Custo da Cesta Básica de Teresina apresentou queda de -1,77% em outubro

Nos dez primeiros meses do ano, a alta acumulada foi de 15,02%.


Cesta Básica

Cesta Básica Foto: diariodegoias.com.br

Custo da Cesta Básica de Teresina apresentou queda de -1,77% em outubro

A Cesta Básica do mês de setembro em Teresina custou R$ 395,21, a 18ª mais cara entre as 27 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O custo do conjunto de alimentos básicos registrou queda de          -1,77%, em relação ao valor calculado em setembro. Nos dez primeiros meses do ano, a alta acumulada foi de 15,02%.

Entre setembro e outubro, dos 12 itens alimentícios pesquisados, seis apresentaram queda de preço, cinco registraram aumento e somente o pão francês não variou (Tabela 1). As retrações ocorreram no preço do leite integral (-7,14%), do feijão carioca (-6,84%), da banana (-4,45%), do tomate (-3,73%), da farinha de mandioca (-1,55%) e do café em pó (-0,34%). As elevações foram observadas no preço do açúcar (2,66%), arroz agulhinha (2,13%), carne bovina de primeira (1,77%), do óleo de soja (1,03%) e da manteiga (0,40%).

TABELA 1

Quanto se trabalha para comer em Teresina

Teresina – Outubro/2016

Produtos e Quantidades1

Gasto Mensal em R$

Variação mensal

(%)

Tempo de Trabalho Necessário

Carne Bovina (4,5 kg)

101,12

1,77

25h17m

Leite (6 litros)

29,64

-7,14

7h25m

Feijão (4,5 kg)

44,69

-6,84

11h10m

Arroz (3,6 kg)

11,99

2,13

3h00m

Farinha de mandioca (3 kg)

17,13

-1,55

4h17m

Tomate (12 kg)

46,44

-3,73

11h37m

Pão francês (6 kg)

57,48

0,00

14h22m

Café em pó (300 gr)

5,80

-0,34

1h27m

Banana (7,5 dz)

40,35

-4,45

10h05m

Açúcar (3 kg)

9,27

2,66

2h19m

Óleo de soja (900 ml)

3,91

1,03

0h59m

Manteiga (750 gr)

27,39

0,40

6h51m

Total

395,21

-1,77

98h48m

            Fonte: DIEESE. PNCBA.

O leite integral registrou retração de -7,14%. O aumento na captação de leite e a demanda enfraquecida, em decorrência dos elevados patamares de preços nos últimos meses, influenciaram na queda do preço do produto.

O feijão carioquinha segue em queda desde o mês de agosto e o preço do quilo caiu -6,84%. Oferta normalizada e perspectiva de maior incremento na produção, sinalizam para uma contínua redução do preço, ocasionando na diminuição de preço para o consumidor.

A banana registrou retração de preço (-4,45%). A intensificação da colheita das variedades prata e nanica ocasionou aumento da oferta no mercado interno, refletindo na diminuição do preço.

O açúcar cristal apresentou variação de 2,66%. Mesmo com o crescimento da produção e com a demanda desaquecida, o preço continua elevado devido ao maior direcionamento do açúcar ao mercado externo.

O quilo do arroz segue em alta e registrou variação de 2,13%. Problemas climáticos, resultante do excesso de chuvas na região Sul do país, comprometeram o plantio, ocasionando em aumento do custo de produção e consequentemente do preço do produto.

Carne bovina de primeira, importante produto da cesta, acumulou alta de 1,77%. A baixa oferta de animais prontos para abate e o aumento das exportações pressionaram o aumento no preço da carne.

Cesta x salário mínimo em Teresina

O trabalhador teresinense, necessitou cumprir, em outubro, jornada de 98 horas e 48 minutos, para adquirir os produtos da cesta básica, menor que o tempo necessário calculado em setembro, de 100 horas e 35 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos previdenciários, verifica-se que o trabalhador teresinense, remunerado pelo piso nacional, comprometeu, em outubro 48,82% dos vencimentos com a cesta. Em setembro, o percentual exigido era de 49,70%

Cesta x salário mínimo nacional

Em outubro de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 103 horas e 49 minutos. Em setembro, a jornada necessária foi calculada em 103 horas e 31 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 51,29% para adquirir os mesmos produtos que, em setembro, demandavam 51,15%.

