Economia

Custo da Cesta Básica aumenta em Teresina

A Cesta Básica do mês de setembro em Teresina custou R$ 402,34, a 15ª mais cara entre as 27 cidades pesquisada

Segunda - 10/10/2016 às 11:10



Foto: Reprodução/Google Teresina tem a 15ª cesta básica mais cara entre as 27 cidades pesquisadas Dieese
Teresina tem a 15ª cesta básica mais cara entre as 27 cidades pesquisadas Dieese

A Cesta Básica do mês de setembro em Teresina custou R$ 402,34, a 15ª mais cara entre as 27 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O custo do conjunto de alimentos básicos registrou alta de 0,65%, em relação ao valor calculado em agosto. Nos nove primeiros meses do ano, a alta acumulada foi de 17,10%.

Entre agosto e setembro, dos 12 itens alimentícios pesquisados, nove registraram aumento e três apresentaram queda de preço (Tabela 1). As elevações foram observadas no preço do café em pó (6,20%), tomate (4,96%), farinha de mandioca (2,65%), manteiga (2,21%), do arroz agulhinha (1,56%), carne bovina de primeira (0,59%), do pão francês (0,52%), do açúcar cristal (0,33%) e do leite integral (0,19%). As retrações ocorreram no preço do feijão carioca (-3,19%), da banana (-1,40%) e do óleo de soja (-0,51%).

TABELA 1

Quanto se trabalha para comer em Teresina

Teresina – Setembro/2016

Produtos e Quantidades1

Gasto Mensal em R$

Variação mensal

(%)

Tempo de Trabalho Necessário

Carne Bovina (4,5 kg)

99,36

0,59

24h50m

Leite (6 litros)

31,92

0,19

7h59m

Feijão (4,5 kg)

47,97

-3,19

11h59m

Arroz (3,6 kg)

11,74

1,56

2h56m

Farinha de mandioca (3 kg)

17,40

2,65

4h21m

Tomate (12 kg)

48,24

4,96

12h04m

Pão francês (6 kg)

57,48

0,52

14h22m

Café em pó (300 gr)

5,82

6,20

1h28m

Banana (7,5 dz)

42,23

-1,40

10h34m

Açúcar (3 kg)

9,03

0,33

2h16m

Óleo de soja (900 ml)

3,87

-0,51

0h58m

Manteiga (750 gr)

27,28

2,21

6h49m

Total

402,34

0,65

100h35m

                                         Fonte: DIEESE. PNCBA.

O café seguiu em alta pelo quarto mês consecutivo e sofreu aumento de 6,20%.

Preços internos elevados da variedade robusta, devido à baixa oferta, atrelado a menor demanda da variedade arábica e cotações internas impulsionadas pela forte valorização do dólar frente ao real, sustentaram a alta do preço do produto.

O tomate após meses de queda, teve seu preço majorado desde o mês de agosto e apresentou variação de 4,96% em relação a setembro. As adversidades climáticas nos estados produtores ocasionaram na elevação do preço do produto.

O preço do quilo da farinha mandioca continua elevado, registrando variação de 2,65%. A baixa disponibilidade da matéria-prima, atrelada à expectativa de preços mais altos por parte dos mandiocultores, que postergaram a comercialização, influenciou na alta do preço da raiz.

A manteiga, derivada do leite, seguiu em alta e registrou alta de 2,21%. O preço do leite integral subiu 0,19%. Apesar da elevação do preço na capital, o aumento na captação de leite e a fraca demanda interna sinalizam para uma queda do preço desses produtos.

O quilo do arroz aumentou pelo quarto mês seguido e registrou variação de 1,56%. A menor demanda das indústrias de beneficiamento e a oferta restrita dos produtores, que aguardam o melhor momento para comercialização do produto impactaram no aumento do preço no varejo.

O feijão carioquinha, depois de sete meses em alta, apresentou retração desde o mês de agosto. O preço do quilo caiu -3,19% em decorrência da oferta da safra de inverno associada à fraca demanda, influenciando na queda do preço.

Cesta x salário mínimo em Teresina

O trabalhador teresinense, necessitou cumprir, em setembro, jornada de 100 horas e 35 minutos adquirir os produtos da cesta básica, ligeiramente maior que o tempo necessário calculado em agosto, de 99 horas e 56 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos previdenciários, verifica-se que o trabalhador teresinense, remunerado pelo piso nacional, comprometeu, em setembro 49,70% dos vencimentos com a cesta. Em agosto, o percentual exigido era de 49,37%.

Cesta x salário mínimo nacional

Em setembro de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 103 horas e 31 minutos, pouco menor do que a jornada calculada para agosto, de 104 horas.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 51,14% para adquirir os mesmos produtos que, em agosto, demandavam 51,38%.

