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Criança morre de catapora em Barras e não pode ser sepultada por não ter registro de nascimento

A menina era chamada de Renata,mas nem ela e nem a mãe tem registro de nascimento

Quinta - 15/12/2016 às 20:12



Foto: Longah Hospital Regional Leônidas Melo em Barras
Hospital Regional Leônidas Melo em Barras

Uma criança morreu de catapora (Varicela) na zona rural de Barras, na tarde de ontem, quarta-feira (15). Não bastasse a tragédia, o que mais impressiona nesse caso é o descaso de políticas públicas, a criança não tinha registro de nascimento, sua mãe também não tem. A menina não foi vacinada, não havia nenhum acompanhamento de agente de saúde em sua região e não podia ser enterrada, pois não tinha o registro de nascimento. Isso mostra que, em pleno século XXI, ainda existem lugares no Brasil em que a miséria ainda é um fantasma no calo da democracia.

A criança, que é da localidade Esperança, deu entrada no Hospital Regional Leônidas Melo, às 17h30min e foi atendida pelos médicos do plantão,  Drª  Elionay e Dr. Thalerand. Segundo eles, Ela apresentou febre de 41 graus, foi diagnosticada com varicela com complicações. Ela apresentou vômitos, estendal abdominal, crise convulsivas, ulcerações de pele e dor no corpo, segundo relatos da mãe.

Segundo a diretora do hospital, Laianne de Sousa, a menina é chamada de Renata, mas nem ela e nem a mãe têm registro de nascimento, o que é inconcebível em pleno século XXI. Uma pessoa que não tem registro de nascimento está excluída de todas as políticas de cidadania a que têm direito constitucional. Até a idade da menina é difícil prever, mas, supõe-se que tenha em torno de um ano.

“Ela foi regulada, e a Central de Regulação de Leitos liberou a senha, o médico assinou a transferência, mas o óbito se efetivou às 12h, de acordo com a assinatura do médico plantonista”, explicou Laianne.

Contudo, o drama da família continuava. Como enterrar a menina se a mãe não tinha caixão e nem dinheiro para comprar um? Os familiares foram à prefeitura de Barras, mas a resposta que tiveram é que não havia caixão, porque a secretaria de Assistencial Social do município não tinha mais licitação vigente.

O que impressiona nesse caso é a falta de políticas públicas que ainda hoje não contemplam a totalidade de pessoas mais carentes do país.

Fonte: Com informações de Longah

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