Salário Mínimo Necessário

Com base na cesta mais cara, que, em outubro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em outubro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.016,27, ou 4,56 vezes o mínimo de R$ 880,00. Em setembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 4.013,08, o que também foi equivalente a 4,56 vezes o piso vigente.

Comportamento da cesta nas 27 cidades[1]

Em outubro, o custo do conjunto de alimentos básicos repetiu o comportamento diferenciado nas 27 capitais verificado no mês anterior, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo DIEESE. Enquanto houve alta da cesta em 13 cidades, em outras 14, foi registrada redução. As maiores altas ocorreram em Florianópolis (5,85%), Vitória (3,19%), Porto Velho (2,18%) e Maceió (2,12%). As retrações mais expressivas foram observadas em Brasília
(-5,44%), Teresina (-1,77%), Palmas (-1,76%) e Salvador (-1,66%).

A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 478,07), seguida de Florianópolis (R$ 475,32) e São Paulo (R$ 469,55). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 366,90) e Recife (R$ 373,66).

Entre janeiro e outubro de 2016, todas as cidades acumularam alta. As elevações mais expressivas foram observadas em Maceió (24,25%), Aracaju (23,69%), Rio Branco (21,99%) e Fortaleza (21,21%). Os menores aumentos ocorreram em Brasília (9,58%), Curitiba (10,52%) e Macapá (10,99%).

TABELA 2

Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos

Custo e variação da cesta básica em 27 capitais

Brasil – Outubro de 2016

Capital

Valor da cesta

Variação mensal (%)

Porcentagem do Salário Mínimo Líquido

Tempo de trabalho

Variação no ano (%)

Porto Alegre

478,07

0,08

59,05

119h31m

12,65

Florianópolis

475,32

5,85

58,71

118h50m

12,09

São Paulo

469,55

-0,43

58,00

117h23m

12,30

Rio de Janeiro

456,44

1,08

56,38

114h07m

14,71

Cuiabá

452,62

-0,23

55,91

113h09m

15,80

Vitória

449,16

3,19

55,48

112h17m

15,46

Boa Vista

441,05

-0,67

54,48

110h16m

21,20

Brasília

436,85

-5,44

53,96

109h13m

9,58

Campo Grande

436,51

0,98

53,92

109h08m

12,37

Curitiba

432,98

1,91

53,48

108h15m

10,52

Belém

425,03

0,14

52,50

106h16m

20,77

Belo Horizonte

418,47

-0,73

51,69

104h37m

12,95

Fortaleza

415,41

-0,13

51,31

103h51m

21,21

Manaus

409,88

2,10

50,63

102h28m

11,44

Palmas

404,60

-1,76

49,98

101h09m

16,93

Maceió

403,12

2,12

49,79

100h47m

24,25

Porto Velho

397,71

2,18

49,12

99h26m

14,46

Teresina

395,21

-1,77

48,82

98h48m

15,02

Goiânia

389,44

-1,00

48,10

97h22m

16,05

São Luís

386,41

0,88

47,73

96h36m

17,99

João Pessoa

385,50

-0,37

47,62

96h23m

18,71

Rio Branco

379,34

1,94

46,86

94h50m

21,99

Macapá

379,32

-1,27

46,85

94h50m

10,99

Aracaju (1)

378,17

1,58

46,71

94h32m

23,69

Salvador

375,60

-1,66

46,39

93h54m

19,53

Recife

373,66

-0,50

46,15

93h25m

11,93

Natal

366,90

-0,17

45,32

91h44m

17,42

     Fonte: DIEESE

         Nota: (1) a cesta de Aracaju de setembro foi recalculada e custou R$ 372,29.

Em outubro, houve predominância de alta no preço da carne bovina de primeira, da manteiga, do açúcar, tomate e café em pó. O feijão e o leite tiveram o valor reduzido na maior parte das cidades.

A carne bovina de primeira aumentou em 21 cidades em outubro. As altas variaram entre 0,29%, em Macapá, e 6,67%, em Curitiba. As quedas mais expressivas foram anotadas em Brasília (-1,27%) e Manaus (-1,23%). A menor oferta de animais para abate e o aumento no ritmo de exportação diminuíram a disponibilidade interna, o que provocou alta dos preços da carne bovina.

