Foto: Reprodução
Marias da Terra
A democratização do acesso à arte e a valorização das mulheres do campo é a missão da Caravana Marias da Terra. As Marias pretendem realizar ações em 10 localidades rurais de Teresina, 02 na capital e percorrer mais 08 municípios piauienses.
A ação conta com apresentação do espetáculo “Marias da Terra” e mais um momento de diálogo intitulado de “Conversa de Terreiro” com Lúcia Araújo. A Caravana deve percorrer os municípios de José de Freitas, Altos, União, Demerval Lobão, Cabeceiras, Campo Maior, Monsenhor Gil e Lagoa Alegre, além da capital Teresina.
Neste próximo domingo (23), as Marias da Terra se apresentarão nas localidades Beco da Raposa, zona rural de Teresina às 09 horas da manhã e em Bom Passar, zona rural de Picos, às 16h30.
A estreia aconteceu no dia 16 de abril na comunidade rural São José, com participação das comunidades adjacentes, Novo Horizonte, Lagoa Seca, Jaú, Vertente, Quitéria, Santa Lia, Matadouro, Carvalho e São Luís.
“A primeira ação da Caravana Marias foi encerrada com um sentimento positivo de conclusão da primeira etapa e articulação das próximas rotas do calendário. O dia de hoje, 17 de abril, foi marcado por intensa atividade de reunião de avaliação da apresentação inicial, acertando detalhes e pontos de melhoria, como também verificação de checklist para as próximas apresentações”, contou as Marias para o PiauíHoje.com.
A “Caravana Marias da Terra” é realizada pelo Instituto Ubíqua em correalização com a Trupe de Mulheres Esperança Garcia e TV Nestante e conta com recurso de emenda parlamentar do deputado federal, Merlong Solano, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (SECULT).
O Projeto
O projeto “Marias da Terra” surgiu como alternativa de democratização de acesso à arte e troca de saberes entre mulheres da cultura e da agricultura. O projeto leva as palhaças Marias da Terra para apresentações em comunidades onde as moradoras empreendem em Quintais Produtivos, agroecologia, agricultura familiar, cooperativas de artesãs e marisqueiras.
A Caravana foi idealizada pela Trupe de Mulheres Esperança Garcia a partir de reflexões junto a experiências de uma das participantes, cientista social com atuação em projetos focados no semiárido piauiense.
“Em sua experiência de 25 anos dedicando-se ao acompanhamento de comunidades com atuação em projetos do Viva o Semiárido e conhecendo e assessorando diversos outros projetos dessa natureza em todo o Piauí, percebeu que faltavam apresentações artísticas realizadas por mulheres, para mulheres e com a temática da mulher do campo nessas comunidades, não só como entretenimento, mas como uma ferramenta de transformação social”, destacou as Marias.
O Espetáculo
No espetáculo “Marias da Terra”, inspirado nas mulheres rurais, as palhaças agricultoras apresentam uma personalidade e referência distintas e complementares entre si. Soltando a voz com a música autoral “Quanto Mais Muié Mio”, as personagens entram em cena convidando o público a participar com as palmas e aprendendo a canção. Após a entrada cada uma apresenta o seu número.
A Maria das galinhas é uma palhaça doceira, quituteira, ela cria uma galinha de estimação chamada KiKita, que pensa ser gente, uma marionete cheia de marmotas e traquinagens, narradas por sua cuidadora, em uma relação cômica e afetiva.
Maria das Palhas é uma artesã das palhas, vem inspirada na estética de espantalho de milharal, tem um ar de professora do campo, sempre explicando em sua lousa conteúdos cheios de graça e traz o número do Nikki, seu piolho de estimação, revisitando uma esquete clássica do circo.
Maria do Mel é uma apicultura, com discurso loroteiro de vendedora de feiras, que literalmente faz malabarismos e mágicas para vender seu mel. E Maria do Feijão Verde é uma benzedeira, cheia de crenças e dizeres populares transformados em piada, acessando em nossa memória coletiva a lembrança das rezadeiras, com muita comicidade e respeito, em seu número conta com participação de pessoas escolhidas a dedo, na plateia, fazendo um jogo de improviso.
Juntas essas palhaças trazem a essência nordestina e o respeito às tradições do campo, como também, discurso politizado sobre o direito do povo ancestral aos seus territórios, convidando o público a reflexão embebida em gargalhadas, pois como diz a Maria do Feijão Verde “RISO É REZA”!
Conversa de Terreiro
A Conversa de Terreiro apresenta reflexões a partir do conteúdo do espetáculo, dialogando com a realidade vivida pelas mulheres da comunidade, além de convidar o público a pensar juntos novos rumos visando e fortalecendo a organização e empoderamento das mulheres camponesas.
Para acompanhar as atividades da caravana em tempo real, basta seguir o grupo nas redes sociais. No Instagram da Trupe de Mulheres Esperança Garcia, por meio do @trupedemulheres e do Instituto Ubíqua, @institutoubiqua.
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