Salário Mínimo Necessário

Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em setembro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.013,08, ou 4,56 vezes o mínimo de R$ 880,00. Em agosto, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.991,40, o que é equivalente a 4,54 vezes o piso vigente.

Comportamento da cesta nas 27 cidades

Em setembro, o custo do conjunto de alimentos básicos apresentou comportamento diferente entre as 27 capitais brasileiras, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Enquanto houve alta da cesta em 13 cidades, em outras 14, foi registrada redução. As maiores altas ocorreram em Brasília (2,37%), Salvador (1,46%), Fortaleza (1,42%) e Recife (1,06%). As retrações mais expressivas foram observadas em Macapá (-5,18%), Goiânia
(-4,31%), Campo Grande (-1,95%) e Belo Horizonte (-1,88%).

Segundo a pesquisa, a cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 477,69), seguida de São Paulo (R$ 471,57) e Brasília (R$ 461,99). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 367,54) e Aracaju (R$ 371,30).

Entre janeiro e setembro de 2016, todas as cidades acumularam alta. As elevações mais expressivas foram observadas em Boa Vista (22,02%), Maceió (21,67%) e Salvador (21,54%). Os menores aumentos ocorreram em Florianópolis (5,89%), Curitiba (8,45%) e Manaus (9,15%).

Em setembro, houve predominância de alta no preço do café em pó, da manteiga, do arroz e da carne bovina de primeira. Já a batata, pesquisada na região Centro-Sul, e o feijão tiveram o valor reduzido na maior parte das cidades.

O preço do café seguiu em alta e 24 cidades apresentaram elevação do valor do quilo comercializado no varejo. As variações oscilaram entre 0,17%, em Belém, e 7,94%, em Belo Horizonte. As reduções foram registradas em Florianópolis (-3,98%), Rio Branco (-2,34%) e Curitiba (-0,48%). O aumento do preço do grão arábica no mercado internacional impactou na cotação dentro do país. Além disso, o grão robusta teve a oferta diminuída, o que também explicou o comportamento altista do café em pó no varejo.

Por mais um mês, o preço do quilo da manteiga aumentou nos supermercados e padarias. Entre agosto e setembro, foram registradas altas em 22 capitais, que variaram entre 0,03%, no Rio de Janeiro, e 9,02%, em Boa Vista. As diminuições foram registradas em Macapá (-2,96%), Goiânia (-1,72%), Porto Alegre (-0,70%), Cuiabá (-0,56%) e Rio Branco (-0,10%). O leite, cujo preço aumentou muito nos meses anteriores, já indicou sinal de redução ao longo de setembro. Alguns derivados, como a muçarela e o leite UHT, também mostraram decréscimo nas cotações. No entanto, a manteiga ainda apresentou elevação de valor no varejo.

O arroz teve o preço majorado em 20 cidades, manteve-se estável em Belo Horizonte e Boa Vista; diminuiu em Campo Grande (-6,37%), Florianópolis (-2,89%), Cuiabá (-1,01%), Porto Velho (-0,90%) e Rio Branco (-0,32%). As maiores altas foram verificadas em Manaus (8,24%) e Salvador (4,16%). Os preços internos seguiram em alta, devido ao baixo ritmo de negócios entre produtores e indústria. Além disso, houve diminuição da área de plantio e foi necessária a importação de arroz.

A menor oferta de carne bovina de primeira, devido à diminuição no abate de animais, levou à elevação do preço do quilo em 20 capitais. As maiores altas foram anotadas em Vitória (7,33%), Porto Velho (4,12%), Florianópolis (3,51%) e Brasília (3,11%). As reduções mais significativas ocorreram em Macapá (-5,44%) e Recife (-1,55%).

O preço da batata diminuiu em todas as 11 cidades do Centro-Sul onde o produto é pesquisado. As variações oscilaram entre -33,48%, em Florianópolis, e -10,93%, em Vitória. A colheita da batata da safra de inverno e a boa qualidade do tubérculo reduziram o preço no varejo.

Das 27 capitais onde se realiza a pesquisa, o preço do feijão apresentou queda em 21. O do tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, caiu em 20 cidades e as variações oscilaram entre -12,13%, em Goiânia, e -0,08%, em Rio Branco. Houve alta em Manaus (3,10%) e Maceió (0,50%). Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, aumentou em Florianópolis (7,16%), Porto Alegre (1,83%), Curitiba (0,41%) e Vitória (0,25%) e apresentou redução no Rio de Janeiro (-4,03%). O abastecimento do mercado devido ao início da colheita da safra irrigada do feijão carioquinha e a redução da demanda pelos altos preços provocaram diminuição da cotação do feijão. No caso do tipo preto, a pouca oferta elevou as cotações na maior parte das cidades.

