outubro foi recalculada e custou R$ 372,07.

Em novembro, houve predominância de queda no preço do leite integral, feijão, tomate e também da batata, pesquisada no Centro-Sul. Já o café em pó, o açúcar e a carne bovina de primeira tiveram aumento de valor na maior parte das cidades.

O preço do leite diminuiu em todas as capitais, exceto em Brasília, onde ficou estável. As quedas oscilaram entre -10,99%, em Vitória, e -0,25%, em Manaus. As reduções ocorreram devido ao avanço na produção e pela menor demanda de leite.

Das 27 capitais onde se realiza a pesquisa, houve queda no preço do feijão em 24. O do tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, diminuiu em todas as cidades, com taxas entre –24,83%, em Belém, e -0,53%, em Rio Branco. Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, aumentou em Porto Alegre (2,66%), Florianópolis (2,49%) e Curitiba (1,71%) e decresceu em Vitória (-2,82%) e Rio de Janeiro (-0,39%). Os altos valores de comercialização do grão carioca reduziram a demanda e, além disso, parte da terceira safra ainda abasteceu o mercado, o que explicou a retração do preço em todas as cidades. No entanto, houve diminuição da área plantada de feijão em 2016, de forma que não há previsão de quedas muito maiores nos preços, uma vez que a oferta deve ser limitada.

O valor do quilo do tomate caiu em 22 cidades. As maiores quedas foram verificadas em Florianópolis (-24,50%), Cuiabá (-23,97%) e Vitória (-21,19%). Em Rio Branco, o preço não variou. As altas ocorreram em Belém (0,71%), Maceió (2,13%), Macapá (5,20%) e Goiânia (8,61%). A oferta do fruto foi normalizada e o preço recuou na maior parte das cidades.

A batata, pesquisada no Centro-Sul, diminuiu em oito cidades e aumentou em três: Brasília (14,62%), Goiânia (4,62%) e Rio de Janeiro (2,40%). As quedas oscilaram entre -17,80%, em Vitória, e -0,27%, em Porto Alegre. Tubérculos de boa qualidade e oferta normalizada reduziram o preço no varejo.

O preço do café seguiu em alta em 23 cidades. As variações oscilaram entre 0,18%, em Rio Branco, e 11,41%, em Belém. Houve redução em Natal (-1,21%), Aracaju (-0,94%), Rio de Janeiro (-0,25%) e João Pessoa (-0,17%). Menor oferta do grão nos mercados interno e externo e a possível redução da próxima safra impactaram no preço no varejo.

O quilo do açúcar aumentou em 19 capitais, com taxas entre 0,35%, em Rio Branco, e 11,44%, em Vitória; e diminuiu em oito, com destaque para as retrações em Belém (-6,23%), Salvador (-4,02%) e Brasília (-3,34%). Mesmo com maior produção de açúcar e menor demanda interna, as exportações aumentaram e as usinas mantiveram altos os valores negociados, o que elevou o preço do açúcar no varejo.

A carne bovina de primeira aumentou em 18 cidades, em novembro. As altas variaram entre 0,04%, em João Pessoa, e 4,28%, em Vitória. As quedas, verificadas em nove cidades, foram mais expressivas em Salvador (-1,18%) e Porto Velho (-1,03%). A oferta restrita de animais para abate aumentou o preço da carne, apesar da menor demanda.

