Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho retomam retirada de civis de Aleppo

Os ônibus deverão ser usados para evacuar os civis que esperam há dois dias poder deixar a cidade


Retirada de civis de Aleppo, na Síria

Retirada de civis de Aleppo, na Síria Foto: Lusa/divulgação

Vários ônibus entraram na manhã deste domingo (18) na região leste de Aleppo sob controle do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho árabe-sírio, informou a agência oficial de notícias da Síria. As ONGs esperam retomar as operações de retirada dos civis da cidade.

Os ônibus deverão ser usados para evacuar os civis que esperam há dois dias poder deixar a cidade que se encontra em ruínas devido aos bombardeios entre o regime sírios e seus aliados contra os opositores ao governo de Damasco.

A representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Elizabeth Hoff, espera que a operação tenha início no início da tarde. Uma equipe da Organização está a caminho de Ramussah, no sudoeste de Aleppo, de onde os civis devem partir.

A retirada foi suspensa na sexta-feira por decisão do regime sírio que acusa os insurgentes de não respeitaram as condições negociados no acordo. A interrupção foi feita pelas milícias xiitas ligadas ao Irã. Elas exigem que dois vilarejos xiitas, Fua e Kafraya, cercados pelos rebeldes na província de Idleb sejam evacuadas primeiro.

A imprensa oficial do regime indicou que 1.200 pessoas serão autorizadas a deixar os dois vilarejos, e, em troca, um mesmo número de civis poderá deixar o leste de Aleppo.

ONU analisa proposta de envio de observadores

O Conselho de Segurança da ONU analisa na tarde deste domingo em Nova York um projeto de resolução encaminhado pela França para o envio a Aleppo de uma missão de observadores para supervisionar as retiradas dos moradores e garantir a proteção dos civis.

Segundo as Nações Unidas, mais de 40 mil civis continuam à espera para deixar o local. As operações para a retirada de moradores e rebeldes de áreas controladas por insurgentes em Aleppo continuam suspensas desde sexta-feira por decisão do regime sírio que acusa os rebeldes de não respeitarem o acordo que prevê as condições de retirada.

A Cruz Vermelha fez um apelo para que as partes em conflito encontrem uma solução para salvar milhares de vidas.

OTAN descarta intervenção militar

Em entrevista ao jornal alemão Bild neste domingo, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg declarou que uma eventual participação da OTAN no conflito sírio iria apenas "agravar a situação".

"Somos testemunhas de uma crise humanitária terrível. Às vezes, é justo deslocar militares como no Afeganistão. Mas, às vezes, os custos de uma operação militar são superiores aos seus benefícios. Avaliando a situação da Sírios, os membros da OTAN já chegara à conclusão de que tal operação só agravaria uma situação já terrível", avaliou.

Os 28 integrantes da Aliança Militar pertencem à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos na luta contra o grupo Estado Islâmico, mas não estão diretamente implicados no conflito. "Há riscos de transformar em um conflito regional ainda maior que aconteçam mais mortes de inocentes. Uma intervenção militar nem sempre é uma solução", defendeu Stoltenberg.

Fonte: Agência Brasil

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