TABELA 2

Variação mensal do gasto por produto

Setembro de 2016

Produtos

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Brasília

Campo Grande

Cuiabá

Goiânia

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Vitória

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Total

2,37

-1,95

0,12

-4,31

-1,88

-0,85

-0,75

-0,29

-1,45

-1,76

0,71

Carne

3,11

1,60

2,57

-0,66

2,67

2,02

2,37

7,33

-1,34

3,51

-0,75

Leite

-13,62

-5,00

-3,32

-7,91

-5,78

-5,13

-6,40

-11,98

-8,64

-15,60

-11,40

Feijão

-1,18

-9,20

-5,27

-12,13

-4,11

-4,03

-6,35

0,25

0,41

7,16

1,83

Arroz

1,73

-6,37

-1,01

1,75

0,00

1,32

0,32

1,02

1,73

-2,89

0,68

Farinha

7,24

-2,63

1,64

0,65

-1,14

0,00

0,77

-3,98

1,61

-0,43

0,00

Batata

-25,74

-24,22

-14,29

-15,44

-19,90

-22,22

-12,98

-10,93

-24,67

-33,48

-17,54

Tomate

17,51

-9,60

5,88

-14,71

-7,13

-4,98

-1,40

-4,23

-0,67

-13,70

9,36

Pão

0,93

-0,82

0,50

1,72

0,18

0,80

0,55

-0,69

0,43

0,87

0,36

Café

2,69

0,91

0,18

4,07

7,94

2,09

1,89

1,30

-0,48

-3,98

1,46

Banana

25,64

10,70

6,45

-2,67

-3,88

8,25

5,74

-5,36

11,49

12,98

13,46

Açúcar

-1,83

-0,39

-0,78

1,90

0,45

0,55

-0,68

0,44

2,10

0,90

1,34

Óleo

2,81

0,26

1,94

-5,26

-2,51

0,78

-2,33

0,61

-1,82

-8,24

0,25

Manteiga

0,17

1,16

-0,56

-1,72

1,43

0,03

1,77

0,14

0,18

0,67

-0,70

                                                                                                                                              (continua)

Produtos

Norte

Nordeste

Belém

Boa Vista

Macapá

Manaus

Palmas

Porto Velho

Rio Branco

Aracaju

Fortaleza

João Pessoa

Maceió

Natal

Recife

Salvador

São Luís

Teresina

Total

0,74

0,55

-5,18

-0,01

0,25

-1,67

-1,33

0,16

1,42

0,28

-0,50

0,57

1,06

1,46

-0,82

0,65

Carne

0,18

0,44

-5,44

2,37

0,51

4,12

0,11

2,02

-0,29

0,50

1,84

1,88

-1,55

1,75

-0,93

0,59

Leite

0,55

-0,41

4,48

5,39

-6,77

0,47

0,00

3,62

1,37

2,47

0,23

-2,44

-2,28

0,92

-0,65

0,19

Feijão

-0,09

-0,71

-5,01

3,10

-4,64

-7,28

-0,08

-6,85

-2,83

-1,48

0,50

-4,80

-2,18

-2,69

-4,28

-3,19

Arroz

1,83

0,00

1,26

8,24

2,04

-0,90

-0,32

1,44

0,33

0,96

2,80

3,26

1,66

4,16

3,03

1,56

Farinha

0,28

0,56

-3,12

-2,30

0,99

1,69

0,00

-0,22

-1,77

-1,26

-0,48

4,55

-2,79

4,93

1,54

2,65

Batata

Tomate

1,51

9,80

-7,64

-3,52

9,00

-15,51

-7,58

7,12

12,44

9,21

-3,88

14,23

21,40

9,21

-2,21

4,96

Pão

0,00

0,64

-4,46

-0,13

-0,46

-0,27

0,00

0,35

0,49

-0,33

1,16

0,12

0,93

0,55

0,00

0,52

Café

0,17

2,17

0,62

2,86

2,99

2,01

-2,34

1,17

1,60

0,54

1,35

3,11

1,01

1,10

3,87

6,20

Banana

1,09

-11,35

-12,52

-5,45

1,11

1,20

-2,85

-5,25

0,49

-7,72

-9,49

-8,41

-5,77

-3,48

0,36

-1,40

Açúcar

0,51

-0,28

-0,64

2,07

0,00

0,71

0,00

-0,32

2,34

-2,43

2,92

0,33

2,35

4,28

-1,21

0,33

Óleo

0,23

-3,43

-6,63

-5,90

1,27

-1,17

0,71

0,00

-2,57

-1,78

0,24

-1,06

-0,25

-5,21

-0,54

-0,51

Manteiga

4,94

9,02

-2,96

0,76

0,19

1,69

-0,10

0,53

2,56

2,00

1,39

0,19

4,36

4,03

1,76

2,21

Fonte: DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    

Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta

 

 

 

Fonte: DIEESE

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