TABELA 3

Variação mensal do gasto por produto

Novembro de 2016

Produtos

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Brasília

Campo Grande

Cuiabá

Goiânia

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Vitória

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Total

-0,04

-2,46

-4,68

-0,48

-4,20

-1,69

-4,08

-2,30

-2,68

-1,91

-1,89

Carne

2,48

1,84

0,67

0,88

-0,09

3,14

-0,25

4,28

0,35

1,94

-0,31

Leite

0,00

-5,36

-6,24

-5,00

-8,74

-10,91

-8,49

-10,99

-6,84

-5,01

-10,79

Feijão

-9,41

-15,08

-24,44

-13,73

-23,96

-0,39

-18,76

-2,82

1,71

2,49

2,66

Arroz

1,16

3,44

0,75

1,67

0,00

0,00

-1,59

-1,34

0,00

2,84

0,00

Farinha

-1,06

0,25

0,92

0,64

-7,66

-0,89

-1,52

2,20

-3,88

-1,53

-1,62

Batata

14,62

-1,56

-2,40

4,62

-11,08

2,40

-2,91

-17,80

-2,62

-1,40

-0,27

Tomate

-13,73

-17,92

-23,97

8,61

-14,06

-14,31

-17,29

-21,19

-18,45

-24,50

-17,46

Pão

-1,10

2,31

0,30

0,71

0,00

-0,61

-0,18

0,54

-1,08

0,48

0,72

Café

0,96

1,69

1,87

2,05

1,82

-0,25

0,78

1,04

1,70

5,59

0,18

Banana

9,82

0,66

2,55

4,95

5,77

0,17

2,87

-0,23

-3,42

-5,27

3,15

Açúcar

-3,34

4,91

0,37

4,22

3,42

-1,66

2,05

11,44

3,36

1,99

3,64

Óleo

1,56

2,04

2,77

0,69

1,86

2,07

-0,89

0,29

0,52

3,15

2,00

Manteiga

0,08

-5,48

-1,62

-0,40

-2,41

-4,09

-0,34

0,71

-3,18

8,94

0,25

                                                                                                                                              (continua)

Produtos

Norte

Nordeste

Belém

Boa Vista

Macapá

Manaus

Palmas

Porto Velho

Rio Branco

Aracaju

Fortaleza

João Pessoa

Maceió

Natal

Recife

Salvador

São Luís

Teresina

Total

-2,16

-7,35

0,13

-3,82

-3,49

-2,51

0,37

-2,55

-2,14

-3,85

-1,05

-3,36

-5,10

-4,48

-3,88

-2,96

Carne

0,50

0,59

-0,10

-0,91

-0,32

-1,03

1,53

0,08

3,17

0,04

-0,46

1,34

0,77

-1,18

0,48

1,69

Leite

-4,20

-2,63

-6,69

-0,25

-7,67

-8,27

-1,86

-4,76

-1,36

-3,78

-4,16

-2,88

-3,99

-3,64

-6,03

-2,63

Feijão

-24,83

-14,72

-5,05

-8,89

-20,16

-22,20

-0,53

-11,42

-8,21

-12,64

-6,01

-11,31

-15,67

-13,13

-14,37

-15,01

Arroz

-3,17

-0,54

1,59

1,42

-0,56

-1,51

0,56

-2,79

1,42

1,89

0,55

0,35

-1,10

-0,25

3,43

0,25

Farinha

0,00

4,47

2,25

5,52

6,63

5,23

-0,30

-4,44

7,64

2,15

-1,22

0,00

0,90

-2,65

5,19

1,23

Batata

Tomate

0,71

-15,97

5,20

-3,30

-8,58

-6,59

0,00

-3,72

-15,77

-17,57

2,13

-21,18

-20,00

-12,08

-11,93

-11,89

Pão

0,09

-0,13

0,55

0,26

0,37

0,18

0,00

0,47

-0,29

0,11

0,00

-0,25

0,35

-1,43

0,00

-0,21

Café

11,41

4,72

5,56

2,01

1,01

4,23

0,18

-0,94

2,24

-0,17

0,98

-1,21

2,64

0,37

1,35

1,38

Banana

1,21

-20,06

1,51

-14,07

0,96

3,97

2,00

-1,67

-3,13

-2,93

-1,33

-1,98

-3,84

-4,94

-4,47

-4,46

Açúcar

-6,23

1,69

-2,25

-1,92

7,53

4,88

0,35

-2,88

2,22

2,11

0,91

0,98

-0,67

-4,02

8,76

0,65

Óleo

-7,24

-1,56

1,08

-8,14

-1,00

4,65

0,23

-2,66

0,77

0,78

-0,47

1,62

-0,25

-0,57

2,73

1,28

Manteiga

7,61

-8,10

1,38

-2,49

-0,49

5,69

0,14

0,23

1,39

0,50

1,23

3,22

-4,13

-0,57

-3,19

4,02

Fonte: DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta

 

[1] Fontes de consulta: Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP, Unifeijão, Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, Embrapa, Agrolink, Globo Rural, artigos diversos em jornais e revistas.

Fonte: DIEESE

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