O preço do quilo da manteiga seguiu em alta na maior parte das cidades. Entre setembro e outubro, 21 capitais apresentaram elevação do valor do produto. As altas mais expressivas foram observadas em Palmas (9,64%), Boa Vista (5,72%) e Brasília (4,15%). As diminuições mais significativas foram registradas em João Pessoa (-3,00%), Macapá (-2,60%) e Vitória (-1,54%). Apesar da oferta de leite normalizada, da redução da demanda por laticínios e do recuo no preço do leite pago ao produtor, além da diminuição no valor dos derivados, a cotação média da manteiga seguiu em alta no varejo.

O quilo do açúcar aumentou em 20 capitais, com variações entre 0,65%, em Macapá, e 15,41%, em Recife; ficou estável em Natal, Aracaju e Boa Vista; e diminuiu em Belém (-2,28%), Rio de Janeiro (-0,55%), São Paulo (-0,34%) e Porto Alegre (-0,33%). O elevado preço do açúcar demerara, no mercado internacional, incentivou as usinas a manter o preço do produto em alta, apesar da demanda estável.

O tomate teve o preço majorado em 19 cidades. As maiores altas foram verificadas em Florianópolis (29,57%), Vitória (23,77%) e Porto Velho (20,06%). As quedas mais importantes ocorreram em Belo Horizonte (-6,68%), Goiânia (-6,51%) e Brasília (-6,32%). As chuvas prejudicaram a qualidade do fruto e, por ser final de safra, a oferta diminuiu, o que elevou o preço na maior parte do país.

O preço do café seguiu em alta em 19 cidades. As variações oscilaram entre 0,63%, em Porto Alegre, e 3,65%, em Manaus. Houve estabilidade em Belém e São Luís e redução em Belo Horizonte (-3,59%), Florianópolis (-1,14%), Salvador (-0,73%), Macapá (-0,61%), Brasília (-0,61%) e Teresina (-0,34%). Alguns fatores explicaram a alta do café: a expectativa de baixa produção para a safra 2017/18, a valorização do dólar diante do real e a baixa oferta do grão robusta.

Das 27 capitais onde se realiza a pesquisa, houve queda do preço do feijão em 21. O do tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, diminuiu em 18 cidades e as variações oscilaram entre  -1,14%, em Rio Branco, e -10,77%, em Brasília. Houve alta em Manaus (9,45%), Macapá (0,68%), Boa Vista (0,54%) e Maceió (0,50%). Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, aumentou em Porto Alegre (3,14%) e Florianópolis (1,19%) e mostrou redução em Curitiba (-1,25%), Vitória (-1,37%) e Rio de Janeiro (-1,46%). Oferta normalizada do grão carioca e menor demanda devido aos altos preços explicaram a queda de valor no varejo na maior parte das cidades.

O preço do leite diminuiu em 21 cidades. As quedas oscilaram entre -0,23%, em Fortaleza, e -12,67%, em Curitiba. Os aumentos foram anotados em Salvador (0,23%), Rio Branco (0,42%), Maceió (1,41%), Manaus (1,79%), Boa Vista (2,91%) e Aracaju (5,46%). O fato de a oferta do produto ter se normalizado e a demanda ter sido menor explica a diminuição do preço do leite integral na maior parte das capitais.

