O café seguiu em alta pelo quarto mês consecutivo e sofreu aumento de 6,20%.
Preços internos elevados da variedade robusta, devido à baixa oferta, atrelado a menor demanda da variedade arábica e cotações internas impulsionadas pela forte valorização do dólar frente ao real, sustentaram a alta do preço do produto.
O tomate após meses de queda, teve seu preço majorado desde o mês de agosto e apresentou variação de 4,96% em relação a setembro. As adversidades climáticas nos estados produtores ocasionaram na elevação do preço do produto.
O preço do quilo da farinha mandioca continua elevado, registrando variação de 2,65%. A baixa disponibilidade da matéria-prima, atrelada à expectativa de preços mais altos por parte dos mandiocultores, que postergaram a comercialização, influenciou na alta do preço da raiz.
A manteiga, derivada do leite, seguiu em alta e registrou alta de 2,21%. O preço do leite integral subiu 0,19%. Apesar da elevação do preço na capital, o aumento na captação de leite e a fraca demanda interna sinalizam para uma queda do preço desses produtos.
O quilo do arroz aumentou pelo quarto mês seguido e registrou variação de 1,56%. A menor demanda das indústrias de beneficiamento e a oferta restrita dos produtores, que aguardam o melhor momento para comercialização do produto impactaram no aumento do preço no varejo.
O feijão carioquinha, depois de sete meses em alta, apresentou retração desde o mês de agosto. O preço do quilo caiu -3,19% em decorrência da oferta da safra de inverno associada à fraca demanda, influenciando na queda do preço.
Cesta x salário mínimo em Teresina
O trabalhador teresinense, necessitou cumprir, em setembro, jornada de 100 horas e 35 minutos adquirir os produtos da cesta básica, ligeiramente maior que o tempo necessário calculado em agosto, de 99 horas e 56 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos previdenciários, verifica-se que o trabalhador teresinense, remunerado pelo piso nacional, comprometeu, em setembro 49,70% dos vencimentos com a cesta. Em agosto, o percentual exigido era de 49,37%.
Cesta x salário mínimo nacional
Em setembro de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 103 horas e 31 minutos, pouco menor do que a jornada calculada para agosto, de 104 horas.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 51,14% para adquirir os mesmos produtos que, em agosto, demandavam 51,38%.
Salário Mínimo Necessário
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em setembro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.013,08, ou 4,56 vezes o mínimo de R$ 880,00. Em agosto, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.991,40, o que é equivalente a 4,54 vezes o piso vigente.
Comportamento da cesta nas 27 cidades
Em setembro, o custo do conjunto de alimentos básicos apresentou comportamento diferente entre as 27 capitais brasileiras, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Enquanto houve alta da cesta em 13 cidades, em outras 14, foi registrada redução. As maiores altas ocorreram em Brasília (2,37%), Salvador (1,46%), Fortaleza (1,42%) e Recife (1,06%). As retrações mais expressivas foram observadas em Macapá (-5,18%), Goiânia
(-4,31%), Campo Grande (-1,95%) e Belo Horizonte (-1,88%).
Segundo a pesquisa, a cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 477,69), seguida de São Paulo (R$ 471,57) e Brasília (R$ 461,99). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 367,54) e Aracaju (R$ 371,30).
Entre janeiro e setembro de 2016, todas as cidades acumularam alta. As elevações mais expressivas foram observadas em Boa Vista (22,02%), Maceió (21,67%) e Salvador (21,54%). Os menores aumentos ocorreram em Florianópolis (5,89%), Curitiba (8,45%) e Manaus (9,15%).
Em setembro, houve predominância de alta no preço do café em pó, da manteiga, do arroz e da carne bovina de primeira. Já a batata, pesquisada na região Centro-Sul, e o feijão tiveram o valor reduzido na maior parte das cidades.
O preço do café seguiu em alta e 24 cidades apresentaram elevação do valor do quilo comercializado no varejo. As variações oscilaram entre 0,17%, em Belém, e 7,94%, em Belo Horizonte. As reduções foram registradas em Florianópolis (-3,98%), Rio Branco (-2,34%) e Curitiba (-0,48%). O aumento do preço do grão arábica no mercado internacional impactou na cotação dentro do país. Além disso, o grão robusta teve a oferta diminuída, o que também explicou o comportamento altista do café em pó no varejo.
Por mais um mês, o preço do quilo da manteiga aumentou nos supermercados e padarias. Entre agosto e setembro, foram registradas altas em 22 capitais, que variaram entre 0,03%, no Rio de Janeiro, e 9,02%, em Boa Vista. As diminuições foram registradas em Macapá (-2,96%), Goiânia (-1,72%), Porto Alegre (-0,70%), Cuiabá (-0,56%) e Rio Branco (-0,10%). O leite, cujo preço aumentou muito nos meses anteriores, já indicou sinal de redução ao longo de setembro. Alguns derivados, como a muçarela e o leite UHT, também mostraram decréscimo nas cotações. No entanto, a manteiga ainda apresentou elevação de valor no varejo.
O arroz teve o preço majorado em 20 cidades, manteve-se estável em Belo Horizonte e Boa Vista; diminuiu em Campo Grande (-6,37%), Florianópolis (-2,89%), Cuiabá (-1,01%), Porto Velho (-0,90%) e Rio Branco (-0,32%). As maiores altas foram verificadas em Manaus (8,24%) e Salvador (4,16%). Os preços internos seguiram em alta, devido ao baixo ritmo de negócios entre produtores e indústria. Além disso, houve diminuição da área de plantio e foi necessária a importação de arroz.
A menor oferta de carne bovina de primeira, devido à diminuição no abate de animais, levou à elevação do preço do quilo em 20 capitais. As maiores altas foram anotadas em Vitória (7,33%), Porto Velho (4,12%), Florianópolis (3,51%) e Brasília (3,11%). As reduções mais significativas ocorreram em Macapá (-5,44%) e Recife (-1,55%).
O preço da batata diminuiu em todas as 11 cidades do Centro-Sul onde o produto é pesquisado. As variações oscilaram entre -33,48%, em Florianópolis, e -10,93%, em Vitória. A colheita da batata da safra de inverno e a boa qualidade do tubérculo reduziram o preço no varejo.
Das 27 capitais onde se realiza a pesquisa, o preço do feijão apresentou queda em 21. O do tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, caiu em 20 cidades e as variações oscilaram entre -12,13%, em Goiânia, e -0,08%, em Rio Branco. Houve alta em Manaus (3,10%) e Maceió (0,50%). Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, aumentou em Florianópolis (7,16%), Porto Alegre (1,83%), Curitiba (0,41%) e Vitória (0,25%) e apresentou redução no Rio de Janeiro (-4,03%). O abastecimento do mercado devido ao início da colheita da safra irrigada do feijão carioquinha e a redução da demanda pelos altos preços provocaram diminuição da cotação do feijão. No caso do tipo preto, a pouca oferta elevou as cotações na maior parte das cidades.
Fonte: DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta