Foto: Reprodução
Segundo o documentário, 100 mil pacientes foram internados no Santório Meduna
O documentário "Meduna - Quem sabe onde está a Loucura?", será lançado nesta sexta-feira (14), às 19h, no Sesc Cajuína, na zona Leste de Teresina. A produção resgata a história da instituição psiquiátrica que foi inaugurada há sete décadas em Teresina, onde doentes mentais foram tratados ao longo de 56 anos.
O documentário conta a saga da construção do sanatório até o fechamento, em 2010. Os tratamentos médicos para os doentes mentais no Sanatório Meduna impactou os piauienses.
“Mesmo fechado há quase 15 anos, o Meduna ainda suscita muita curiosidade nas pessoas. Há muitas lembranças, o medo que cercava o lugar e fala-se até em uma energia em torno do que restou do prédio”, diz a jornalista Cinthia Lages, que idealizou o projeto e dirigiu a produção.
Desde a sua inauguração, em 21 de abril de 1954, o manicômio, cuja arquitetura foi inspirada nas fazendas espanholas, o Meduna foi da representação do sonho do seu criador, o médico Clidenor de Freitas Santos (1913 - 2000) . Nesse período, cerca de 100 mil pacientes de estados do Norte e Nordeste foram internados lá.
O documentário vai mostrar o destino do acervo do sanatório, da estátua de Dom Quixote, inspiração do fundador e até da tela do pintor Cândido Portinari, doada ao manicômio.
“São documentos raros que serão revelados pela primeira vez. Um deles é a ficha psiquiátrica de Torquato Neto, um dos pacientes do Meduna”, antecipa Cinthia.
O nome do sanatório foi uma homenagem ao psiquiatra húngaro Von Meduna, criador da técnica de eletrochoque, implantada na Instituição piauiense.
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“O primeiro aparelho de eletrochoque do Brasil foi construído em Teresina, pelo Clidenor e pelo eletricista Benedito Almeida”, conta o médico aposentado Anfrísio Castelo Branco Neto que, aos 10 anos, foi à solenidade de inauguração do Meduna e, após a formatura, trabalhou no manicômio.
Além de médicos que passaram pelo corpo clínico do Meduna, ex-funcionários, familiares do Clidenor de Freitas Santos, o documentário também ouviu ex-pacientes, que foram internados em períodos distintos e cujos depoimentos revelam o início da decadência da Instituição, que acompanhou as mudanças na Política de Saúde Mental do Brasil.
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"Sou uma sobrevivente do Meduna”, diz a dona de casa Maria Rosa Pereira, internada, pela primeira vez, aos 15 anos de idade,” eu queria ter estudado, ter me formado. Perdí minha vida lá”, desabafa.
Após a implantação de uma política antimanicomial, os hospícios passaram a enfrentar dificuldades financeiras. No Piauí, o Ministério Público do Estado precisou intervir após denúncias da situação do Meduna. Cinco anos depois do fechamento, em 2015, o prédio e o terreno do Sanatório foram vendidos para o Grupo Sá Cavalcante. Ainda hoje, para os piauienses, Meduna é sinônimo de loucura.
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O documentário tem duração de 55 minutos e tem roteiro e direção de Cinthia Lages. É produzido por Rey Produções e produção executiva de Amália Chaves.
Meduna - “Quem sabe onde está a Loucura? “
Duração: 55 minutos
Realização: Rey Produções
Roteiro e direção: Cinthia Lages
Produção Executiva: Amália Chaves
Direção de Fotografia e Colorização: Vini Lus
Montagem e Edição: Vini Luz
Trilha Sonora Original: Iago Guimarães
Jenipapo Studio
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