TABELA 3

Variação mensal do gasto por produto

Outubro de 2016

Produtos

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Brasília

Campo Grande

Cuiabá

Goiânia

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Vitória

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Total

-5,44

0,98

-0,23

-1,00

-0,73

1,08

-0,43

3,19

1,91

5,85

0,08

Carne

-1,27

1,83

1,92

-0,41

3,15

3,58

2,40

3,61

6,67

6,53

3,16

Leite

-1,53

-10,26

-8,92

-2,29

-8,76

-7,48

-6,61

-10,33

-12,67

-10,64

-9,74

Feijão

-10,77

-6,50

-5,55

-3,75

-5,92

-1,46

-10,51

-1,37

-1,25

1,19

3,14

Arroz

-2,27

-1,02

1,27

3,10

-3,00

0,52

-1,26

0,34

-2,72

4,76

0,68

Farinha

-2,42

-0,98

-2,15

0,21

8,05

1,58

0,38

0,28

2,38

-1,92

1,64

Batata

-7,67

10,31

-8,09

-2,69

9,24

6,03

-3,96

14,37

-0,58

20,61

-7,82

Tomate

-6,32

13,57

6,25

-6,51

-6,68

8,30

3,25

23,77

4,25

29,57

1,85

Pão

0,37

-1,75

-0,30

1,16

-0,35

0,62

1,37

0,38

-0,11

-0,48

-0,12

Café

-0,61

0,80

0,63

2,58

-3,59

1,19

1,24

2,77

2,22

-1,14

0,63

Banana

-26,66

4,63

2,02

-2,74

-4,01

-3,66

2,34

1,31

2,07

4,33

-3,95

Açúcar

3,46

3,11

5,47

10,23

4,93

-0,55

-0,34

4,42

2,05

4,46

-0,33

Óleo

-2,43

2,35

2,85

0,00

3,54

0,00

0,90

5,49

2,92

10,72

0,00

Manteiga

4,15

1,60

2,04

0,65

1,17

1,36

-0,77

-1,54

0,05

0,81

0,29

                                                                                                                                              (continua)

Produtos

Norte

Nordeste

Belém

Boa Vista

Macapá

Manaus

Palmas

Porto Velho

Rio Branco

Aracaju

Fortaleza

João Pessoa

Maceió

Natal

Recife

Salvador

São Luís

Teresina

Total

0,14

-0,67

-1,27

2,10

-1,76

2,18

1,94

1,58

-0,13

-0,37

2,12

-0,17

-0,50

-1,66

0,88

-1,77

Carne

-0,18

-1,02

0,29

-1,23

0,56

2,75

4,05

0,52

0,38

2,15

4,23

2,22

4,04

-0,27

2,37

1,77

Leite

-0,91

2,91

-2,45

1,79

-8,43

-3,97

0,42

5,46

-0,23

-1,53

1,41

-5,01

-6,53

0,23

-1,97

-7,14

Feijão

-5,13

0,54

0,68

9,45

-10,70

-8,90

-1,14

-8,31

-4,48

-5,89

0,50

-6,04

-8,07

-3,82

-3,68

-6,84

Arroz

0,40

-0,54

0,62

2,35

-0,32

-1,48

0,00

1,42

3,51

0,87

4,46

1,58

-0,54

3,06

2,37

2,13

Farinha

0,14

-0,92

0,95

-0,39

0,98

3,11

0,61

6,90

0,45

-1,27

-0,96

0,54

6,70

-1,74

2,08

-1,55

Batata

Tomate

5,20

2,53

-3,85

4,61

-3,77

20,06

2,12

15,95

-1,77

7,56

2,17

5,25

1,93

-3,78

9,27

-3,73

Pão

0,09

0,00

-2,27

0,00

-0,19

0,63

3,51

-0,47

0,48

0,89

4,13

1,00

-0,12

-0,33

0,00

0,00

Café

0,00

1,06

-0,61

3,65

1,88

0,66

2,77

2,11

1,57

3,23

2,00

2,30

1,34

-0,73

0,00

-0,34

Banana

1,48

-11,38

-2,57

0,00

-0,95

3,05

1,64

2,13

0,84

-9,69

-3,62

-6,53

-8,75

-7,03

-3,75

-4,45

Açúcar

-2,28

0,00

0,65

5,74

0,69

1,77

1,06

0,00

2,94

1,42

4,42

0,00

15,41

1,89

1,22

2,66

Óleo

-1,15

0,00

1,37

7,08

0,50

2,08

1,64

2,45

2,90

-1,03

0,70

-0,80

0,25

0,58

0,00

1,03

Manteiga

0,95

5,72

-2,60

3,08

9,64

-0,47

0,95

1,10

2,35

-3,00

1,98

1,52

1,23

-0,16

0,26

0,40

Fonte: DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta

 

[1] Fontes de consulta: Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP, Unifeijão, Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, Embrapa, Agrolink, Globo Rural, artigos diversos em jornais e revistas.

Fonte: DIEESE

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