Arte e Cultura

EVENTO

Junho, tradição e importância econômica

Essa importância econômica se percebe em cidades em que as festas se agigantaram

Alvaro Mota

Segunda - 19/06/2023 às 21:46



Foto: Prefeitura Municipal de Baependi/Direitos Reservados Fogueira de São João em Festa Junina
Fogueira de São João em Festa Junina

Ser nordestino é um estado de espírito ou ter um estilo de vida que inclui um sem-número de coisas – desde o comer até o diverte-se e, dentro disso, nossa natural propensão a gostar das festas juninas, uma tradição herdada da colonização portuguesa que, no encontro com negros trazidos como escravos e indígenas de muito presente em nosso Brasil, fez nascer algo realmente especial.

O Nordeste criou em todo dos tempos juninos tradições como as comidas próprias da época, o uso das fogueiras, as danças como a quadrilha, o bumba-meu-boi, as danças de coco, os sambas de roda, o xaxado... Um patrimônio imaterial que se espalha por todos os estados da região.

Mas para além da tradição que tanto nos une como um povo em um espaço geográfico diverso, há que se considerar que as festas juninas se expandiram nos últimos anos para muito mais do que os eventos a reunir famílias e comunidades. Ganharam um significado econômico poderoso – tanto assim que hoje se pode dizer que existe uma espécie de cadeia econômica e produtiva que se vale dessas festividades e impulsiona um faturamento na casa dos bilhões de reais.

Essa importância econômica se percebe em cidades em que as festas se agigantaram a ponto de serem fundamentais para a economia turística local – caso de Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), que mantêm viva uma polêmica sobre qual delas é a sede do maior São João do Mundo. Dados recentes das duas cidades indicam que cada uma delas movimentará centenas de milhões de reais com o interesse turístico que as festas despertam.

Se há muito dinheiro circulando não somente nas duas cidades citadas, mas em todo o Nordeste durante a temporada junina, é evidente que toda essa cadeia produtiva em razão de festas são base garantidora de milhares de empregos. E neste sentido, cuidem-se empresas e governos de ter planejamento focado em uma tradição que ganhou uma cotação econômica essencial para o Nordeste.

Sobre o aspecto jurídico no âmbito da gestão pública, aliás, cabe lembrar que, dada a importância cultural e econômica dos festejos juninos, podem prefeituras, por exemplo, prever em suas leis orçamentárias anuais os aportes para patrocínio desse tipo de festividade – já que, afinal de contas, bem mais que tradição, os tempos juninos agora são uma importante fonte da economia criativa de nossa região.

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